Em um material criado pela Rico Investimentos, marcando presença na última quarta-feira no painel “Onde Investir 2020”. A equipe comentou sobre 6 setores: Commodities; alimentos, varejo, construção, bancos e utilities.

1. Commodities – Felipe Hirai, gestor da Dahlia Capital

Neste primeiro painel, Felipe Hirai explicou porque a dinâmica política chinesa deve beneficiar as empresas do setor. Isso porque nos próximos anos a China terá dois eventos muito importantes: em 2021, o Partido Comunista fará 100 anos e, no ano seguinte será talvez a terceira eleição do Xi Jinping, que tem planos de ser o maior imperador da China, ultrapassando Mao Tsé-Tung.

Para garantir um centenário e uma eleição tranquila, a China certamente vai trabalhar no bem-estar do povo, ou seja, trazer benefícios via estímulos econômicos. Então, o que pode estar acontecendo nos últimos anos na China, é uma desaceleração calculada, inclusive usando a guerra comercial para dizer que a culpa não é da China, para com isso, estimular sua economia nos anos de 2020 e 2021.

Por isso o ciclo de commodities pode ser favorável para Petrobras (sua preferida), Vale e Siderúrgicas.

Abaixo, eu transcrevi uma de suas falas sobre o otimismo que ele enxerga com as empresas do setor:

“Todas elas passaram por um processo grande de redução de dívida: 5 anos atrás a Petrobras tinha uma dívida de R$ 400 bilhões, a Vale tinha uma dívida de quase R$ 100 bilhões (podendo zerar a dívida esse ano) e a lucratividade dessas empresas devem melhorar muito. Elas se desalavancaram e o lucro está crescendo agora. A Petrobras acaba sendo a nossa preferida porque a geração de caixa da Petrobras hoje é 5x maior do há 5 ou 10 anos, a empresa está em um processo de crescimento de produção de petróleo, finalmente está rentabilizando o pré-sal, mas apesar de tudo isso, ainda negocia 15% abaixo do pico que fez lá atrás quando o pré-sal foi descoberto.”

2. Alimentos – Betina Roxo, analista da XP Investimentos.

No setor de alimentos, a Betina Roxo reiterou o discurso que a gente trouxe no dia anterior, neste mesmo Rico Matinal, de que os frigoríficos ainda devem se beneficiar bastante nos próximos anos, e que por isso, ainda são grandes apostas de investimentos para uma carteira diversificada.

O risco que se deve ter em mente neste setor é que qualquer notícia indicando uma normalização dos preços das carnes lá fora, pode provocar uma correção pra baixo no preço das ações mesmo que os benefícios continuem nos próximos resultados, isso porque as ações já subiram muito e podem já ter refletido parte deles nos preços.

3. Varejo – Carolina Ujikawa, analista da Mauá Capital

O setor de varejo foi um dos mais mind-blowings (do português, impressionante ou chocante) que a gente teve, porque a Carolina explicou como as varejistas estão começando a utilizar a inteligência dos dados a favor delas para conseguir melhores resultados. Ela mesma deu como exemplo, a experiência do blazer verde que ela viveu ao entrar em uma Lojas Renner. Por mais que ela não quisesse comprá-lo, a Renner começou a tentar impactá-la diariamente com anúncios. Tudo isso para chegar à conclusão de que essas empresas podem ter resultados melhores.

Para quem acompanha mais o múltiplos das empresas e sabem que são companhias historicamente caras, podemos ver não só um crescimento de lucro mas também de múltiplos, ou seja, essas empresas podem ser reprecificadas na bolsa e terem uma valorização ainda mais expressiva.

Quem não comprava varejista por achar que estava cara pode se surpreender com a reprecificação que essas companhias podem passar. Por isso ela possui Magazine Luiza e Lojas Renner dentro do portfólio do Maua ações, e uma parcela em Via Varejo, mas por motivos completamente diferentes aos motivos que possui as duas primeiras.

4. Construção – Brunno Donadio, analista da Equitas

No setor de construção, Brunno Donadio deu uma aula de diferentes tipos de empresas. Como é um setor cíclico e com um descasamento do ciclo de caixa enorme (estamos falando de um período de quase 10 anos entre a compra do terreno e o recebimento da receita de venda do imóvel), a empresa que possui uma estrutura de dívida mais controlada, mais conservadora e com mais caixa tende a sobreviver aos diferentes ciclos que o setor passa. Empresas mais agressivas nesta estratégia, correm o risco de ficarem pelo caminho. Até por isso que muitas das empresas do setor não conseguiram sobreviver à crise dos últimos anos de Brasil.

Na carteira ele possui duas empresas de cada um desses mundos:

i) Eztec, empresa que a Equitas carrega a 10 anos no portfólio e que tem uma estratégia mais conservadora e focada em alta renda de São Paulo e ii) Helbor, que é o oposto da primeira, tem uma estratégia mais agressiva na sua maneira de financiar o seu crescimento, mas por outro lado, pode ser compensada com um retorno mais forte que o de Eztec no curto prazo.

Sobre as fortes altas das ações do setor na bolsa: por ser um setor menos líquido, mesmo que as empresas estejam valendo muito mais do que deveriam, não vale a pena montar um short (apostar na queda dos preços) porque por mais certo que vocês esteja, até que isso se prove verdade as ações ainda podem subir muito ainda.

5. Bancos – Marcel Campos, analista da XP Investimentos.

O analista falou sobre os bancos tradicionais, mas surpreendeu com a recomendação em BMG. Para ele, esse é o banco mais atrativo da bolsa. De maneira resumida, o banco caiu 30% depois do IPO feito no final do ano passado, oriunda de alguns reconhecimentos errados e detalhes pouco claros no balanço, mas que ainda continua sendo o banco líder no que faz desde 1930 e que tem todas as condições de melhorar os seus resultados.

Dentro do setor de bancos tradicionais, tem preferência por Banco do Brasil por ainda ter muita melhoria pra implementar e com condições de crescer sua carteira de crédito.

Comentou sobre a disrupção que o setor está passando, mas não menospreza os benefícios da retomada econômica que os grandes bancos podem capturar nos próximos anos.

Uma simples melhora na inadimplência pode contribuir para o crescimento de lucro dos bancos.

6. Utilities – Ralph Rosenberg, gestor da Perfin

Chamamos o Ralph, da Perfin, uma das casas que mais tem conhecimento do setor de energia e que inclusive tem até atuado como co-investidor do governo em alguns projetos, para falar de um setor tradicionalmente conhecido pela maior previsibilidade de resultados e histórico de bom pagador de dividendos.

A Perfin tem a maior parte dos seus investimentos dentro do setor concentrados em Alupar e Cesp, e durante a conversa, Ralph explicou porque ele prefere as duas empresas em relação às outras. A explicação que ele deu para a importância de acompanhar a taxa que as transmissoras estão topando pagar nos leilões foi muito legal para entender as suas preferências dentro do setor.

Ele chamou atenção para o fato de que é preciso colocar na conta do ‘valuation’ das empresas do setor, a capacidade que elas terão de manter o pagamento de dividendos ao longo dos próximos anos.

Elaborado por: Thiago Salomão, CNPI-P 1399 Matheus Soares, CNPI 1969 – Rico Investimentos


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