Investidores do fundo imobiliário Tordesilhas EI (TORD11) estão indignados. Em meio à falta de transparência, o fundo vendeu dois ativos por valores bem abaixo do investimento inicial, gerando um prejuízo de R$ 200 milhões. Além disso, sem pagar dividendos há mais de um ano, o FII atua em multipropriedade e títulos como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
Em setembro, o fundo anunciou a venda do Resort do Lago por R$ 4,6 milhões e do Kawana Residence por R$ 5,4 milhões. Esses imóveis haviam custado R$ 79,19 milhões e R$ 38,38 milhões, respectivamente. Conforme comunicado, o pagamento será parcelado em 24 vezes, com apenas 10% de entrada. O silêncio da gestora R Capital Asset e da administradora Vórtex sobre a justificativa para a venda e as condições do negócio tem frustrado os cotistas.
Faixa de risco no fundo imobiliário TORD11
Conforme matéria no E-Investidor, diante da falta de explicações, os investidores recorreram à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à B3. Aldo Guzman, cotista do fundo, liderou uma reclamação formal, destacando que a gestora ignorou múltiplas solicitações de esclarecimentos. Além disso, outro cotista chegou a enviar uma carta diretamente à CVM e B3, pedindo uma intervenção sobre as alienações a “preço de banana.”
Para os especialistas, o problema é claro: a gestora não é obrigada a convocar uma assembleia para discutir a venda, mas tem o dever de ser transparente. Bruno Boris, advogado, sugere que os investidores cobrem um laudo de avaliação dos imóveis e analisem a média de preços no mercado. Já Rafael Rebola, especialista em direito financeiro, vê indícios de violação ao direito à transparência, exigido pela CVM.
Para quem deseja evitar esse tipo de situação, duas estratégias são essenciais: sempre acompanhar de perto os relatórios dos fundos e monitorar as análises dos especialistas. Para isso, o Clube Acionista pode servir de grande facilitador para encontrar diversas fontes de qualidade e as recomendações dos analistas.
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