O pesquisador projetava IPC de 0,93% no nono mês, mas elevou a estimativa depois de dois resultados acima de 1%: na segunda quadrissemana (1,05%) e na terceira (1,07%). Nesta leitura mais recente, os alimentos subiram 1,87% e contribuíram com 0,46 ponto porcentual para o índice cheio.
“O que acontece é que alguns itens dispararam muito, e isso chama atenção em alimentação: o grupo não subiu de maneira geral, tem alguns itens com peso considerável subindo mais e puxando esse movimento”, explica Moreira.
Na divulgação, os destaques foram novamente óleo de soja (18,84% para 23,95%), arroz (13,85% para 14,18%) e leite longa vida (5,99% para 6,83%), pelo lado da alimentação. Juntos, os três itens foram responsáveis por metade de todo o impacto dos alimentos sobre o índice, 0,23 ponto porcentual.
As leituras de ponta, que indicam a tendência dos itens, sinalizam que há pressões adicionais contratadas para as próximas divulgações. Na ponta, o óleo de soja acelera a 30,3% e o arroz, a 25,3%. O leite longa vida desacelera, mas ainda com taxa expressiva, de 5,8%. Também chamou atenção do pesquisador o comportamento da gasolina, que desacelerou de 2,60% para 2,16% e mostra alívio adicional na leitura de ponta, a 0,99%.
“Eu acho que a alimentação volta a se comportar em breve, mas até o final do ano vai ter algum susto desses itens mais ligados a commodities. Não tenho nenhuma dúvida de que o IPC de 2020 vai ficar acima de 2,0%”, afirma Moreira.
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