Uma
tonelada de soja que sai de Sorriso (MT) para o Porto de Santos (SP), pode
custar até 82% a mais do que o frete cobrado nos Estados Unidos e ser 46% maior
do que na Argentina. Os dados são referentes aos valores de março deste ano e foram
apresentados na audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara dos
Deputados, que tratou sobre os gargalos para o escoamento da safra brasileira, trabalho
divulgado pelo AgroEstadão.O
levantamento foi feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA) e faz o comparativo entre os três países. No caso americano, a soja sai
de Illinois e embarca em New Orleans. Já na Argentina, a comparação é feita com
o grão produzido em Córdoba e exportado a partir de Rosário. Mesmo relacionando
dois portos diferentes, o frete brasileiro ainda é mais caro do que nesses
outros países concorrentes.

“Quando
a gente analisa um custo logístico o caminhão mais o trem, uma multimodalidade
e mesmo assim ele é o dobro do valor dos Estados Unidos, isso tem um alerta, um
sinal vermelho”, alertou a assessora técnica de Logística e Infraestrutura na
CNA, Elisangela Pereira Lopes. “O que dá para perceber é que uma matriz
predominantemente rodoviária ocasiona esse tipo de custo. No Brasil, 61% de
tudo que é movimentado é pelas nossas estradas, que enfrentam situações, como
mostrou a última pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte), varia
de péssimo, regular e ruim para cerca de 66% do todo”.

Na
análise da CNA, é necessário mais investimentos e maior comprometimento nas
obras e fiscalização de concessões de rodovias. A expectativa de representantes
do governo, que participaram da audiência, é chegar ao final do ano com 80% das
rodovias em bom estado, tendo como parâmetro as métricas próprias do governo,
que não utiliza a mesma pesquisa da CNT.

Novos
investimentos

O
diretor de Obras Públicas do Ministério dos Transportes, Allan Machado, disse
que estão previstos 112 novos empreendimentos a partir do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC). Além disso, o governo deve realizar 13 leilões
de concessões de rodovias e rever 14 contratos já existentes. “Nós temos um programa de manutenção mínima das nossas rodovias. E temos
estabelecido um custo médio de R$ 200 mil a R$ 250 mil quilômetro/ano. Nós
estávamos ao longo de 2022 trabalhando com R$ 60 mil. Era insuficiente, mal
dava para a gente fazer um tapa-buraco”, ressaltou o diretor-executivo do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Carlos Barros,
que também participou da audiência.

Preço
interno impactado

Elisangela
Lopes também chamou atenção para o impacto ir além da competitividade entre
países. Esses problemas logísticos têm afetado também a inflação dos alimentos
internamente.

“São
algumas falhas que o agronegócio aponta e que vem tirar a competitividade dos
nossos produtos, não só em relação ao mercado internacional, mas também ao
mercado interno. Tem encarecido os produtos que chegam até a nossa mesa”,
acrescentou.

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