Ontem os mercados no mundo passaram o dia no campo negativo, mas no final da tarde os mercados americanos mostraram alguma recuperação, com o Dow Jones fechando levemente positivo e dólar enfraquecendo no mercado internacional. Aqui, a Bovespa registrou perda de 1,87%, com o índice em 115.822 pontos e dólar em alta para R$ 5,123.
Aqui houve recuperação também, mas o fechamento foi novamente fraco influenciado por vencimento de derivativos, petróleo em queda afetando Petrobras, e principalmente pelos problemas na área política. Tudo isso serviu para inibir melhor performance. Houve muita discussão sobre pautar a PEC dos municípios, com a União assumindo repasses de recursos, numa época absolutamente complicada para as finanças públicas. No final do dia, Rodrigo Maia retirou a PEC de pauta, mas prometeu colocar hoje em discussão.
O dia começou e fechou com Bolsas asiáticas em queda e destaque para Xangai com -1,86%, Europa que não capturou melhora de ontem em boa alta, mas de olho no Reino Unido e futuros do mercado americano com comportamento misto. Aqui, não deveríamos perder o patamar de 113 mil pontos do Ibovespa e seria ótimo iniciar caminhada para retomar a faixa de 118 mil/119 mil pontos, já conquistada e perdida.
Investidores no mundo preocupados com a nova cepa da covid-19 e eficácia das vacinas para essa mutação, mas, no fundo, claro, está a recuperação da economia global. Nos EUA, o congresso aprovou aquele pacote de estímulo fiscal de US$ 900 bilhões que segue para sanção presidencial, e também aprovou financiamento de US$ 1,4 trilhão para o governo até o término do ano fiscal em setembro de 2021, o que certamente é bastante positivo. Mas a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, defende ações adicionais para cobrir despesas dos Estados.
No Reino Unido, a segunda leitura do PIB do terceiro trimestre mostrou melhora para +16%, mas na comparação anual aparece contração de 8,6%, melhor que a anterior de -9,6%. Ainda por lá, pelo menos 40 países passaram a bloquear voos originados no Reino Unido. Na Alemanha, o índice GFK de confiança do consumidor de janeiro teve contração para -7,3 pontos, vindo de -6,8 pontos, mas a previsão era ainda pior, em -9,5 pontos.
No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY registrava nova queda de 1,31%, com o barril cotado a US$ 47,34. O euro era transacionado em queda para US$ 1,222 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,92%. O ouro e a prata tinham quedas na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago.
Aqui, Rodrigo Maia prometeu pautar para hoje a MP do Amapá com redução de tarifa de energia, a lei do gás e a polêmica PEC dos municípios que o governo deveria bloquear, mas, no fundo, as disputas são mesmo pela sucessão na Câmara e no Senado. Bruno Funchal, secretário do Tesouro, alertou para o risco fiscal da PEC dos municípios que afeta a credibilidade do país e a recuperação econômica. Ou seja, perdem todos.
Falando de municípios, nesta manhã, o prefeito do Rio de Janeiro Crivella foi preso faltando 9 dias para entregar o governo. Na economia, a FGV anunciou que a confiança do consumidor de dezembro caiu 3,2 pontos, para 78,5 pontos.
Na agenda do dia teremos a divulgação do IPCA-15 de dezembro, prévia da inflação do ano que deve acelerar para +1,16%, e fechar o ano com inflação de 4,34%. Nos EUA, sai a confiança do consumidor do Conference Board de dezembro, as vendas de imóveis usados de novembro e o índice de atividade de Richmond.
Expectativa para o dia é de Bovespa em alta seguindo exterior, dólar mais forte e juros em alta.
Bom dia e bons negócios!
Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado