O resultado da empresa no 1T20, divulgado ontem após o pregão, mostrou redução de vendas, mas aumentos nos preços, que juntamente com a desvalorização do real, permitiram aumento nas margens operacionais e a obtenção de um expressivo lucro líquido.

Uma boa notícia para os investidores da Vale é o pagamento, a ser feito no dia 7 de agosto de 2020, dos juros sobre o capital próprio (R$ 1,41 por ação) já aprovado em dezembro de 2019. Este provento permite um retorno de 1,8%, considerando a cotação de VALE3 no final do pregão de ontem.

A Vale obteve no 2T20 um lucro líquido de US$ 995 milhões, 316,3% maior que no trimestre anterior, revertendo o resultado negativo de US$ 133 milhões no 2T19.

No 2T20, o volume de vendas nos principais produtos caiu muito, devido aos problemas trazidos pela pandemia. Em minério de ferro, foram vendidas 54,6 milhões de toneladas, 11,8% menos que no 2T19. No trimestre, ocorreu uma diferença bem expressiva (13,0 milhões de toneladas) entre o volume produzido e o vendido. A Vale explicou que isso se deve ao maior tempo entre a produção e as vendas. Segundo a empresa, este volume não vendido está sendo transportado para ser negociado no 3T20.

As vendas de pelotas tiveram outro trimestre de forte queda. O volume vendido no 2T20 foi de 6,9 milhões, ficando 21,4% menor que no ano passado.

O volume das vendas de minério e pelotas com prêmio de qualidade (US$ 7,5/t) atingiu 61,6 milhões no 2T20, ficando 8,0% abaixo da produção.

As vendas de metais básicos também foram ruins no trimestre. Em níquel houve uma redução de 26,3%, refletindo a demanda mais fraca com a pandemia. No cobre, houve uma diminuição de 12,1% no volume vendido, principalmente devido à redução de produção.

O preço realizado de minério de ferro pela Vale no 1T20 (US$ 88,9/t) ficou 6,0% abaixo do mesmo período de 2019, mas 6,1% acima do 1T20. Em pelotas, houve uma situação semelhante, com redução de 12,0% em relação ao 2T19, mas aumento de 11,0% comparado ao trimestre anterior. Nos metais básicos, o preço do níquel houve uma recuperação de 8,3% em doze meses. O melhor desempenho ficou com o cobre, que subiu 13,0% em dozes meses e teve uma forte alta (49,9%) no trimestre.

O custo “C1” (FOB sem royalties) no 2T20 subiu US$ 0,9 por tonelada no trimestre para US$ 17,1/t. Isso ocorreu devido pelo consumo de estoques com custos de produção mais elevados, os maiores volumes comprados de terceiros e custos de demurrage, com os atrasos nos embarques no porto de Ponta da Madeira.

As provisões e os gastos relativos ao acidente de Brumadinho somaram US$ 130 milhões, valor 91,5% menor que no 2T19.

Neste trimestre o resultado foi impactado negativamente por um elevado volume de impairment (US$ 403 milhões), principalmente, com por perdas com ativos da VNC, após o anúncio de venda da empresa.

O resultado financeiro negativo menor no 2T20 ajudou o lucro líquido do período. No 2T20, as despesas financeiras líquidas foram de US$ 485 milhões (33,4% menos que no 2T19), principalmente devido às menores perdas com derivativos.

A dívida líquida da Vale em junho/2020 (incluindo arrendamentos – IFRS 16) era de US$ 6,3 bilhões, 2,4% menor que no trimestre anterior e 45,1% abaixo do 2T19. A relação dívida líquida/EBITDA no 2T20 era de 0,3x, vindo também de 0,3x no trimestre anterior e 0,9x no 2T19.

Em 2020, VALE3 subiu 18,1%, enquanto o Ibovespa teve uma queda de 8,7%. A cotação de VALE3 no último pregão (R$ 62,95) estava igual à máxima alcançada neste ano e 94,0% acima da mínima.

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