“Confirmamos que o valor analisado é igual à concentração calculada e que o valor analisado está abaixo 1.500 Bq/L” (bequerel por litro, uma medida de radioatividade), afirmou o porta-voz da TEPCO, Keisuke Matsuo, um dia após o início da operação de despejo. A norma nacional de segurança é de 60.000 bq/l.
Os resultados foram “similares à nossa simulação anterior e (permaneceram) suficientemente abaixo do limite de segurança”, acrescentou Matsuo. “Vamos continuar com as análises todos os dias durante o próximo mês, e inclusive depois.
Da mesma forma, a Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que as disposições do Japão relativas à descarga de água tratada da central nuclear de usina cumprem as normas internacionais de segurança para proteção contra radiações.
O porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, disse que os padrões utilizados são patrocinados por esta e outras seis organizações internacionais. Estas normas “constituem a referência mundial para proteger a população dos efeitos nocivos das radiações ionizantes”, afirmou.
O ministério do Meio Ambiente do Japão informou que novas amostras foram obtidas nesta sexta-feira e que os resultados serão divulgados no domingo, 28.
O Japão iniciou na quinta-feira, 24, o despejo no mar de 1,34 milhão de tonelada de água residual (o equivalente a 540 piscinas olímpicas) da acidentada central de Fukushima. A liberação visa o descomissionamento da usina e na recuperação da prefeitura local pelo terremoto e do tsunami que atingiram a cidade em março de 2011.
Os fenômenos destruíram os sistemas de resfriamento da usina nuclear de Fukushima Daiichi, fazendo com que três reatores derretessem e contaminassem a água de resfriamento. A água foi coletada, filtrada e estocada em cerca de mil tanques, que ocupam grande parte do terreno da usina e alcançarão sua capacidade máxima no início de 2024. Agora, essa água está sendo liberada no mar, depois de ser tratada para remover a maior parte dos resíduos radioativos.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU, aprovou o plano e supervisiona o processo de despejo, que considera “adequado às normas internacionais de segurança”. Mas o projeto gerou uma onda de preocupação nos países vizinhos e na comunidade pesqueira local, temendo que isso prejudicasse ainda mais a reputação dos seus frutos do mar.
A China, por exemplo, decidiu suspender todas as importações de frutos do mar procedentes do Japão e classificou o plano de Tóquio de “extremamente egoísta e irresponsável”. A proibição começou imediatamente ao despejo das águas e afetará todas as importações de “produtos aquáticos”, incluindo frutos do mar, segundo o aviso.
Hong Kong e Macau disseram que estavam proibindo frutos do mar de Fukushima e de outras nove províncias japonesas. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte classificou a libertação como um “crime contra a humanidade” e disse que o Japão seria totalmente responsável pelas suas “consequências catastróficas”.
Na Coreia do Sul, o despejo provocou protestos entre a população, mas o governo apoiou o plano japonês. A polícia sul-coreana deteve 16 estudantes ativistas na quinta-feira por supostamente tentarem entrar ilegalmente na embaixada japonesa para protestar contra a libertação. Os ativistas entraram no prédio que abriga a embaixada, gritaram slogans e desdobraram faixas, mas não conseguiram entrar nos escritórios da embaixada, segundo a polícia.ND
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