Considerada um dos setores mais poluentes do mundo, a construção civil busca soluções para mitigar o estrago e responsabilidade na mudança climática. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), 37% dos gases do efeito estufa (GEE) emitidos têm origem na construção civil. Já os estudos publicados pelo The Guardian no ano passado apontam que de 4 a 8% do CO2 emitido vem somente da produção do concreto.

E é justamente na criação dessa matéria-prima que novas tecnologias atuam com uma pegada ESG. De olho neste mercado, a Camargo Química, empresa especializada em soluções sustentáveis para a construção, trouxe para o Brasil um sistema que retira CO2 do meio ambiente e o injeta na mistura do concreto. Nessa etapa, o gás carbônico é transformado em outro mineral que, além de não poluir, garante mais durabilidade à mistura.

Duas concreteiras brasileiras já adotaram a solução: a Pré-vale e a Traço Forte Concretos, ambas de Santa Catarina. “O sistema contribui com uma expectativa de reduzir o consumo de cimento na ordem de 5%. Se nós temos a oportunidade de contribuir para a redução de poluentes na atmosfera, por que não?”, pergunta Gilmar Jaeger, fundador da Pré-vale. Já Fábio Camargo, CEO da Camargo Química, explica que o sistema traz uma série de benefícios, a começar pela sustentabilidade. “A cada metro cúbico de concreto produzido, o sistema captura e retira do ambiente de 12 a 15 kg de gás carbônico”, garante.