A Genial Investimentos ultrapassou o primeiro marco do piloto do Real Digital (DREX) ao conectar seu nó à rede do Banco Central. O consórcio, liderado pela Genial Investimentos e pelo Mercado Bitcoin, e composto por Mastercard, Sinqia e Cerc, utilizou a infraestrutura da Genial para essa integração. Embora o consórcio estivesse pronto para a conexão desde meados de julho, foi necessário aguardar o aumento da banda de conexão na Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN), um pré-requisito essencial. Para otimizar o desenvolvimento, o grupo optou por criar uma rede Hyperledger Besu própria, possibilitando a elaboração de funcionalidades que serão aplicadas ao piloto do Banco Central (BACEN).

Agora que a conexão foi estabelecida, o foco se volta para a realização de emissões, resgates e transferências de Real Digital. Como uma CBDC (moeda digital de banco central), o DREX tem potencial para transformar profundamente a liquidação de ativos financeiros no Brasil. Assim como o PIX revolucionou os pagamentos, o DREX traz inovação da programabilidade para a moeda, abrindo caminho para a criação de novos produtos e novas oportunidades no cenário financeiro brasileiro.

O que é DREX?

DREX é o nome dado a moeda digital brasileira. Diferente do PIX que é um sistema de pagamentos instantâneo, a DREX é a própria moeda. A moeda terá duas versões, a de atacado e a de varejo. A moeda de atacado servirá para alimentar as contas de reserva dos bancos, e será transacionada somente entre os bancos e o próprio Banco Central. Já a de varejo será emitida pelos bancos e representará os depósitos à vista na instituição.

Na prática, cada banco fará a sua própria tokenização dentro da rede do Banco Central. Por ser construído em cima de uma blockchain, o DREX terá algumas vantagens, que motivam o Banco Central a implementá-lo. A blockchain escolhida permite a criação de smart contracts (contratos inteligentes). Eles possibilitam programar certas tarefas, fazendo com que não dependam de intermediários.

Um exemplo é programar para que a titularidade de um veículo seja passada de uma pessoa a outra somente quando os recursos caírem em conta. No entanto, existem inúmeras outras situações, as quais a programabilidade se aplica. Outra vantagem do DREX é o registro das transações em uma única rede, gerando mais interoperabilidade em transações financeiras, liquidação e registro de titularidade de ativos.

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Para o usuário final, os benefícios devem ser observados em menos erros, falhas, e menor tempo de liquidação de ativos, que consiste no tempo entre a solicitação de compra e a compra de fato ser efetuada. Uma rede única também beneficia a segurança do sistema financeiro, pois os investimentos de múltiplas instituições privadas passam a ser direcionados para uma mesma rede. Esse ponto é especialmente importante com o aumento de temas como segurança cibernética.

Quais são os principais desafios?

Na primeira fase do piloto, será testada a programabilidade e privacidade. Como as transações ocorrerão em uma única rede, será necessário garantir a privacidade entre os participantes. No que se refere a privacidade existem desafios consideráveis, principalmente se considerarmos que algumas soluções, como o zero-knowlodge, ainda são incipientes e pouco aplicadas.

Expectativas

A previsão é que o DREX seja utilizado em todas as atividades financeiras convencionais, como empréstimos, seguros e investimentos. A expectativa é de que seja disponibilizado ao público até o fim de 2024.

Sobre a Genial Investimentos – A Genial é uma plataforma de investimentos que tem como objetivo facilitar o acesso ao mercado financeiro, oferecendo os melhores produtos do mercado. Sempre em busca de excelência e inovação, possui R$ 170 bilhões de ativos sob custódia, mais de um milhão de clientes e mais de 20 anos de história. É uma plataforma que acredita em simplicidade e facilidade na hora de investir, por isso, é 100% digital, mas sempre humana. (Danthi Comunicações/Genial)

Primeira fase da Drex atrasa e só terminará em maio de 2024

A demora na inclusão de participantes e questões relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) farão a primeira fase da Drex, moeda virtual que equivalerá ao real, ser adiada para maio de 2024, segundo o coordenador da iniciativa no Banco Central (BC), Fabio Araujo. Isso representa um atraso de três meses em relação ao cronograma original, que previa o fim da etapa de testes em fevereiro do próximo ano.

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“A gente está tendo alguns problemas, está executando o cronograma de uma forma um pouco mais lenta do que a gente tinha planejado para colocar as pessoas para dentro da rede da Drex”, disse Araujo na live semanal do BC no Youtube. Segundo ele, a preservação da privacidade tem se revelado um “desafio grande” para o desenvolvimento da solução tecnológica.

Pelo cronograma original, a última etapa da fase de testes, que previa negociações simuladas com títulos públicos, ocorreria em fevereiro. Com o adiamento, passará para maio. Apesar da demora na fase de testes, Araujo manteve a estimativa de que a Drex chegará aos cidadãos no fim de 2024 ou início de 2025.

Plataforma – Em março, o BC escolheu a plataforma Hyperledger Besu para fazer os testes com ativos de diversos tipos e naturezas. Essa plataforma tem baixos custos de licença e de royalties de tecnologia porque opera com código aberto (open source).

Em junho, o BC escolheu 16 consórcios para participar do projeto piloto. Eles construirão os sistemas a serem acoplados ao Hyperledger Besu e desenvolverão os produtos financeiros e as soluções tecnológicas. A lista completa de entidades selecionadas pelo Comitê Executivo de Gestão está no site do BC. Segundo Araujo, a conexão desses consórcios à plataforma está atrasando.

“O processo de escolha da tecnologia de proteção da privacidade tem se mostrado um desafio grande. A gente está conversando com vários provedores. A gente vê que a maturidade ainda não está adequada para o nível que a gente precisa da LGPD”, declarou. “Para que a gente tenha tempo de conduzir esses testes de privacidade da forma mais adequada, a gente deve terminar em maio de acordo com o planejamento atual.”

(Agência Brasil)

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