Ranking de Ações: JBSS3 na lanterna com baixa de -4,57%.

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🌎 CENÁRIO EXTERNO

Dando um tiro no próprio pé

Mercados

Bolsas asiáticas encerram o pregão de ontem em tom misto, refletindo, em parte, o pobre desempenho das bolsas ocidentais. Na zona do euro, o Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos ao redor do continente, opera acerca da estabilidade, enquanto futuros em NY retomam a trajetória altista. O dólar segue perdendo força contra seus principais pares (DXY) e as commodities seguem em alta. Destaque para o preço do petróleo (Brent Crude) que, ao operar em leve alta, é negociado em torno dos US 42,60/barril.

Estímulos nos EUA

Como mencionamos no Mercados Hoje de ontem, o dia de hoje é crucial para determinar o avanço (ou não) de mais um pacote de estímulos antes das eleições. Comentamos o ultimato dado por Pelosi para acordar um pacote em até 48hrs, ou seja, hoje, enquanto ela e o presidente do Tesouro, Steve Mnuchin, continuam discutindo os detalhes em torno do pacote. Democratas e republicanos ainda seguem divididos sobre questão relacionadas à magnitude de recursos para os cofres dos estados e municípios, créditos tributários para famílias de baixa renda e a instalação de direitos de proteção de responsabilidade.

O maior problema está no senado

A despeito de ver o maior alinhamento entre democratas e a Casa Branca como algo definitivamente positivo; entendemos que os republicanos, chefes do Senado, são o maior entrave. Mesmo que Pelosi e Mnuchin cheguem em um acordo definitivo, para aprovar o pacote seria necessário votos suficientes dentro da Casa Alta. Isto, no entanto, parece pouco provável. John Thune, o número dois no Senado, disse que seria “difícil” encontrar membros suficientes do partido republicano para aprovar o pacote de US$ 1,8 trilhão proposto por Trump. Mais difícil ainda seria encontrar votos suficientes para passar um pacote ainda maior, como o de US$ 2,2 trilhões proposto pelos democratas. O mercado, por sua vez, continua cético, precificando a aprovação de um novo pacote somente após as eleições do dia três de novembro.

Nossa visão

A rejeição à aprovação de mais um pacote trilionário por parte dos republicanos demonstra um apego ferrenho à ideologia fiscalista que, no atual momento, somente eleva as chances de uma “onda azul” (resultado eleitoral onde os democratas tomam controle das duas casas do Congresso e da Casa branca) se materializar. O estado precário do mercado de trabalho – que ainda conta com uma elevada taxa de desemprego e altas preocupantes nos pedidos de seguro-desemprego – tende a se intensificar quanto mais tardio for o processo de aprovação de um novo pacote de gastos. Assim, um cenário como este tende a subtrair popularidade dos que estão no poder e lutam contra uma clara reversão, ao menos parcial, deste cenário. Em outras palavras, os republicanos parecem estar dando um tiro no próprio pé ao não compreender que a trajetória da dívida pública americana tenderá em direção à estabilidade no ano que vem, pois a taxa de crescimento do PIB certamente será maior do que a taxa real de juros.

Na agenda

Em dia relativamente morno de indicadores econômicos, os destaques ficam com as novas construções residências, publicadas pelo Conference Board, e os discursos de J. Williams (Fed de NY) e Evans (Fed de Chicago).

CENÁRIO BRASIL

Novo acordo com o EUA ocorre em meio a dúvidas em torno da relação entre os dois países

O Banco Central deveria subir a Selic?

Existe, atualmente, a narrativa dentro do mercado financeiro que o atual nível de 2,00% na taxa Selic está “errado”. Proponentes desta linha de argumentação enunciam que o atual nível da taxa básica é incondizente com o risco fiscal vigente; além de não se justificar perante a recente aceleração do IPCA. A despeito de atrativa, acreditamos que esta linha de argumentação está errada.

O que importa é inflação na meta

Os que propõem tal argumento, no entanto, se esquecem de alguns fatos importantes que norteiam a condução da política monetária. Primeiro, o trabalho do Banco Central é, antes de mais nada, colocar a inflação na meta. Este é o job description dele. Como as projeções do BC, assim como as expectativas de inflação, para 2020 e 2021 ainda estão abaixo de suas respectivas metas, torna-se claro a presença de um elevado grau de estímulo monetário.

Os parâmetros objetivos da macroeconomia importam

Ainda, a elevada capacidade ociosa deixada pela pandemia tende a intensificar forças desinflacionarias, fazendo com que a inflação fique consistentemente abaixo da meta no horizonte relevante para a política monetária. Por último, a recente aceleração do IPCA – primordialmente em virtude da alta dos alimentos – é transitória, uma vez que, para que continue, seria necessária uma contínua aceleração do câmbio e/ou dos preços das commodities no mercado internacional. Dificilmente a taxa de câmbio acelerará além de seu atual nível, ao passo que as commodities já começam a dar sinais de desaceleração. A última divulgação do Índice de Commodities do BC (IC-BR) mostrou forte arrefecimento nos preços dos itens agropecuários.

