A maior curiosidade do brasileiro com os Títulos do Tesouro e a necessidade de se comparar com atenção os diferentes tipos de papel, para potencializar ganho em um ambiente de taxa de juros magra, tem levado bancos e corretoras a entregarem mais informações sobre estes tipos de produtos.
Com a queda da Selic para 4,25% ao ano e a inflação em patamares semelhantes, entender cada tipo de título e saber como o Tesouro pode servir aos seus objetivos de investimento pode ser a diferença entre bons e maus negócios.
A Pi Investimentos, fintech do Banco Santander, lançou no início de fevereiro um serviço de análise dos títulos em sua plataforma. Além de isentar a taxa de administração, a Pi passou a apresentar a classificação dos diferentes papéis em três níveis (risco 1, 2 e 3).
Títulos mais distantes, como o Tesouro IPCA com Juros Semestrais e vencimento a partir de 2026 recebem risco mais alto. Já títulos de maior liquidez, como Tesouro Selic, recebem classificação 1. A nota 2 serve para títulos prefixados. “Estamos arriscando e estamos deixando claro ao consumidor os riscos de cada produto”, explica Felipe Bottino, CEO da Pi.
O Tesouro Direto oferece títulos com diferentes tipos de rentabilidade, prazos de vencimento e fluxos de remuneração. A principal vantagem é o risco-retorno envolvendo a aplicação. Em muitos casos, pode ser considerado superior aos principais índices econômicos brasileiros.
No ano passado, o número total de operações com estas aplicações foi de 5,51 milhões, uma média de 459 mil por mês, recorde histórico e que representa um crescimento de 105% em comparação a 2018, conforme o Tesouro. O total de investidores ativos no programa atingiu a marca de 1.201.181 pessoas no final do ano passado. Foram 414.863 novos investidores ativos, o maior crescimento da série histórica.
De acordo com o coordenador do curso de Gestão Financeira do Centro Universitário Internacional Uninter, Daniel Weigert Cavagnari, os títulos do Tesouro continuam sendo um porto seguro para se manter o dinheiro aplicado, e podem ser a porta de entrada para novos investidores que queiram escapar da poupança. ‘‘A melhor forma de começar é investindo em Tesouro Direto e ir se ambientando às outras aplicações disponíveis”, avalia.
Conheça os principais tipos de títulos do Tesouro
Selic
É considerado o investimento mais seguro do mercado brasileiro. Sua rentabilidade está diretamente ligada à Selic. Ou seja: qualquer mudança nessa taxa se reflete de imediato no rendimento desse título. Diferentemente da poupança, já começa a render a partir do segundo dia de aplicação, o que permite rentabilidade maior ao longo do tempo.
Hoje, é possível investir no Tesouro Selic a partir de R$ 100 e essa quantia pode ser resgatada a qualquer momento. Por essas características, é mais indicado para deixar o dinheiro da reserva de emergência.
Prefixado
É um investimento interessante para quem pode investir no médio prazo: entre cinco e dez anos. Sua principal característica é travar a rentabilidade da aplicação em uma determinada taxa de retorno. No entanto, isso só vale se o investimento for mantido até a data do vencimento.
É mais adequado quando há perspectiva de queda na taxa Selic. Isso porque ele não sofre o efeito que essa queda tem sobre os demais investimentos de renda fixa.
IPCA+
É mais indicado para quem quer proteger seu dinheiro da inflação. No entanto, ele é recomendado para quem quer investir por um longo prazo, acima de dez anos. Por ter um prazo de vencimento mais longo, o Tesouro IPCA+ é o título mais sensível ao sobe e desce do mercado. Mas se a aplicação estiver de acordo com o objetivo financeiro, não há com o que se preocupar.
Fonte: Magnetis Investimentos