Os dados foram apresentados pelo secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, na Comissão Mista do Congresso Nacional que acompanha as medidas para fazer frente à covid-19. Para o governo central, o déficit estimado agora é de R$ 871 bilhões (12% do PIB), ante projeção anterior de R$ 866,4 bilhões (12,1%).
Também foram apresentadas novas estimativas para o endividamento público. A expectativa é que a Dívida Bruta do Governo Geral fique em 93,9% no cenário base (PIB em -4,7%), chegando a 96,2% no pior cenário (PIB em -6,7%). Já a dívida líquida do setor público pode variar de 67,8% a 69,5% do PIB.
Renda mínima
Depois de levar um “puxão de orelha” do presidente Jair Bolsonaro por defender mudanças nos reajustes de aposentadorias para financiar a criação de um programa de renda mínima, o secretário Waldery Rodrigues disse nesta segunda-feira que uma nova proposta para o programa está sendo discutida no governo e será anunciada “no tempo devido”.
Questionado sobre o assunto durante audiência virtual da Comissão Mista do Congresso, Waldery evitou se alongar no assunto e afirmou que ele está sendo tratado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Waldery Rodrigues também disse Paulo Guedes está tratando de forma “serena e transparente” a questão da redução de despesas que poderá ser feita para bancar um novo programa de renda mínima.
“O líder (do governo na Câmara) Ricardo Barros e o ministro Guedes comunicarão as soluções, e eles falaram de forma muito precisa que as discussões estão se dando de forma muito serena e direta para não haver divergências”, afirmou, na audiência.
Reforma tributária
O secretário disse ainda que a segunda etapa da reforma tributária do governo será encaminhada “brevemente” ao Congresso Nacional. “O plano do governo para sair da crise está sendo detalhado pelo ministro Paulo Guedes”, completou.
Para o secretário, a maioria dos setores da economia brasileira apresentam uma “recuperação em V”, com exceção do setor de serviços, que tem recuperação mais lenta. Ele ressaltou que o aumento de investimentos deve vir pelo setor privado, já que há pouco espaço no Orçamento público para isso. “Não existe política de investimento sustentável sem fiscal robusto”, afirmou.
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