A Rumo Logística reportou seus resultados referentes ao 4T20. Nestes, a companhia divulgou que o volume transportado em 2020 foi de 62,5 bilhões de TKU, 3,9% acima de 2019, refletindo o aumento do volume em 7,0% na Operação Norte, o impacto nos volumes na Operações Sul em função da menor produção de grãos e pela queda da demanda de produtos industriais (em razão da Covid-19), que também afetou a Operação de Contêineres. Os resultados mais fracos vieram em meio a crise da Covid-19, que impactou diretamente na mudança do comportamento do consumidor.
Abaixo os principais destaques:
• O volume transportado pela Rumo em 2020 atingiu 62,5 bilhões de TKU, 3,9% acima de 2019;
• Na Operação Norte, o volume cresceu 7,0%, influenciado principalmente pela performance de açúcar (+87,1%) e fertilizantes (+36,4%), que ajudaram a compensar um volume de grãos menor do que esperado, afetado: (i) pela entrada no ano com menor nível de contratos de take or pay; (ii) pela maior competição decorrente da pavimentação da BR-163 e dos preços de combustível mais baixos e; (iii) pelo fato do produtor ter segurado as exportações de milho;
• Na Operação Sul, o volume caiu 5,8%, refletindo (i) a queda de demanda no segmento industrial em razão da Covid-19; e (ii) o baixo crescimento de produtos agrícolas, principalmente grãos (-10,4%), em razão da menor produção;
• A Operação de Contêiner apresentou crescimento de 6,8% em volume; tendo sofrido impacto de menor demanda no mercado interno e menor nível de exportação, em razão da Covid-19;
• Em 2020, a Rumo perdeu 1 p.p de market share de grãos no Porto de Santos (SP). No 4T20, houve um ganho de 12 p.p., refletindo a queda de 68% das exportações dos estados não atendidos pela Rumo e o volume estável da cia;
• A receita líquida totalizou R$ 6.966 milhões, -1,7% vs. 2019, refletindo a queda na receita de transporte ferroviário, principalmente em função da menor tarifa, parcialmente compensada pelo aumento de 26,2% na receita líquida de elevações e de 73,7% na de solução logística;
• O EBITDA atingiu R$ 3.533 milhões, com queda de 8,4% frente a 2019; principalmente devido a um cenário de maior competição, que pressionou as tarifas e o volume;
• A Rumo apresentou lucro líquido de R$ 305 milhões, vs. 786 milhões em 2019, influenciado pelo menor EBITDA e pelo aumento das despesas financeiras em função: (i) do aprimoramento da estimativa de mensuração do valor justo dos instrumentos financeiros (MTM), que trouxe efeito não caixa no valor de R$ 273 milhões e; (ii) das maiores despesas das outorgas das Malhas Central e Paulista, dado o reconhecimento em um maior número de meses em 2020. O ano de 2020 foi marcado por avanços importantes na estrutura de capital da Companhia: realização do follow-on de R$ 6,4 bilhões, pré-pagamento de outorgas no valor de R$ 5,1 bilhões, emissão do green bond de US$ 500 milhões, e um contínuo processo de liability management, resultando numa alavancagem de 1,9x dívida líquida abrangente/EBITDA LTM ajustado;
• O endividamento abrangente bruto ao final do 4T20, incluindo derivativos, foi de R$ 16,3 bilhões, contra R$ 16,7 bilhões no 3T20. O aumento do endividamento líquido em 8,8% reflete os efeitos do menor EBITDA sobre o fluxo de caixa. Ao longo do ano, importantes avanços na estrutura de capital foram realizados: (i) follow-on de R$ 6,4 bilhões; (ii) pré-pagamento de outorgas das Malhas Central e Paulista (R$ 5,1 bilhões) e; (iii) contínuo processo de liability management. Com isso, a alavancagem atingiu 1,9x (dívida líquida abrangente/EBITDA).
Impacto: Marginalmente Negativo. A companhia passou por um ano desafiador, de aumento da competição; preços de combustíveis mais baixos, menor tarifa no transporte ferroviário e queda da demanda de produtos industriais em detrimento da crise do coronavírus. Ainda assim, destacamos que as expectativas ficam mais positivas com a reabertura gradual, que agora deve ser adiada com a volta do aumento do número de casos e imposição de medidas de isolamento social, e inauguração da ferrovia Norte-Sul devem destravar valor ao papel.
