Segundo o dramaturgo Ésquilo, da Grécia Antiga, “a primeira vítima da guerra é a verdade”.

Poucas citações se manteriam atuais ao longo dos séculos como essa.

Um hospital da faixa de Gaza é atingido por um míssil, deixando centenas de mortos. O Hamas diz que quem disparou a arma foi Israel. Já os israelenses culpam a Jihad Islâmica.

A melhor maneira de ir acompanhando, e entendendo, o desenrolar dessa guerra é aprendendo como começaram e terminaram as que a precederam desde a fundação do Estado de Israel em maio de 1948.

Até então, a Palestina era um protetorado (para não chamar de colônia) da Grã-Bretanha, que assumira o controle da região tão logo terminara a Primeira Guerra Mundial.

Mais tarde, como o Holocausto (promovido por Adolf Hitler na Segunda Guerra) sensibilizara o mundo, a recém-criada Organização das Nações Unidas julgou que os judeus tinham direito a ter uma pátria.

Pensou-se na ilha de Madagascar, ao largo do Sudeste da África, com 587 mil quilômetros quadrados e praticamente desabitada.

Falou-se também de uma alocação na Amazônia, ideia imediatamente rejeitada pelo governo brasileiro.

Os judeus não se interessaram por nenhuma das duas propostas. Queriam se estabelecer na Palestina, a Terra Prometida, para a qual, aliás, alguns já tinham se mudado no início do século XX, comprando, dos árabes que lá viviam, terras baratas.

Para que os judeus vindos da Europa lá se estabelecessem, alguns palestinos foram desalojados de locais onde viviam havia gerações.

A criação e independência do Estado de Israel praticamente coincidiu com a primeira guerra contemporânea (1948) entre os dois povos.

Embora com efetivo militar extremamente pequeno, e carente de armamentos, Israel venceu a guerra. Para isso recebeu ajuda financeira de judeus ricos de todo o mundo, principalmente dos Estados Unidos. Fora os voluntários, em sua maioria também judeus, que acorreram para ajudar os irmãos em fé.

Se, nos 75 anos seguintes, inúmeros incidentes graves não tivessem ocorrido, talvez essa situação prevalecesse até hoje, quem sabe com árabes e judeus convivendo pacificamente.

Afinal de contas, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha não são grandes aliados da Alemanha e do Japão, seus inimigos na Segunda Guerra?

Voltando à disputa fratricida árabe-israelense, o primeiro incidente pós-guerra da Independência de Israel ocorreu quando o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, em 1956, nacionalizou o canal de Suez, até então controlado por britânicos e franceses.

Em resposta, forças militares da Grã-Bretanha, França e Israel atacaram o Egito. Mas cometeram um erro imperdoável: se esqueceram de avisar, e de pedir autorização, aos Estados Unidos.

Resultado: o presidente americano Dwight Eisenhower apoiou Nasser e os três aliados acima citados fugiram de Suez com o rabo entre as pernas. Vitória para os árabes.

Onze anos mais tarde, Israel, em represália ao fechamento do estreito de Tiran, que impedia o acesso de seus navios ao mar Vermelho, atacou simultaneamente, e de surpresa, os aeródromos egípcios, sírios e jordanianos, aniquilando as forças aéreas desses três países árabes.

Com isso, os israelenses deram início à guerra dos Seis Dias, obtendo uma vitória esmagadora e quadruplicando o tamanho de seu território. Este passou a incluir a península do Sinai, a faixa de Gaza, a Cisjordânia, o setor oriental de Jerusalém, a margem oeste do rio Jordão, as colinas de Golan e as cidades de Belém, Jericó, Hebron, Gaza e os montes Hérmon e Sinai.

A tentativa de forra só veio a ocorrer, também de modo surpreendente, no sábado 6 de outubro de 1973, dia do Yom Kippur, o mais sagrado dos feriados judeus.

Nessa ocasião, forças aéreas, terrestres e navais egípcias e sírias atacaram o Estado de Israel. Nos dias que se seguiram, quase conseguiram aniquilá-lo. Só não o fizeram por causa da ajuda dos Estados Unidos.

Sem contar com o apoio dos países europeus, com exceção de Portugal, aviões cargueiros americanos, fazendo uma escala nos Açores, entregaram armas e munições, inclusive tanques modernos, a Israel.

Os israelenses ultrapassaram o canal de Suez e o lado oriental das colinas de Golan. Só não chegaram ao Cairo e a Damasco por causa de Moscou. Se antes os americanos haviam salvo Israel, desta vez os soviéticos ameaçaram intervir na guerra.

O território de Israel ficou como está até hoje, com exceção da faixa de Gaza, que os israelenses abandonaram em 2005 por causa do altíssimo custo de manter a segurança dos judeus assentados no local.

O presidente norte-americano Joe Biden encontrou-se esta semana, em Israel, com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

Tenho certeza (embora isso talvez jamais seja divulgado) que os dois discutiram uma maneira de encerrar esta guerra, antes que os países árabes e o Irã intervenham com suas forças armadas.

Enquanto isso, os mercados internacionais de capitais experimentarão enorme volatilidade, como aconteceu nos outros episódios descritos acima.

Um bom fim de semana para todos.

Ivan Sant’Anna

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