Você sabe o que são e quais são os principais indicadores fundamentalistas? Usados para fazer uma análise de fundamentos das empresas, eles servem como um parâmetro de comparação e de avaliação para basear decisões na bolsa de valores.
A partir deles, o investidor consegue avaliar pontos importantes sobre uma companhia listada na bolsa. Dessa forma, existem diversos indicadores que servem para diferentes objetivos e métricas, demonstrando informações importantes.
A seguir, você verá 9 indicadores fundamentalistas que valem a pena conhecer. Acompanhe e potencialize a sua análise de ações!
1. Balanço patrimonial
O balanço patrimonial é um documento contábil elaborado pelas empresas e de divulgação obrigatória para as companhias de capital aberto. O seu principal objetivo é demonstrar dados relevantes sobre a parte financeira do negócio.
Dessa maneira, ele elenca os ativos circulantes e não circulantes, assim como os passivos circulantes e não circulantes. Ademais, também é feito o cálculo para se chegar ao patrimônio líquido da empresa no período.
O patrimônio líquido é um indicador obtido pela diferença entre os ativos e passivos de uma companhia. Logo, ele é um número que demonstra a saúde financeira do negócio, considerando as obrigações e as receitas.
É válido lembrar que quem investe em ações se torna sócio de companhias. Desse modo, o acionista tem direito a participar dos resultados da empresa e também assume os riscos do negócio. Por isso, é imperativo fazer uma boa análise e determinar se a empresa está com as finanças em dia.
Nesse sentido, o balanço patrimonial é considerado um indicador fundamentalista essencial. Ele é do tipo quantitativo. Ou seja, aqui se observa os números da empresa, para avaliar como está a gestão e as estratégias do negócio.
Com números positivos e comparando-os a balanços de outros períodos, pode-se determinar se o negócio teve sucesso. Também é possível verificar a taxa de endividamento, saber se o patrimônio é suficiente etc.
2. LPA
LPA é a sigla para lucro por ação, logo, ele demonstra qual é valor do lucro da empresa representado em cada ação emitida. A sua conta é bem simples: basta dividir os ganhos líquidos dos últimos 12 meses pelo número de papéis emitidos.
Esses dados estão no balanço patrimonial e no demonstrativo de resultados divulgados pela empresa. Dessa forma, se uma companhia obteve R$ 500 milhões de lucro no período e a quantidade de ações é de 100 milhões, por exemplo, o LPA será de R$ 5.
Com ele, o investidor consegue determinar se a empresa fornece lucro aos acionistas ou se a quantidade de ações é superior aos ganhos. Fazendo uma análise histórica desse indicador, os investidores poderão traçar expectativas.
Ou seja, se o LPA foi historicamente positivo, essa é uma tendência que se mostrou consistente e pode indicar boa saúde financeira. A empresa pode já estar consolidada e ter lucros atrativos recorrentes ou ter apresentado uma expansão de mercado durante os últimos anos.
Mas atenção: o LPA indica apenas a geração de lucros, e não a sua distribuição para os acionistas. O valor do LPA não reflete os dividendos que as ações renderam durante o período. Assim, se a análise focar em proventos, é preciso utilizar outros indicadores — que você conhecerá adiante.
3. P/L
O P/L é um indicador muito popular na análise fundamentalista. Ele é resultado da divisão da cotação atual da ação pelo seu lucro nos últimos 12 meses. Dessa maneira, é possível avaliar qual é o retorno esperado comparado ao preço de um papel.
Por esse motivo, é comum dizer que o P/L é utilizado para definir se uma ação está cara ou barata, considerando o lucro esperado. Porém a sua análise não é tão simples, pois os resultados podem indicar situações específicas.
Um P/L alto indica que o mercado está disposto a pagar mais pelos lucros daquela companhia. Por outro lado, um P/L baixo demonstra que o preço da ação está baixo em relação aos lucros apresentados. Isso pode tender, por exemplo, a oportunidades de valorização.
Ao considerar esse fundamento, você pode fazer uma comparação entre diversas empresas, para definir qual tem um P/L mais atrativo. Mas é essencial comparar negócios semelhantes e considerar que existem fatores que podem influenciar no indicador.
