Petrobras divulgará seu plano de investimentos na próxima sexta-feira. Por que essa informação importa muito para o investidor ?

⚡Comentário Ativa – Jean Paul Prates, CEO da Petrobras, apontou que a companhia divulgará na próxima sexta-feira, dia 24/11, seu novo plano de investimentos para os anos de 2024-2028. A divulgação trata-se de fato essencial para as ações da petrolífera, uma vez que:

-> Ter conhecimento do montante a ser investido ao longo dos próximos anos é fundamental para o investidor ter ciência da geração de caixa que a empresa conseguirá alcançar ao longo do próximo quinquênio. Em linhas gerais, quanto maior o investimento, menor a capacidade imediata de gerar recursos livremente e maior o escrutínio do mercado quanto à assertividade dos investimentos para que estes valores possam incrementar a geração de caixa futura à partir da sua execução.

-> Neste sentido, após o plano 23-27 destinar US$ 78 bilhões à investimentos, o mercado aguarda um valor maior para este novo plano, mas valores excessivos podem repercutir negativamente para as ações da empresa. Em conversa com analistas ainda em agosto, o CFO da companhia comentou que possivelmente cerca de dez por centro deste valor seria adicionado ao novo plano em função da correção de valores, como inflação e aumento de custos de execução do setor. Diante disto, passamos a trabalhar com um plano que compreendia valores entre US$ 85 e 90 bilhões de dólares. A algumas semanas, no entanto, fontes como o Broadcast e a Reuters apontaram que o novo plano poderia ultrapassar os US$ 100 bilhões, o que enxergamos como negativo, sobretudo se o percentual atrelado à segmentos onde a companhia não tem comprovado know-how aumentar substancialmente.

-> Saber se o plano manterá a companhia investindo majoritariamente onde tem expertise e condições de extrair maiores taxas de retorno reais é importante para que os investidores mantenham a confiança no potencial de geração de valor por parte da empresa. Atualmente, 83% dos recursos estão alocados em Exploração e Produção, segmento onde a companhia, ao longo dos últimos quinze anos obteve notável distinção perante os pares. É sabido que, neste plano, Petrobras sairá de uma condição quase totalitária de pesquisa e desenvolvimento em Renováveis para uma posição mais ativa. Para isso, criou até uma Nova Diretoria e vêm assinando memorandos de entendimento como uma série de empresas internacionais. Desta forma, é inegável que a nova avenida de recursos tomará parte considerável do novo plano, mas quanto maior esta, mais a ação poderá repercutir negativamente o novo plano dado a probabilidade de obtenção de boas taxas de retorno se tornar mais questionável.

-> A remuneração do investidor, novamente, estará em jogo, uma vez que a fórmula de distribuição de proventos da companhia respeita a fórmula: 45% da geração de caixa operacional menos os investimentos. Desta forma, quanto maiores os investimentos, menores os dividendos regulares à serem pagos pela empresa. Após criar uma reserva estatutária, que pode diminuir substancialmente a distribuição de dividendos extraordinários já em 2023, a imposição de valores muito grandes à investimentos pode fazer o mercado novamente questionar a alocação estratégica da empresa.

-> Dado as mudanças na economia global, como o ressurgimento da inflação, o aumento da demanda por petróleo no pós-pandemia e a existência de conflitos, o setor vêm convivendo com dinâmicas de mercado voláteis e que tornam a execução de capex mais desafiadora. Neste sentido, Petrobras vem tendo dificuldades em executar integralmente o que se pressupôs a fazer nos últimos anos e a assunção de maiores valores ao plano de investimentos pode aumentar o questionamento dos investidores quanto á capacidade de execução dos valores pretendidos pela companhia. Recentemente, vimos que os desafios existem até mesmo em áreas onde a companhia domina, como em E&P, onde Petrobras a dias diminuiu seu guidance de investimentos de 2023 de US$16 bi para US$ 13 bi. Em suma, se a companhia teve que revisitar seu plano atual em uma área que conhece, as chances de vir a obter alguma frustração nos valores apontados pelo novo plano (para menos como também para mais) não deve ser negligenciável. Quanto maior a ambição do plano, maior a sua potencialidade de frustração.

Assim, na próxima sexta-feira, 24/11, o investidor deve se ater não apenas ao tamanho do plano, mas também ao seu aspecto qualitativo. Em linhas gerais, acreditamos que a dinâmica comercial, a política de dividendos e a alocação estratégica representam o tripé fundamental da tese de investimentos de Petrobras e após divulgar políticas de preços de derivados e dividendos que, embora representem um retrocesso frente ao que a companhia dispunha, possuem termos muito menos nocivos que o anteriormente esperado, o lançamento de um plano de investimentos muito agressivo pode desestabilizar este tripé e, por conseguinte, a confiança do mercado na tese.
Equipe Research
Ativa Investimentos

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