Ainda que os fundos de renda fixa tenham penado em 2020, alguns produtos previdenciários conseguiram fechar no azul, ainda que tenham tido dificuldades para vencerem a inflação. Um levantamento da fintech Onze mostrou que o desempenho mais alto entre fundos de previdência em 2020 foi de 3,54%, caso do Bradesco Athenas PGBL/VBGL FIC Renda Fixa. O segundo mais rentável foi do mesmo banco: o Bradesco Private Ativo F08 C PGBL/VGBL FIC Renda Fixa, com alta acumulada de 3,33%, seguido pelo Brasilprev RT Premium FIC Renda Fixa, com ganho de 3,10%.

Quem enxerga estes planos como uma boa alterativa para aposentadoria pode observar ainda um ganho secundário que é a vantagem tributária. No PGBL, é possível deduzir até 12% da renda bruta ao ano na declaração de Imposto de Renda. Por outro lado, o cliente paga um imposto sobre o valor total resgatado, e não sobre a rentabilidade. O VGBL não é dedutível do IR, mas o cliente só paga o imposto de acordo com a rentabilidade.

“O PGBL vale a pena para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda e pode acionar este benefício”, explica o economista Fernando Pisa, consultor de Finanças Pessoais e Previdência Privada no serviço The Capital Advisor. “Ainda assim, é vantajoso quando a renda tributável supera os R$ 100 mil e quando o investidor se dispõe a deixar o dinheiro aplicado por longo prazo”, completa.

Outro ponto importante na tributação é a tabela a ser escolhida no momento da contratação. Quando é progressiva, os impostos de retirada dependem do valor acumulado e seguem a tabela do IR comum. A regressiva depende do tempo em que o dinheiro permanece no fundo: quanto mais tempo o dinheiro permanecer, menor a alíquota. O imposto mínimo é de 10%.

“A vantagem tributária realmente é uma das razões para aplicar em fundos previdenciários ao invés de economizar por conta para a aposentadoria. No entanto, o investidor precisa comparar as opções, inclusive levando em conta as assets independentes, que têm produtos que por vezes superam os bancos tradicionais”, recomenda Tiago Reis, analista de mercado da Suno Reserach.

Nestes produtos, além de observar a rentabilidade, é fundamental conhecer as taxas de administração, que podem ser salgadas demais nos planos previdenciários e corroer a vantagem tributária. A Onze verificou que o Brasilprev RT FIX II FIC Renda Fixa cobra uma taxa de 1,5% ao ano, o que pode representar um peso demasiado em tempos de juros baixos (o rendimento deste foi de 2,01% no ano passado).

O mesmo levantamento verificou que produtos de rentabilidade semelhante em 2020, como o Itaú Flex Prev Vision Plus FIC Renda Fixa, cobrou apenas 0,6% de taxa de administração, oferecendo uma rentabilidade de 2,61%. O fundo previdenciário vencedor em rentabilidade no ano passado, o Bradesco Athenas PGBL/VBGL FIC Renda Fixa também cobra 0,6%.

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