Novo acordo Brasil/EUA

O Brasil e os EUA acabam de assinar um pacote de medidas para fomentar o comercio entre os dois países. Entre a medidas se encontram iniciativas que visam facilitar o comércio, as boas práticas regulatórias e o combate à corrupção. Segundo o presidente Jair Bolsonaro, que celebrou o acordo em vídeo enviado à Câmara de Comercio Brasil-EUA; o pacto “será capaz de reduzir burocracias e trazer mais crescimento à relação bilateral”. As medidas não abordam questões tarifarias.

Momento crítico na relação dos países

A assinatura do pacote ocorre na esteira da maior queda no volume de trocas comerciais entre o Brasil e os EUA em 11 anos, que, ao registrar um total de US$ 33,4 bilhões, configurou uma queda de 25,1% em relação ao mesmo de período de janeiro a setembro em 2019. O resultado é mais um sintoma da pandemia do que qualquer alteração no relacionamento entre os dois países. Mesmo assim, o atual momento se destaca devido à proximidade das eleições americanas, que agregam uma camada de incerteza ao relacionamento bilateral, já que o presidente Jair Bolsonaro endossou de forma explicita o incumbente Donald Trump, além de se tornar alvo de críticas do seu adversário, Joe Biden, devido a sua gestão ambiental.

Bolsonaro estabelece prioridade da reforma administrativa

Durante o mesmo evento da Câmara de Comércio, o presidente Jair Bolsonaro destacou a reforma administrativa como o próximo item na pauta de reformas. A prioridade do presidente difere da defendida por Rodrigo Maia (DEM-RJ), que citou a PEC Emergencial como a proposta que deveria ser tratada com maior urgência em 2020. A declaração exemplifica uma evolução surpreendente do presidente em relação ao tema, já que há poucos meses Bolsonaro pretendia postergar a reforma, que já está pronta desde 2019, até 2021. De qualquer forma, como já destacamos anteriormente, a reforma administrativa tem sido recepcionada pelo Congresso com muito menos resistência do que outras pautas prioritárias, como a tributária e a PEC emergencial.

Maia volta a rechaçar extensão do decreto de calamidade pública

Em resposta a uma matéria da CNN Brasil que relatava que o presidente da Câmara dos Deputados “não se opõe a prorrogar auxílio (emergencial)”, Rodrigo Maia publicou uma mensagem nas rede sociais esclarecendo que é contra a prorrogação do decreto de calamidade e destacou a necessidade de encontrar uma solução dentro do teto de gastos. A matéria informava que o demista estava aberto a novas parcelas, desde que fossem contabilizadas dentro do teto. A correção de Maia ocorre na esteira de uma declaração no sábado onde o presidente da Câmara se posicionou contra a postura de alguns parlamentares anônimos no Congresso que já defendem a necessidade de parcelas adicionais do auxílio em 2021.

Roberto Campos Neto destaca “ponto de flexão” de credibilidade fiscal

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, ressaltou, em evento realizado pela Milken Institute, uma entidade de pesquisa econômica, o importante momento econômico vivido pelo Brasil, comparando-o com um “ponto de inflexão”. Segundo Campos Neto, o Brasil precisa passar credibilidade e retomar os investimentos privados. O presidente do BC também ressaltou a necessidade de convencer os operadores de mercado que haverá continuidade na agenda de ajustes (reformas).

Bolsonaro não tem sucessor claro para Guedes

O alinhamento de visão entre Campos Neto e o ministro Paulo Guedes (Economia), que defende a mesma linha de pensamento; é relevante, já que muitos enxergam Campos Neto como um sucessor natural para a pasta econômica. Apesar de ser visto como um possível sucessor para Guedes, muitos no governo, como o ex-presidente do Banco do Brasil; Rubem Novaes, apostam que Campos Neto também entregaria o seu cargo na hipótese de uma saída de Guedes.

Na agenda

Assim como no exterior, a agenda econômica local morna trás apenas a segunda prévia do IGP-M para o mês de outubro. O índice ainda deve continuar pontuando a pressão advinda dos alimentos, mas deve apresentar uma desaceleração para 2,67% ante alta de 4,57% em setembro.

E os mercados hoje?

Bolsas internacionais sobem na expectativa de algum desfecho em torno da aprovação de mais um pacote de estímulos nos EUA. Caso Mnuchin e Pelosi cheguem a um acordo, mercados tenderão a se beneficiar. A resistência dentro do senado, no entanto, se apresenta como um impedimento preocupante. Aqui no Brasil, a defesa em prol da reforma administrativa por parte de Bolsonaro emite o sinal correto na medida em que demonstra comprometimento com a ajuste fiscal. De qualquer maneira, ativos domésticos devem reagir com maior vigor aos movimentos das bolsas americanas.

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