Quem já ouviu falar de Peter Bakker, um empresário holandês que atualmente é presidente e CEO do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável – WBCSD. Ele é um líder influenciador que converte outros CEOs na adoção dos critérios ESG em seus negócios. Além do domínio no tema, ele fala a mesma língua que seus colegas CEOs.

O WBCSD é uma comunidade global liderada por CEOs de mais de 200 grandes empresas, trabalhando coletivamente para acelerar as transformações necessárias do sistema no que diz respeito as questões ambientais, sociais e de governança – ESG.

Peter Bakker foi CFO e depois CEO da TNT NV, empresa global de transporte e logística, e foi reconhecido com o Clinton Global Citizen Award (2009) e o Sustainability Leadership Award (2010). Hoje, além de CEO do WBCSD, ele é membro de vários conselhos consultivos de sustentabilidade de grandes empresas globais. Todo esse histórico já o transformou no mais importante influencer de CEOs quando o tema é Sustentabilidade.

Segundo ele, não foi uma tarefa fácil e exigiu coragem e resiliência para vencer resistências e lidar com críticas irônicas. Mas o resultado apareceu na mudança do pensamento de líderes empresariais que hoje reconhecem que o tema ESG é crucial para a perenidade dos seus negócios. Claro que ele assim como outros líderes que atuam com sustentabilidade contaram com a ajuda de grandes eventos globais e da ciência que validaram os principais pontos defendidos pelo ESG, interligando os riscos dos fenômenos climáticos e seus desdobramentos com as emissões das atividades humanas.

Mas vamos as suas considerações sobre o poder de transformação ESG, seus riscos e oportunidades que tem usado na conversão de outros CEOs. A seguir, algumas de suas afirmações em entrevistas e artigos.

Backer fala sobre os Conselhos das grandes corporações justificando “Você não pode pegar um jornal hoje em dia e evitar ler sobre mudanças climáticas ou impactos climáticos. Esses tópicos estão na mente de todos agora – incluindo os conselhos das grandes organizações”. E acrescenta que a desigualdade social também representa uma ameaça fundamental para as grandes empresas afirmando “Se o fosso entre ricos e pobres continuar aumentando, podemos esperar que a coesão social enfraqueça e o conflito aumente e as grandes multinacionais serão as primeiras a receber tijolos em suas janelas, porque serão vistas como os representantes de um sistema que não é justo”.

Segundo ele, embora alguns conselhos argumentem que os avanços tecnológicos resolverão a maioria dos problemas, a ameaça representada pelos disruptores do mercado é difícil de descartar citando uma das reuniões que participou numa grande empresa automotiva. Nela para cada referência a própria empresa na discussão, havia outras oito referências à Tesla – “e isso foi quando a empresa de carros elétricos era relativamente pequena”. E finaliza afirmando “O outro lado da disrupção é a oportunidade. Se você for o primeiro a acertar, terá o tipo de oportunidade de crescimento que simplesmente nunca teria em seu modelo atual”.

Mas quando necessário, ele vai direto ao ponto dizendo “Goste ou não, as questões ESG não vão desaparecer e nem o escrutínio regulatório”. E na sequência os conselhos perguntam quanto custará para a empresa tomar as medidas apropriadas. E a sua resposta é sempre a mesma: “será muito menor do que o custo da inação”.  E quando cumprido a etapa do convencimento, vem a etapa do conselheiro orientando CEOs e Conselhos a lidarem com as questões ESG, que resumimos a seguir:

  1. Não veja o ESG de forma fragmentada, porque só uma visão holística fará sentido
  2. Comece com uma avaliação integrada de seus riscos e oportunidades ESG antes de projetar soluções. Eles são interdependentes
  3. Não existe um plano de transformação único que funcione para todas as organizações, e cada empresa tem sua combinação de riscos e oportunidades a serem trabalhados
  4. Os conselhos devem olhar além das quatro paredes e perguntar: 1) que fatores impedem que o sistema em que atuo seja mais sustentável? 2) quais alavancas do meu negócio posso usar para ajudar a transformar esse sistema? 
  5. Os conselhos devem trabalhar com base nos “três Rs”: Reinvenção (proponha-se abandonar os negócios como sempre por uma alternativa mais sustentável e inclusiva); Regeneração (considere como ajudar o planeta e seus habitantes a prosperar); e Resiliência (prepare-se para antecipar e aceitar a mudança). 
  6. A liderança sênior deve atuar em conjunto com os CEOs para que outras partes interessadas em seus negócios se juntem aos esforços ESG. A sustentabilidade é muito ampla e a transformação muito complexa para ser feita por poucos, por mais capazes e dispostos que sejam.
  7. Todas as funções na organização devem ser educadas para o que essa transformação significará para elas. 
  8. A mudança ESG não pode ser tarefa apenas da equipe de sustentabilidade ou do conselho. É de responsabilidade de toda uma organização.

Que o ESG cresceu e se tornou o ponto focal da gestão corporativa é fato. E com os “influencers” ganha ainda mais musculatura para fortalecer os princípios da sustentabilidade no gerenciamento de riscos futuros. E isso, chamamos de evolução.

Quanto valerá um influencer ESG que é peça chave dessa evolução? A resposta pode estar num estudo realizado pela consultoria Korn Ferry “Futuro do Trabalho” que aponta que 60% dos millennials (nascidos entre 1981 e 1996) afirmam que se sentem mais inspirados para trabalhar em empresas que adotam políticas ambientais, sociais e de governança (ESG). E sendo a captação e retenção de talentos um recurso valioso para toda organização, não será difícil chegarmos a uma conclusão sobre seu valor – um influencer ESG vale muito.

Fontes:

Sobre BISA Certifica:

Benchmarking Inteligência Sustentável – BISA é resultado do aprimoramento do Programa Benchmarking Brasil que ganhou inteligência para otimizar os recursos técnicos gerenciais de avaliação, certificação e comparabilidade das melhores práticas de sustentabilidade. Com o incremento das novas tecnologias somado a um colegiado de especialistas de vários países, BISA ganha robustez na gestão das boas práticas e passa a fornecer um conjunto de serviços e dados para que as organizações possam conduzir seus negócios em alinhamento com as agendas ESG (Environmental, Social, and Governance) e SDG (Sustainable Development Goals). Saiba mais em www.bisacertifica.com.br