Depois do corte completo de distribuição de gás anunciado pela Rússia, as bolsas europeias caem fortemente, aproximando-se das mínimas do ano. Esse quadro é bem diferente das bolsas no resto do mundo que se encontram em alguns casos, cerca de 10% acima das mínimas, como é o caso de Brasil, Estados Unidos e Japão. Isso é resultado direto da invasão da Ucrânia, mas, principalmente, por algumas posturas que foram tomadas pelos políticos europeus que escalaram o conflito, abrindo espaço para consequências incertas.

Agora, meses depois dessas posturas, a conta chega literalmente e metaforicamente. Essas consequências não se limitam ao mercado financeiro, mas à economia real e à qualidade de vida das pessoas. Baseado mais nesse último pilar, seguem cinco razões para você ficar bem distante do antigo continente na temporada de inverno do hemisfério norte:

  1. O preço das coisas: a inflação mais alta em 40 anos, rodando em 9.2% ao ano, se manifesta de forma muito mais agressiva em certos ativos que estão em níveis proibitivos. Para quem é turista, isso se reflete prioritariamente na alimentação, que está sofrendo não só pela alta e escassez de fertilizantes, mas pela quebra de safra por causa das recentes ondas de calor. Quem sair para jantar nesta temporada vai ser servido no final da refeição com a conta mais alta das últimas décadas. Talvez melhor ter mais amor com o seu dinheiro.
  1. O frio: como estamos entrando numa espécie de economia de guerra, algo que ficou mais evidente depois das medidas anunciadas no final de semana, podemos esperar que os governos irão adotar formas diferentes de racionamento na utilização de gás natural para calefação durante o inverno. Um exemplo, só será permitido ligar o aquecimento se a temperatura estiver abaixo de um certo nível, digamos 18 graus. Talvez seja muito frio para você e, no final, talvez esse número seja mais baixo, uma vez que ainda estamos longe da temporada, porém, eu não gostaria de sair do meu país para ir passar frio, pagando 500 dólares (mesmo que indiretamente) pelo preço do gás.
  1. Comida: não apenas tem a questão do preço, mas dependendo do que acontecer, alguns alimentos podem simplesmente não estar disponíveis. Logo, existe a chance de você ser obrigado a comer certas coisas que não gostaria. Isso vale principalmente para aqueles que preferem se afastar do circuito dos restaurantes, talvez os supermercados tenham menos opções que o normal.
  1. Logística: a alta dos preços dos combustíveis vai ter impacto direto nas cadeias de logística, impactando não somente a distribuição de produtos, mas também serviços essenciais (inclusive transporte público), por exemplo. Cancelamentos de voos ou de viagens de trem não seria surpresa olhando para o passado, o que pode ter efeitos muito desagradáveis para quem tem dia e hora para se locomover em solo europeu. Nada pior do que ficar preso em lugar sem ter como sair ou tendo que pagar preços absurdos numa competição por quem dá mais.
  1. Risco geopolítico: o menos provável, no entanto, o mais importante. As consequências acima têm uma grande probabilidade de ocorrer, são desagradáveis e inconvenientes, mas esperamos que termine por aí. Já uma escalada ainda maior nas tensões com a Rússia pode trazer consequências que somos incapazes de prever. Não achamos provável, contudo, é possível. E não gostamos de riscos assimétricos, preferimos deixar para depois nossos planos de esquiar nos alpes.

Alguns lugares são mais seguros, claro, como a Península Ibérica, e outros mais perigosos como Alemanha, Finlândia e Suécia, por diferentes razões. Entretanto, em geral, alguns dos problemas são universais, principalmente, os ligados aos preços e alimentação. No final, melhor não ir para a Europa por um tempo.

E pessoal, dia 12 de setembro, eu e a equipe da Inv, mais o Pedro Cerize e o Mario Sabino te esperamos para um encontro muito especial: nosso primeiro grande evento presencial desde a pandemia. As vagas são limitadas, então, clique aqui para saber mais sobre o Inv Talks.

Rodrigo Natali, estrategista-chefe na Inv Publicações.

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