“Ibovespa opera em forte baixa em meio queda do barril do petróleo após o anúncio da  Arábia Saudita que decidiu aumentar a produção de petróleo e dar descontos aos compradores.

O choque hoje tem a ver especialmente com o petróleo, importante commodity mundial e fundamental nas operações da Petrobras.

No entanto, o movimento é globalizado e por isso entendemos que não há mudanças dos fundamentos das empresas locais, apenas maior dificuldade no cumprimento dos guidances anuais dado expectativa de menores fluxos de caixas incrementais devido às notícias cada vez mais concretas sobre o impacto negativo na demanda e por conseguinte, no preço das commodities globais promovidos por uma série de acontecimentos.

A receita da Petrobras é diretamente ligada ao preço de referência do barril de petróleo, da mesma forma que a decisão pelo nível ótimo de produção também acaba passando pelo atual momento do Brent. Assim, a mudança no preço do petróleo envolve diretamente a rotina operacional não só da Petrobras, mas de todas as companhias que pautam seus guidances com um preço de referência; preço hoje que sofre forte impacto.

A política de preços da Petrobras é flexível e lhe permite o ajuste aos novos condicionantes do mercado. A companhia tem a estratégia de definir bem seus passos antes de tomar alguma decisão mais drástica. Foi assim quando em setembro do ataque de drone a Saudi Aramco tal qual no aumento da beligerância do confronto EUA x Irã. O movimento a ser feito ainda é incerto, mas o que vemos da política da Petrobras é que o mesmo será tomado apenas com as condicionantes bem definidas, com paciência e analisando o cenário como um todo, bem como os desdobramentos de qualquer decisão.
Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos

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