As companhias abertas precisam ter a governança bem afiada para disputar a atenção e o interesse do investidor. E nisto cabe, por exemplo, um “Programa de Compliance e Integridade” buscando a criação de procedimentos e estruturas internas de forma a estabelecer parâmetros éticos e de conformidade com as leis vigentes. Para além disto, é preciso ter uma comunicação profissional, integrada à estratégia da organização, e arranjos e ordenações capazes de satisfazer o cliente no formato omnichannel – para atendê-lo da forma que desejar, agendando horários e criando facilidades, seja no mundo físico ou virtual. A demanda – particularmente nas companhias de varejo, mas não só – exige estruturas ágeis e responsáveis.
O metaverso (tema da matéria de capa da revista RI deste mês, por exemplo) já recebe as primeiras incursões do mercado de capitais, com assembleias virtuais sendo preparadas em um ambiente paralelo, com direito a avatares desfilando, votando e firmando posição. Em um futuro brevíssimo, avatares estarão comprando e vendendo produtos e serviços e as companhias não poderão reclamar que não foram avisadas.
A propósito desta nova tendência, do mundo virtual, a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) acaba de lançar estudo intitulado “Radiografia do Shopper Brasileiro”, em parceria com o Instituto Qualibest, apontando que 49% dos consumidores têm intenção de usar o metaverso para fazer compras e 51% dos pesquisados afirmaram que comprariam mais online com o uso de plataformas imersivas. E segue um dado curioso e que “dá a deixa” para os senhores e senhoras concorrentes: os shoppers que nunca usaram o metaverso representam 95% dos pesquisados mas… 70% confessaram interesse no ingresso. Esta radiografia foi realizada em cinco grandes regiões metropolitanas do país, ouvindo 52% de mulheres e 48% de homens das classes A, B, C e D.
Ampliar a estrutura de atendimento – com o necessário espaço no metaverso – e manter os parâmetros de uma governança adequada pode não ser tão simples em uma curva de aprendizado, mas os atentos investidores saberão quem está mais afiado para conquistar novos mercados e, consequentemente, aumentar o market share em um mundo cada vez mais competitivo.
INOVAÇÃO
Projetos de inovação visando novas rotas tecnológicas (digitais) serão avaliados pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e, caso sejam aprovados, receberão até 90% do seu valor – que deverá ser de no mínimo R$ 5 milhões.
A iniciativa é parte do Programa de Fomento Basic Funding Alliance (BFA), cujo objetivo é promover a inovação aberta, por meio de alianças entre empresas, startups e Unidades Embrapii. A verba, a fundo perdido, totaliza R$ 60 milhões e os projetos devem ser apresentados até 25 de outubro próximo.
DESCARBONIZAÇÃO
Focada em sua estratégia global de sustentabilidade, que tem por meta atingir zero emissões de CO2 até 2050, a Cummins acaba de se filiar à Associação Brasileira de Hidrogênio, ABH2. Criada há 5 anos, a entidade visa fomentar a cadeia de produção, distribuição e uso desse elemento para fins energéticos e industriais no território brasileiro. “A associação à ABH2 vem reforçar o nosso propósito de ser líder em soluções baseadas em tecnologias de hidrogênio”, comenta Fábio Magrin, head de negócios.
A empresa enxerga nos eletrolisadores, os dispositivos para produção do hidrogênio, parte importante na sua estratégia rumo à descarbonização. O processo permite a eletrólise da água na produção de hidrogênio a partir de fontes de energias limpas, como solar, eólica ou hidroelétrica.
TRENS / HIDROGÊNIO
A Alemanha inaugurou, dia 24 último, a primeira frota de trens de passageiros operada com hidrogênio no mundo. O empreendimento conta com 14 veículos que atuam com baixo nível de ruído, enquanto emitem apenas vapor e água condensada. O sistema de reabastecimento de hidrogênio permite que cada locomotiva percorra um trajeto de 100 quilômetros entre as cidades de Cuxhaven, Bremerhaven, Bremervoerde e Buxtehude, no norte do país.
O estado da Baixa Saxônia investe mais de 93 milhões de euros no projeto fechado pela subsidiária estatal Landesnahverkehrsgesellschaft Niedersachsen (LVNG), a Alstom, construtora dos trens, a Elbe-Weser Railways and Transport Company (EVB), que conduz as máquinas, e a empresa de gás e engenharia Linde.
HIDROGÊNIO VERDE
Empresas interessadas no arrendamento de área no Complexo Industrial Portuário de Suape (PE) destinada à instalação de uma planta industrial produtora de hidrogênio verde (H2V) têm até o dia 27 de setembro para encaminhar suas propostas. O investimento total estimado é de aproximadamente US$ 3,5 bilhões, com 1 GW (gigawatt) de capacidade de eletrólise e área de 72,5963 hectares. O arrendamento será por 25 anos, sendo possível prorrogação por igual período. O chamamento será publicado no Diário Oficial do Estado. A área situa-se fora da poligonal do Porto Organizado, sendo administrada diretamente pela estatal portuária.
Na futura fábrica, o H2V será produzido a partir da dessalinização da água do mar. O chamamento público também contempla duas unidades industriais produtoras de hidrogênio azul a partir da reforma de vapor metano como insumo para posterior produção de amônia em outras duas unidades a serem implantadas também em Suape.
O H2V é insumo para muitas indústrias, principalmente na Europa, já existindo até como combustível para veículos (e agora trens, vide nota acima). Também é usado para produzir amônia, um dos principais fertilizantes para o agronegócio, o qual o Brasil é um dos mais importantes produtores mundiais.
