Um mundo sustentável requer tecnologias que respeitem o Planeta e sirvam a humanidade.


A Engenharia e as tecnologias dela resultantes têm sido fundamentais para os avanços sociais e econômicos da humanidade.

A verdade é que essas tecnologias residem no âmago da evolução das sociedades e economias ao longo do tempo. E se considerarmos o sistema econômico, podemos afirmar que a sua disseminação no Planeta se deu no bojo do desenvolvimento tecnológico, nos vários continentes.

Em seus vários campos de conhecimento, a Engenharia aplica princípios matemáticos e científicos para resolver problemas via soluções técnicas eficientes. As tecnologias, por seu turno, são as manifestações práticas das soluções buscadas, abrangendo ferramentas, processos, métodos e produtos presentes nas organizações e em nossas vidas.

A dinâmica de criação de tecnologias nos vários campos da Engenharia produz inovações contínuas, promove a otimização de soluções existentes e a criação de novas, contribui para melhorar a qualidade de vida das gerações presentes e futuras – atenta aos direitos humanos e à sustentabilidade – e gera mais eficiência e eficácia operacionais, resultando em mudanças de pensamento e novos modos e hábitos de trabalho e consumo.

A Engenharia produz tecnologias da construção civil à indústria aeroespacial, passando pela tecnologia da informação e outros fronts tecnológicos que emergiram ao longo de anos, desde a Revolução Industrial até os dias de hoje. Se inicialmente o foco era o desenvolvimento econômico, o passar do tempo e os percalços da trajetória da humanidade mostraram que tal desenvolvimento não pode se dar sacrificando as gerações futuras e os seus direitos

1) Engenharia, direitos humanos e sustentabilidade

Um simples e despretensioso exame do ambiente em que estamos nos permite constatar: a Engenharia e as tecnologias que ela origina são onipresentes em nossas vidas.

Como os diversos campos da Engenharia podem contribuir em prol dos direitos humanos e da sustentabilidade?

Abaixo, tecemos breves comentários não exaustivos sobre como isso pode acontecer, sem preocupação específica com o(s) campo(s) da Engenharia envolvido(s), ainda que aqui e ali, se possa reconhecer um ou outro campo de atuação de engenheiros e outros profissionais envolvidos na criação e implementação de múltiplas tecnologias.

1. Mudança cultural

A integração dos direitos humanos e da sustentabilidade têm requerido mudança cultural na forma como os profissionais da Engenharia desenvolvem seus projetos tecnológicos e colaboram com as partes interessadas. O desenvolvimento e a consolidação de uma cultura ética nas firmas e centros de ensino de Engenharia é básica para um modus operandi focado em necessidades planetárias mais amplas. Advém da educação e resulta, ainda, da evolução das regras do jogo formais (regras legais) e informais (regras culturais).

2. Sustentabilidade, ESG e impactos socioambientais

A sustentabilidade e as práticas ESG – Environmental, Social and Governance – têm requerido tecnologias com foco socioambiental, que respeitem os direitos ambientais e aqueles relacionados aos trabalhadores e às comunidades impactadas por projetos tecnológicos. Sobre impactos, especificamente, sugerimos a leitura do nosso artigo denominado Governança e sustentabilidade: temos que falar sobre externalidades.

3. Planejamento sustentável

Os direitos humanos e a sustentabilidade exigem a consideração de fatores socioambientais desde as fases iniciais de projetos e empreendimentos deles decorrentes. O que inclui a escolha de materiais de baixo impacto ambiental, a minimização dos desperdícios e a otimização do uso de recursos naturais entre outros requisitos.

4. Uso de recursos naturais

Os vários campos da Engenharia devem incorporar práticas e produzir tecnologias que reduzam o consumo de água, energia e outros recursos naturais. Sistemas de produção, produtos e serviços ecoeficientes são requeridos e aqueles que alcançá-los, sensibilizando cidadãos e consumidores atentos, poderão ter maior sucesso em seus negócios.

Importante destacar a economia circular, conceito que surgiu em 1989, em artigo dos economistas e ambientalistas britânicos David W. Pearce e R. Kerry Turner, e ganhou expressividade em 2012, por meio do relatório publicado pela Fundação Ellen MacArthur, denominado Towards the circular economy. A economia circular requer a gestão sustentável dos recursos, com melhor aproveitamento dos recursos naturais, baseada na redução, reutilização e reciclagem.

Fonte: grupomuda.com

5. Gestão de riscos

Os profissionais da Engenharia têm sido instados, cada vez mais, a contemplar os riscos ambientais, climáticos e sociais na produção de tecnologias. A gestão dos projetos e empreendimentos de Engenharia agregou riscos nos quais não se pensava há alguns anos. Hoje, não basta as tecnologias serem seguras no seu manejo/uso individual, elas precisam refletir a preocupação com o meio ambiente e a comunidade.

6. Gestão de resíduos, reaproveitamento e reciclagem

O modus operandi das famílias e organizações nas sociedades modernas produz, em geral, uma quantidade que podemos chamar de colossal de resíduos de todos os tipos e tamanhos. A abordagem sustentável envolve a gestão adequada desses resíduos, criando-se soluções de reaproveitamento e reciclagem.

7. Criação de infraestruturas resilientes

Profissionais de Engenharia são desafiados a projetar e construir infraestruturas mais resilientes às mudanças climáticas e a eventos extremos, como enchentes, tempestades e terremotos. Isso tem a ver com o uso de materiais resistentes, técnicas de engenharia de proteção contra desastres e considerações sobre elevação do nível do mar entre outros tópicos.

8. Certificações e padrões sustentáveis

Certificações como Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) e Building Research Establishment Environmental Assessment Method (BREEAM) entre outras se tornaram populares como indicadores de sustentabilidade em projetos de construção. O cumprimento desses padrões pode influenciar o planejamento e a execução dos projetos de Engenharia.

9. Compras públicas

Em nosso País, o estado, por meio de suas licitações e contratações, tem grande capacidade de estimular a evolução dos critérios e práticas socioambientais, buscando seriedade e economicidade em suas compras. Nesse sentido, destacamos todo o arcabouço legal contido na Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei 14.133, 1/4/2021), incluindo os incentivos às micro e pequenas empresas em compras estatais.

2) Em suma

Os direitos humanos e a sustentabilidade, com destaque para as práticas ESG, estão presentes nos vários campos da Engenharia, originando soluções e tecnologias responsáveis, eficientes e resilientes, em linha com necessidades ambientais e sociais presentes e futuras. O estabelecimento de um propósito pelas organizações, alinhado a necessidades planetárias, requer a construção e consolidação de uma base tecnológica comprometida, em sua essência, com os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável.

Sugestões de leitura:

Ética nas organizações: é preciso enfrentar conversas difíceis

Direitos humanos e sustentabilidade: Conexão indissociável

Governança e sustentabilidade: temos que falar sobre externalidades

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