A Prio (PRIO3), antiga PetroRio, e a Petrobras (PETR4) não chegaram a um acordo sobre a concessão de Albacora (Oeste). O processo de venda foi encerrado pela estatal.
Em nota, a Prio, que negociava a compra do campo, esclareceu que “embora Albacora seja um ativo de grande potencial, uma possível transação com valores acima dos oferecidos não incorporaria nem o retorno nem o perfil de risco adequados para o projeto”, disse a companhia.
Para o analista da Nord Research, Rafael Ragazi, apesar de ser negativo o fato de Prio não adquirir um novo campo agora, por outro lado, é positivo o fato de que a empresa não tem pressa e não abre mão da rentabilidade em sua tomada de decisão.
A nosso ver, o crescimento se perpetua com consistência somente quando há uma alocação adequada de capital e consistência estratégica, acrescenta o analista.
Prio mudou a estratégia?
Não. A estratégia de longo prazo permanece a mesma.
Vemos o campo de Albacora Oeste apenas como uma negociação que não evoluiu até a concretização — “faz parte do jogo”, diz o analista.
Campos além da Petrobras
É importante saber que existem diversos campos na região (Bacia de Campos) que podem ser adquiridos pela Prio, como Peregrino, que é operado pela Equinor com 60% do campo, em parceria com a Sinochem, que detém os outros 40%.
Para Ragazi, é questão de tempo para a Prio encontrar um novo projeto para investir com retornos atrativos.
Petrobras continuará com foco em desinvestimentos?
Ainda é cedo para saber se a estatal dará continuidade aos desinvestimentos.
Para nós, dependerá muito de quem estará no comando da empresa, ou seja, de quem vai ganhar as eleições.
“Mesmo que o Jair Bolsonaro seja reeleito, não é possível saber se a atual diretoria (que ainda não deixou claro seu viés) dura muito. Afinal de contas, estamos no quarto presidente da Petrobras na gestão do atual presidente”, explica Ragazi.
Ele continua dizendo, “em outro cenário, com Lula de volta à presidência do país, é provável que a diretoria da estatal seja substituída e que o processo de desinvestimentos seja, pelo menos, reduzido”, avalia nosso analista.
O que se sabe até agora?
O que se sabe, por enquanto, é que a Petrobras dará continuidade ao projeto de revitalização de Albacora, que contempla o desenvolvimento da produção do reservatório de Forno, localizado no pré-sal de Albacora.
Segundo a estatal, o projeto prevê a contratação de uma nova plataforma do tipo FPSO — um sistema flutuante que produz, armazena e transfere petróleo — para o campo em substituição às duas unidades de produção que operam no ativo atualmente (P-25 e P-31).