HIDROGÊNIO / MARCO
A Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) anunciou o investimento de 34 milhões de euros para o desenvolvimento de projetos de produção de Hidrogênio Verde no Brasil (H2V), durante evento organizado pela Câmara Brasil-Alemanha (AHK), como noticiamos na edição anterior.
A inciativa chamada H2 Brasil prevê a disponibilização dos recursos ao longo dos próximos dois anos para a construção de uma planta piloto de eletrólise com capacidade de 5 MW. Além disso, o governo alemão espera colaborar na instituição de um marco regulatório de H2V no país, dando prosseguimento ao Programa Nacional de Hidrogênio do Ministério de Minas e Energia (MME).
ATLAS EÓLICO
A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) serviu como palco para o lançamento do “Atlas Eólico Onshore e Offshore do Espírito Santo”, sexta-feira última. O Atlas traz informações sobre o potencial de geração de energia eólica – obtida a partir da força dos ventos – dos municípios capixabas. Segundo a Findes, o mapa servirá como fonte de informações técnicas e estratégicas para a construção de um ambiente de incentivo a novos investimentos para o desenvolvimento do Espírito Santo, informa a Agência EPBR.
O documento teve apoio da Findes e do Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia. A metodologia da construção das informações, assim como elaboração dele, é do Instituto Senai de Inovação e Energias Renováveis (ISI-ER) do Rio Grande do Norte.
RALLY
A Ambify – empresa do Grupo Ambipar voltada para tokenização de carbono – compensará a emissão de carbono do “Rally dos Sertões 2022”, que este ano celebra 30 anos e homenageia o Bicentenário da Independência. Estima-se que 3,4 mil toneladas de CO2 serão compensadas ao longo das provas.
O evento teve início na última sexta-feira e vai até 10 de setembro. Os participantes percorrerão cinco regiões do país, oito estados e 14 cidades iniciando a prova em Foz do Iguaçu/PR com destino final em Salinópolis/PA.
INVESTIDOR
A logtech Freto, que conecta caminhoneiros às melhores cargas do mercado rodoviário, superou, em julho deste ano, os R$ 10 bilhões em fretes movimentados na sua plataforma. Nos primeiros cinco meses do ano, esse volume cresceu 20% na comparação com o mesmo período de 2021. Já a receita da plataforma teve um salto de 50% no primeiro semestre de 2022. A base de caminhoneiros, extremamente qualificada, segundo a empresa, alcançou os 161 mil.
Um ano após a captação da sua primeira rodada de investimentos, no valor de R$ 22,5 milhões, a startup, conversa com novos investidores. O objetivo é escalar suas soluções em um setor que demanda eficiência logística e transparência operacional, aliadas a condições de trabalho dignas de quem transporta mais de 60% da economia brasileira pelas rodovias.
ESTRANGEIROS
O fluxo de investidor estrangeiro, em agosto, na B3, é o maior valor mensal desde março deste ano. O valor, até o dia 22, é de R$ 17,58 bilhões.
Na contramão deste, os investidores institucionais são responsáveis pela saída de R$ 14,4 bilhões e as pessoas físicas de R$ 3,4 bilhões. Os dados são da plataforma TradeMap, que acaba de contratar o excelente profissional Einar Rivero.
LUCRO
O lucro das empresas de capital aberto registrou queda de 44,5% no 2º trimestre de 2022 na comparação com o mesmo período de 2021, ao passar de R$ 66,4 bilhões para R$ 36,9 bilhões.
É o que mostra levantamento junto a 321 empresas com ações listadas na B3, realizado pela TradeMap, assinalando que desconsiderou os resultados de Petrobras, Vale, Braskem e Suzano, “tendo em vista que as empresas registaram lucros historicamente elevados, com distorções para a análise geral”.
CPC
Dias 14 e 15 de setembro acontecerá o XIX Seminário Internacional CPC, no formato online, com apoio do Portal Acionista.
O foco estará nas normas internacionais de relatórios financeiros, relatórios de sustentabilidade, combinação de negócios e criptoativos, com palestrantes de alto nível.
Os participantes que assistirem pelo menos 75% do seminário, receberão da APIMEC BRASIL – 2 créditos; do CFC/CRCs – 6 pontos e do IBGC – 3 créditos, nos respectivos Programas de Educação Continuada. Inscrições pelo link http://www.eventos.facpc.org.br/inscricao/XIXSeminarioCPC
DIREITO
O 9º Encontro de Direito das Companhias Abertas já recebe inscrições. Evento será no dia 20 de outubro e neste ano voltará a ser presencial, com apresentação na Arena B3, à Praça Antonio Prado, 48, em São Paulo.
“Abordagem Regulatória para Questões ESG” será um dos painéis neste ano. O Encontro tem apoio do Portal Acionista e pode ser acessado pelo link https://encontrodedireito.com.br/
GESTORA
O Banco Bradesco comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que firmou parceria estratégica com o Banco Votorantim para a formação de uma gestora de investimentos independente, que terá marca própria, a ser definida.
Na transação, o Bradesco, por meio de uma de suas controladas, irá adquirir 51% do capital da BV DTVM, que concentra a gestão de recursos de terceiros e a atividade de private banking do banco BV. A Sociedade já detém R$ 41 bilhões de ativos sob gestão e R$ 22 bilhões sob custodia no private banking.
ANIMAL
A Ourofino Saúde Animal (companhia aberta, parceira deste Portal) recebeu o “Troféu Agroleite” na categoria Saúde Animal. A premiação foi realizada durante a programação da Agroleite, em Castro (PR). Considerado o “Oscar do Leite”, o prêmo é promovido pela Castrolanda e homenageia as melhores empresas do setor.
A companhia também foi premiada em 2016 com o reconhecimento dado por meio de votação popular.
