Finalmente foi emitido o primeiro conjunto de padrões globais de relatórios para que as empresas divulguem informações uniformes sobre clima e sustentabilidade. A falta de padronização sempre foi um ponto muito criticado dentro da proposta ESG fazendo com que a ausência de uma estrutura global de relatórios ESG gerasse um cenário confuso para empresas e investidores

Mas, nesta segunda feira (26/06), o International Sustainability Standards Board (ISSB) emitiu sua estrutura voluntária com os padrões inaugurais IFRS S1 e IFRS S2 que promete reformular as normas de relatórios ESG da mesma forma que os Padrões Internacionais de Relatórios Financeiros fizeram duas décadas atrás.

Como o ISSB não tem poder para impor a aplicação destas regras, as empresas podem aplicar voluntariamente estas normas, e as autoridades jurisdicionais poderão decidir se requerem às empresas que as apliquem, por isso, os padrões foram identificados como estrutura voluntária, e serão lançados oficialmente na conferência anual da Fundação IFRS durante uma semana de eventos organizados por bolsas de valores de todo mundo.

Os padrões foram construídos sobre os conceitos que sustentam as Normas Contábeis IFRS, que são exigidas por mais de 140 jurisdições, e adequados para aplicação em todo o mundo, criando uma linha de base global.

Segundo Emmanuel Faber, presidente da ISSB, “Os padrões ISSB foram projetados para ajudar as empresas a contar sua história de sustentabilidade de maneira robusta, comparável e verificável”.

E segundo Sue Lloyd, vice-presidente do ISSB Com os novos padrões, “os investidores podem ter certeza de que, quando comparam empresas, o fazem de maneira semelhante ao tomar suas decisões de investimento”.

Sobre os padrões:

  • O IFRS S1 fornece um conjunto de requisitos de divulgação projetados para permitir que as empresas comuniquem aos investidores sobre os riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade que enfrentam no curto, médio e longo prazo. 
  • O IFRS S2estabelece divulgações específicas relacionadas ao clima e foi desenvolvido para ser usado com o IFRS S1.
  • Ambos incorporam totalmente as recomendações da Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD).

Com o crescente interesse do mercado de capitais nos investimentos ESG o tema extrapolou para o mundo político e os órgão reguladores da Europa, Estados Unidos e Ásia tentaram proteger o investimento ESG do greenwashing (maquiagem verde) que se tornou-se uma preocupação generalizada. A União Europeia criou uma taxonomia e também foi a primeira a revelar regras para investimentos ESG. 

Nos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commission – SEC trabalha para que as empresas relatem suas emissões de carbono, mas encontra resistência do movimento anti-ESG que desacelerou os esforços de regulação.

De acordo com o ESG Book, uma empresa de tecnologia e dados de sustentabilidade, os regulamentos ESG globais dispararam 155% na última década. E a tendência é que continue crescente. Segundo Daniel Klier, CEO da ESG Book “O aumento acentuado na regulamentação ESG vai continuar na medida em os mercados buscam uma alocação de capital mais eficaz e transparente para resultados sustentáveis”. 

Sue Lloyd, vice-presidente do ISSB o cenário vai mudar trazendo mais clareza e confiança. Hoje, segundo ele o ESG convive com um cenário em que “paradoxalmente, há muita informação por aí, mas dentro de uma paisagem confusa, por causa das estruturas com diferentes abordagens, diferentes áreas de foco”. Mas a partir de agora poderá se transformar num cenário mais nítido e preciso com a contribuição dos padrões globais IFRS 

A International Financial Reporting Standards Foundation (IFRS Foundation) espera que em 2025 surjam os primeiros reportes financeiros que apresentem o desempenho de sustentabilidade das empresas com base nos critérios lançados. E assim, empresas e Investidores passarão a ter um conjunto de padrões globais de relatórios para subsídio de suas decisões, e o ESG terá dado um passo a mais no seu aperfeiçoamento enquanto proposta de gestão sustentável.  

Fontes:

Sobre BISA Certifica:

Benchmarking Inteligência Sustentável – BISA é resultado do aprimoramento do Programa Benchmarking Brasil que ganhou inteligência para otimizar os recursos técnicos gerenciais de avaliação, certificação e comparabilidade das melhores práticas de sustentabilidade. Com o incremento das novas tecnologias somado a um colegiado de especialistas de vários países, BISA ganha robustez na gestão das boas práticas e passa a fornecer um conjunto de serviços e dados para que as organizações possam conduzir seus negócios em alinhamento com as agendas ESG (Environmental, Social, and Governance) e SDG (Sustainable Development Goals). Saiba mais em www.bisacertifica.com.br