Se eles não conseguem definir o preço do combustível, não vão conseguir definir quanto um funcionário público tem que ganhar

Após o presidente Jair Bolsonaro indicar um novo presidente-executivo, o general Joaquim Silva e Luna, para a gestão da Petrobras na última semana, a Bolsa de Valores (B3) anda em constante queda. Nesta segunda-feira, os papéis da empresa caíram mais de 20%, e o Ibovespa 4,8%. Segundo Bolsonaro, o objetivo não é interferir na empresa, porém a administração anterior da petroleira mostrou “compromisso zero” com o Brasil. Além disso, o mesmo comentou que está se preparando para substituir outras áreas do seu governo que podem não estar funcionando de forma eficiente.

De acordo com Pedro Paulo Silveira, Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, o presidente conseguiu tirar 27% do valor de mercado da Petrobras, fazendo simplesmente evaporar o capital da maior empresa do Brasil. “Esse problema com a Petrobras e o preço dos combustíveis começou no começo do mês, e o presidente afirmou que não iria mexer na política da empresa. No entanto, foi exatamente isso que ele fez, assim dando um sinal errado para o mercado”, explica.

Silveira completa que o grande compromisso do ministro Paulo Guedes, que é fazer o ajuste fiscal, parece não ter um futuro muito certo. “Será que alguém consegue fazer ajuste fiscal nesse governo? Acho que não. Se eles não conseguem definir o preço do combustível, não vão conseguir definir quanto um funcionário público tem que ganhar, muito menos quanto de imposto os agentes têm que pagar”, completa.

Para Fabrizio Gueratto, Financista do Canal 1Bilhão Educação Financeira, para todo problema complexo existe uma solução simples e burra. “Segurar na força o preço dos combustíveis é tão eficaz quanto fazer uma lei dizendo que a partir de hoje o dólar vale R$ 1,00. O problema com os caminhoneiros se arrasta desde 2018 e agora, mais uma vez, a bomba está para explodir. A pergunta que fica é se os acionistas minoritários serão ressarcidos do estrago”, afirma.

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