As três letras do ESG (e o que elas representam) estão interligadas pelo capital humano, o que faz com que as empresas reconheçam a força das partes interessadas e se adaptem para o atendimento de suas demandas.

As empresas sabem também que para o sucesso da conexão do ESG à estratégia do negócio é preciso uma abordagem de governança que conquiste pessoas. Porque serão elas que moldarão a cultura da empresa para a pratica das ações mais ou menos sustentáveis. E serão essas ações que construirão o sentimento de aprovação ou rejeição das pessoas dos múltiplos grupos que compõem as partes interessadas de uma empresa. Ou seja, as pessoas é que estão no centro de todo processo ESG, para bem e/ou para o mal. Isso é tão óbvio que acaba sendo preterido por outras questões quando falamos de ESG. 

Por tudo isso, não é possível falar de ESG sem considerar a importância do capital humano independente do grupo que pertença: colaborador, acionista, fornecedor, consumidor, etc.. São partes interessadas com demandas distintas, mas que foram reunidas pelo ESG em uma estratégia de objetivo único que é o atendimento das suas expectativas. E aí temos que falar do G do ESG, que de certa forma é por onde tudo se inicia e se encerra.

A relação entre boa governança e desempenho precisa de atributos que vão além do técnico, são inerentes da própria condição humana, como por exemplo a responsabilidade e a transparência. Aqui também pela obviedade do contexto torna-se desnecessário relembrar da importância do cultivo e retenção de talentos, porque são as pessoas (talentosas ou não) que estão no coração de uma empresa.

Segundo pesquisas, as iniciativas ESG são levadas em consideração nas decisões de muitos profissionais para escolha e permanência em determinadas empresas, especialmente para as gerações mais jovens, de acordo com novas conclusões da Society for Human Resource Management (SHRM). Além disso, 75% dos executivos afirmam que as iniciativas ESG têm um impacto positivo no envolvimento e engajamento dos seus colaboradores. 

Recentemente lí um artigo onde um especialista canadense de gestão de ativos da Instar Asset Management, George So, fez a seguinte provocação:  Lideramos com o “G” , mas as conversas sobre ESG concentram-se principalmente no “E” e no “S”, explorando como as empresas lidam com as partes interessadas, retribuem às comunidades e contribuem para um futuro mais sustentável e equitativo. Tal afirmação é fato, porém é necessário acrescentar que o desempenho de ambos (E e S) depende da governança (G) feita pelas pessoas e para as pessoas.

A título de conhecimento, um artigo de 2021 publicado no Journal of Financial Economics analisou o valor de mercado das empresas de capital aberto nos EUA de 1975 a 2016 e descobriu que o trabalho representava 14% a 22% do valor de mercado, o capital do conhecimento representava 20% a 43%, e o capital da marca representou 6% a 25%. O capital físico representou 30% a 40%. A importância do capital físico diminuiu substancialmente ao longo desse período, e os valores percentuais para ativos intangíveis onde se encontra o conhecimento do capital humano estão no limite superior para indústrias de alta qualificação.

E para encerrar, embora a infraestrutura adequada para a tomada de decisões com indivíduos certos em locais certos sejam fundamentais para a estratégia de uma organização, é o propósito da empresa e as pessoas engajadas com tal propósito em todos os níveis do negócio que são os verdadeiros responsáveis pelo seu sucesso. E nesse caso, o ESG além de tudo que representa e proporciona, é também um grande propulsor.

Fontes:

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