“A intensidade energética se reduz no período, graças à eficiência energética e a mudanças na participação dos setores no consumo de energia”, informou o MME, na apresentação do PDE.
De acordo com o PDE 2029, o consumo total de eletricidade deve crescer 11% a mais do que a economia brasileira, registrando uma elasticidade-renda de 1,3 vez no decênio.
Entre os derivados, diesel e gasolina continuam como os principais combustíveis, respondendo por quase dois terços do consumo de derivados de petróleo no País. “Cerca de 70% do consumo final de derivados é direcionado para o setor de transportes”, projetou o MME no estudo.
Na análise por setor, o segmento industrial e o setor de transportes, somados, continuam a representar mais de 60% do consumo final de energia. “O setor energético ganha importância no consumo final de energia, influenciado principalmente pelo aumento de produção do pré-sal, aliado ao incremento da produção do setor sucroalcooleiro”, informou o MME.
Gás natural
O PDE 2029 projeta também que o consumo de gás natural no fim do decênio será de 87,6 milhões de m³/dia, o que representa um acréscimo de 10 milhões de m³/dia em relação ao consumo projetado para 2019.
Os principais condutores do crescimento da produção de gás natural no pré-sal serão as bacias de Campos e Santos. No pós-sal, estará a bacia Sergipe-Alagoas.
De acordo com o documento, o mercado consumidor de gás natural apresenta expectativa de uma taxa média de crescimento anual de 1,4% para a demanda não-termelétrica entre 2019 e 2029. A projeção de demanda de gás natural para geração de eletricidade aponta para um incremento de 1,3 milhão de m³/dia, em 2029, o que representa um acréscimo de 6,5% em relação ao ano de 2019.
Escoamento de gás
O Plano Indicativo de Processamento e Escoamento de gás natural (Pipe) prevê investimentos de R$ 4,5 bilhões na Bacia de Santos e Cubatão pela rota 4a. Já a rota 4b terá investimentos de R$ 4,9 bilhões na Bacia de Santos e em Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro.
Pela rota 5a, o capex será de R$ 3,4 bilhões (Bacia de Campos e Porto do Açu-RJ); pela rota 5b de R$ 3,4 bilhões (Bacia de Campos e Tepor-RJ); e pela rota 5c de R$ 5,2 bilhões (Bacia de Campos e Porto do Itaguaí-RJ). Na rota 6a, o investimento será de R$ 2,5 bilhões (Bacia de Campos e Porto central-ES) e na rota 6b mais R$ 2,5 bilhões (Bacia de Campos e Porto do Açú-RJ).
Ainda segundo o levantamento, os investimentos indicativos associados ao Novo Mercado de Gás terão um montante de R$ 43 bilhões, acima dos R$ 18 bilhões considerados no cenário de referência.
O PDE prevê ainda distribuição de gás por gasoduto, transporte ferroviário, rodoviário e cabotagem em 2029. A demanda de gás adicional pode chegar a 21 e 24 milhões de metros cúbicos por dia em 2029 com o novo mercado de gás.
Projeções para PIB
A versão definitiva do Plano Decenal de Energia 2029 prevê que a economia brasileira irá crescer 2,8% entre 2020 e 2024 e 3% entre 2025 e 2029, no cenário de referência. No cenário alternativo, a expansão do PIB seria de 3,7% entre 2020 e 2024 e de 3,5%, entre 2025 e 2029.
“No horizonte decenal, estima-se que a população brasileira cresça a uma taxa média de 0,6% ao ano, alcançando 224,3 milhões de habitantes em 2029”, segundo consta na apresentação do Ministério de Minas e Energia sobre o novo PDE.
De acordo com o documento, a expectativa é que o País alcance 81,6 milhões de domicílios particulares até o final de 2019, um acréscimo de aproximadamente 13 milhões de unidades ante 2018.
Sobre a economia internacional, o PDE considera um aumento da participação dos países em desenvolvimento no crescimento econômico, em que pese uma expectativa de desaceleração da economia chinesa. “A expectativa é de que o PIB e o comércio mundial cresçam, em média, 3,3% ao ano e 3,7% ao ano, respectivamente”, apontou o MME no documento.
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