Além disso, é importante ficar atento para não considerar apenas o P/L na hora de tomar uma decisão. Embora seja um indicador múltiplo, ele não é suficiente na análise. Assim, nunca pode ser utilizado como o único parâmetro em uma escolha de investimento.
4. P/VPA
O P/VPA também é um indicador múltiplo. Dessa forma, é fundamental saber que VPA significa valor patrimonial da ação. Ele indica a relação da divisão entre o patrimônio líquido de uma empresa e a quantidade de ações emitidas.
O resultado do VPA, então, demonstrará quanto cada ação vale — considerando o patrimônio da empresa. Ou seja, o que realmente pertence aos acionistas em relação ao patrimônio, subtraindo os passivos.
Ao dividir o preço atual da ação com o seu valor patrimonial, chega-se ao P/VPA. A partir dele, o investidor consegue perceber se a cotação atual do papel realmente representa o valor patrimonial do ativo.
Para os P/VPA menores do que 1, há indícios de que o mercado não gostaria de pagar muito pela participação na empresa. Já os P/VPA maiores podem indicar que a negociação dos papéis ocorre acima do seu valor patrimonial.
Contudo, a análise é mais complexa, pois é preciso entender o que esses indícios realmente demonstram ao investidor. Desse modo, os P/VPA maiores podem mostrar uma supervalorização da ação ou mesmo um patrimônio insuficiente da empresa.
Já os P/VPA menores podem acarretar um potencial de rentabilidade maior, caso a cotação no futuro fique proporcional ao patrimônio. Logo, utilizando esse indicador com uma análise qualitativa, o investidor poderá analisar seu potencial de valorização.
5. Dividend yield
O dividend yield (DY) é um indicador muito utilizado por quem quer avaliar o pagamento de dividendos de determinadas empresas. Você sabe o que são esses proventos e como eles funcionam no mercado de ações?
Os dividendos são a distribuição de lucros da empresa aos seus acionistas feita de forma periódica, conforme o estatuto social. Conforme a lei, todas as companhias de capital aberto devem fazer essa divisão, em percentuais escolhidos por elas.
Dessa forma, quem tem ações de uma empresa, receberá os dividendos correspondentes. Nesse sentido, muitos investidores têm o objetivo de receber uma renda passiva por meio dos proventos.
Para que essa estratégia seja mais eficiente, os investidores buscam alocar os recursos em empresas boas pagadoras de dividendos. Assim, buscam aquelas companhias que pagam mais proventos — e com mais regularidade.
Para fazer essa análise, é comum utilizar o dividend yield. Esse indicador demonstra qual é o percentual de dividendos pagos conforme o preço atual da ação. Para isso, ele utiliza uma análise histórica dos proventos pagos por uma empresa.
A fórmula do DY é a seguinte:
DY = dividendos pagos nos últimos 12 meses / cotação atual da ação.
Para visualizar em forma de percentual, basta multiplicar o resultado por 100. Assim, imagine uma empresa que pagou uma média de R$ 1,45 no último ano, e sua ação está cotada em R$ 38.
Aplicando o cálculo acima, o DY dela será de 3,81%. Utilizando esse indicador, é possível comparar diversas empresas para determinar seu pagamento de dividendos e escolher, junto a outros fundamentos, as melhores ações para sua carteira.
6. Dividend payout
No tópico anterior você entendeu que as empresas são obrigadas por lei a fazer a distribuição de dividendos aos acionistas. Essa divisão de lucros deve ter suas regras registradas no estatuto social das companhias.
Então, é importante entender que a parcela de lucro obtido e que será repassada a quem tem ações é de escolha da empresa. Ou seja, não há um percentual mínimo dos ganhos que devem ser distribuídos a quem tem direito.
Mas você pode ter mais detalhes dessa informação ao entender o dividend payout. Esse indicador demonstra qual é a porcentagem de lucro que será distribuída entre os acionistas. Assim, ele é um número certo e que está definido no estatuto social, então não é necessário fazer cálculos.
