A Via Varejo anunciou que o balanço do quarto trimestre virá com uma baixa de R$ 1,2 a R$ 1,4 bilhão, por causa de fraudes contábeis. O impacto no patrimônio líquido deve ficar entre R$ 800 milhões e R$ 940 milhões.
De acordo com a companhia, o comitê de investigação criado para apurar denúncias de irregularidades contábeis identificou indícios de fraude contábil; com manipulação da provisão trabalhista e diferimento indevido na baixa de ativos e contabilização de passivos; além de falhas de controles internos que poderiam resultar em erros relevantes em determinadas contas contábeis.
Além disso, a Via Varejo informou que haverá um efeito caixa no decorrer dos próximos três a quatro anos; que se refere a perda dos processos trabalhistas que levam a saída de recursos do caixa.
Contudo, a companhia ainda informou que a investigação encontrou créditos fiscais da ordem de R$ 600 milhões referentes a PIS/Cofins e ICMS e com outros R$ 273 milhões de créditos de Imposto de Renda e Contribuição Social, a companhia espera anular o efeito no lucro líquido.
Impacto: Negativo. As ações da Via Varejo encerram o pregão em queda de 3% após chegar a subir cerca de 8%. O caso demonstra que a companhia não estava sendo gerida de forma responsável pelo Grupo Pão de Açúcar. Sob a nova gestão do Michael Klein, começamos a enxergar os primeiros passos para uma retomada do grupo. Não descartamos que novos problemas da gestão anterior ainda possam vir a aparecer. Contudo, avaliamos o movimento como exagerado no pregão e esperamos uma recuperação das ações; em função dos créditos tributários que compensariam o efeito das provisões trabalhistas e pelo bom momento vivido pelas ações do setor de varejo na bolsa brasileira.
