Nos últimos dias os juros no Brasil se estressaram e elevando os rendimentos dos títulos do Tesouro IPCA+. Para os próximos 12 meses, o movimento sugere um retorno próximo a 11,0% para o CDI, indicando um possível aumento na taxa Selic.

O cenário fiscal brasileiro permanece incerto, com medidas arrecadatórias insuficientes para reverter o déficit das contas públicas. Governo e Congresso ajustaram a meta fiscal, mas novas medidas aumentam a incerteza.

Conforme o consenso, em meio ao cenário desafiador, oportunidades em renda fixa podem surgir diante dos aumentos dos prêmios. Portanto, fique atento aos dados econômicos, como o IPCA e o CPI nos EUA, para entender melhor os movimentos da curva de juros.

Já nos investimentos, a sugestão de diversificação em títulos entre diferentes prazos e indexadores (pós, prefixados e IPCA+), para se proteger contra oscilações no mercado, se faz necessária neste momento. A semana promete ser movimentada, pois na quarta-feira teremos a decisão sobre a taxa de juros pelo comitê de política monetária dos EUA.

Boletim Focus (10.06.24): Mais uma semana com projeção de inflação subindo

Revisões dos dados e projeções do Boletim Focos. Divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central do Brasil contendo resumo das expectativas de mercado a respeito de alguns indicadores da economia brasileira.

IPCA/24:de 3,88% para 3,90% ⬆️
IPCA/25:de 3,77% para 3,78%⬆️
PIB/24:de 2,05% para 2,09% ⬆️
CÂMBIO/25:de R$5,05 para R$5,09 ⬆️
SELIC/24:de 10,00% para 10,25% ⬆️
SELIC/25:de 9,18% para 9,25% ⬆️
Fonte: Banco Central – Boletim Focus

Rendimentos dos títulos do Tesouro Direto

Alta volatilidade nos rendimentos dos títulos públicos impacta a rentabilidade anual e o preço unitário – se a taxa sobe, o preço cai e vice-versa – .

Fonte: Tesouro Direto 10/06/2024

O que é a taxa Selic e por que ela é importante?

Taxa Selic é a principal taxa de juros da economia brasileira, influenciando outras taxas e investimentos. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, costuma ter relação inversa com o movimento dos juros, ou seja, quando um sobe, o outro tende a cair – e vice-versa.

Basicamente, ocorre porque altas taxas tornam o dinheiro mais caro, prejudicando empresas que dependem de investimentos. Quando a taxa Selic cai, o acesso ao dinheiro (via financiamentos, por exemplo) aumenta, impulsionando investimentos de renda variável e, consequentemente, no valor das ações.

Portanto, acompanhar quais serão os próximos movimentos da Selic se torna importante para o investidor. O Comitê de Política Monetária (Copom) a define a cada 45 dias, considerando indicadores como inflação, dólar, emprego e renda, bem como o impacto na economia do país.

Quer saber quais as recomendações para investir na renda fixa? Veja as análises e sugestões conforme diversos analistas no Clube Acionista, por aqui.

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