Assim como o dividend yield, a importância do dividend payout é maior para quem busca uma estratégia de recebimento de renda passiva. Porém, ele também consegue demonstrar quais empresas já estão mais consolidadas no mercado.
Isso ocorre porque aquelas companhias que já têm uma boa base de clientes e conquistaram seu espaço, não precisam mais utilizar os lucros para reinvestimento. Portanto, elas geralmente já chegaram a um patamar em que mais ganhos podem ser repassados aos acionistas.
Como não precisam mais investir tanto em expansão, as empresas desse nível podem distribuir mais proventos. Por outro lado, companhias novas ou que são ligadas a setores de muita inovação não costumam fazer distribuições não grandes.
7. Margem EBITDA
Você já ouviu falar no EBITDA das empresas? Essa é a sigla para a expressão em inglês earnings before interests, depreciation and amortization. Ela pode ser traduzida para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
Assim, a margem EBITDA tem a finalidade de demonstrar a capacidade de a empresa gerar lucro de acordo com seus custos de operação. Contudo, é preciso ficar atento: ela não considera as dívidas e outras obrigações que a empresa possui.
A fórmula da margem EBITDA é a seguinte:
Margem EBITDA = (EBITDA / receita operacional) x 100.
Aplicando esse cálculo aos números divulgados pela empresa, o investidor saberá, percentualmente, qual é a margem de lucro.
Imagine uma empresa que tem um EBITDA de R$ 100.000 e sua receita operacional de R$ 500.000. Utilizando a fórmula anterior, podemos verificar que sua margem EBITDA é de 20%. Ou seja, de toda a receita que a empresa gerou, 20% foram de lucro.
8. EV
EV é a sigla para enterprise value, ou valor do empreendimento, em português. Ele serve para demonstrar ao investidor um montante teórico de valor da empresa caso ela fosse vendida no momento do cálculo.
Dessa maneira, o EV considera também a dívida líquida da empresa e os recursos que ela possui em caixa ou equivalentes. Com isso, é possível definir quanto, realmente, vale a empresa. Esse resultado serve para embasar uma análise fundamentalista.
Para calculá-lo, primeiro é necessário encontrar o valor de mercado da companhia. O cálculo é feito multiplicando a cotação atual da ação pelo número total de papéis circulantes. Depois, você deve somar o resultado à dívida líquida.
Vamos a um exemplo: imagine uma empresa que tem 1 milhão de ações a R$ 30 cada e sua dívida líquida é de R$ 15 milhões. A conta será: (1 milhão x 30 + 15 milhões). Portanto, o EV dessa empresa corresponde a R$ 45 milhões.
9. EV/EBITDA
Utilizando os dois indicadores anteriores, se torna viável chegar a outro indicador fundamentalista: o EV/EBITDA. Como você deve imaginar, ele é resultado da divisão entre o enterprise value e o EBITDA da companhia analisada.
Com esse indicador o investidor saberá quanto tempo é necessário para que o lucro pague o valor da empresa. Ou seja, se alguém comprasse essa companhia, quantos anos demoraria para que tivesse retorno sobre o investimento.
Por isso, o resultado do EV/EBITDA não possui uma unidade de medida, sendo que depende do período em que foi analisado. Quanto menor esse número, menos tempo a empresa precisa para lucrar a totalidade do seu valor.
Um diferencial aqui é que o EBITDA não considera o pagamento de impostos e outras taxas. Logo, é possível fazer comparações entre empresas com regimes tributários diferentes e, até mesmo, de outros países.
Contudo, é preciso ficar atento às situações momentâneas das companhias. Geralmente, quando um negócio está em expansão, há mais dívidas, mas isso não significa necessariamente algo negativo. Desse modo, como qualquer outro indicador, ele não pode ser analisado isoladamente.
Agora você já conhece 9 indicadores fundamentalistas para basear suas análises! Uma questão recorrente entre eles é a necessidade de utilizar diversos indicadores para ter mais consistência na avaliação. Por isso, busque fazer comparações e entender melhor como eles funcionam.
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