Quando falamos de ESG temos que admitir que o S nunca foi o pilar que mais recebeu atenção. Mas razões existem para afirmar que os fatores sociais podem ganhar ênfase crescente em futuro próximo.

A previsão aponta que as mudanças climáticas irão provocar convulsões sociais importantes. O stress climático deverá afetar milhões de pessoas e desencadear migrações em massa.

Segundo estudo do Swiss Re Institute, as perdas econômicas globais atribuídas aos riscos meteorológicos estão estimadas em torno de 200 bilhões de dólares ao ano. Foi feito uma análise com 36 países classificando as Filipinas e os EUA como os países mais expostos as perdas econômicas com a intensificação dos riscos das mudanças climáticas. Filipinas lidera esse Ranking com projeção de perda de 3% do PIB enquanto os EUA em segundo lugar, lideram em termos de valor absoluto com 0,38% do PIB, significando US$ 97 bilhões de dólares.  

Os riscos associados às alterações climáticas contemplados no “E” do ESG foram mais rapidamente compreendidos pela comunidade de investimentos e regulatórias que desenvolveu mecanismos de divulgação e indicadores de aferição. Mas em relação ao “S” ainda carecemos do desenvolvimento de mais mecanismos e indicadores que permitam aos gestores dos ativos contabilizarem o risco social.

Segundo Jakob Thomä, cofundador e diretor de Pesquisa do Theia Finance Labs, “As estimativas sugerem que os riscos sociais podem ser amplificados duas ou três vezes quando comparados com os riscos climáticos diretos”.

Existe muita dificuldade para encontrar análises com o objetivo de compreender e quantificar os impactos das alterações climáticas na estabilidade social e perdas financeiras causadas pelos conflitos sociais. Mas já está no radar o lançamento ainda no primeiro semestre de 2024,de um quadro com base em padrões de referência, benchmarks e ratings pelo Grupo de Trabalho sobre Desigualdade e Divulgações Financeiras Sociais

Na prática, existem muitas empresas que não levam em consideração o impacto social em seus planos de descarbonização, em especial as partes interessadas mais vulneráveis, uma vez que os impactos climáticos afetam desproporcionalmente os mais vulneráveis de uma sociedade.

Para falar de ESG com empresas, temos que falar de impactos na sociedade. E a pergunta central é o que a empresa está fazendo para contribuir com a construção de uma sociedade mais coesa, justa e resiliente? Em outras palavras, com uma sociedade mais sustentável e sujeita a menores riscos.  

Hoje a justiça climática já não é mais uma ficção ou conto de carochinha. Pelo contrário, caminha em largos passos na abordagem dos impactos desproporcionais das mudanças climáticas na saúde, ambiente, economia e sociedade das populações vulneráveis. Também pode ser aplicada em outras direções garantindo a equidade e a inclusão nos quadros das empresas, e colocando as pessoas no centro das estratégias e soluções dos negócios. 

Enfim, são janelas de oportunidade que se abrem para os investidores de impacto aproveitarem. Enfrentam as mudanças do clima ao mesmo tempo em que capacitam e incluem comunidades afetadas. Em outras palavras, fazer a coisa certa e integrada é o que dará tração e ênfase aos negócios ESG.

Fontes:

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