Entender a relação entre as taxas de juros dos EUA e os investimentos no Brasil pode servir de explicação sobre diversos movimentos do mercado financeiro. Nos últimos meses, temos testemunhado um cenário econômico repleto de incertezas e desafios, impulsionados pela persistência da inflação e pela pressão nos preços das commodities.

Essa conjuntura levou o Federal Reserve (FED), o banco central americano, a sinalizar enorme dificuldade em iniciar o processo de queda nas taxas de juros, abandonando a ideia de uma inflação transitória. Enquanto isso, aqui no Brasil, o ciclo de alta da taxa Selic ainda carece de definição clara quanto ao seu término.

Um ponto crucial a ser considerado envolve o papel das Treasuries, os títulos da dívida soberana dos EUA, que funcionam como referência para o retorno considerado “livre de risco” no mercado global. Ou seja, se assemelham os nossos títulos de renda fixa do Tesouro Direto, a ativo “livre de risco” do Brasil.

Taxas de juros dos EUA e seus impactos

As movimentações na curva de juros dos Estados Unidos têm um impacto significativo na migração de recursos pelo mundo, especialmente em países emergentes como o Brasil. Mas o que isso significa para os investidores brasileiros?

Em primeiro lugar, é importante compreender que a dinâmica de paridade de juros internacionais implica que a taxa brasileira deve oferecer um prêmio pelo risco em relação ao juro americano. Isso acontece devido à possibilidade de desvalorização da moeda local, ao risco de crédito, entre outros fatores.

O aumento dos retornos dos títulos soberanos dos EUA podem desencadear uma tendência de fuga de diversas modalidade para ativos considerados mais seguros. Assim, levando à apreciação do dólar e à desvalorização de moedas de países emergentes, como o real brasileiro. Dessa forma, impactando diretamente os preços domésticos, aumentando a inflação e, consequentemente, a necessidade de o banco central elevar as taxas de juros para conter essa pressão inflacionária.

Diante desse cenário, é essencial que os investidores estejam atentos e compreendam as implicações das taxas de juros americanas em seus investimentos locais. Como bem disse Jerome Powell em um de seus discursos:

“Continuaremos atentos aos riscos, incluindo o risco de que a inflação alta seja mais persistente do que o esperado, e estamos preparados para responder conforme apropriado”.

Como atuar em mercados extremamente voláteis

Uma sugestão para os investidores é manter a calma e buscar oportunidades quando o mercado está em naquele sentimento de “excesso de caos”. Aproveitando tempos turbulentos e maximizar os retornos de seus investimentos com aportes estratégicos.

Portanto, compreender e acompanhar a interconexão entre as taxas dos EUA e os brasileiros ajuda a tomar decisões informadas e proteger seu patrimônio. Agindo rapidamente às mudanças do cenário econômico global, mantendo um olhar atento às oportunidades que surgem em meio à volatilidade.

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