O engajamento de algumas organizações com o tema de mulheres em cargos de liderança é sem dúvida alguma algo perceptível e tangível. Mas é claro que ainda há muito que se fazer, não é mesmo? Afinal, os dados não mentem!

Recentemente, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) divulgou a terceira edição da pesquisa sobre a “Análise da participação das mulheres em conselhos e diretorias das empresas de capital aberto”. Embora o foco seja o setor privado, as descobertas servem como um espelho para refletir a situação das mulheres no setor público.

A liderança feminina no setor público, ou seja, as famosas estatais é um tema que ainda precisamos explorar. Enquanto o setor privado tem suas próprias dinâmicas e desafios, o setor público, que lida diretamente com a representação e gestão da sociedade, deve refletir a diversidade de seus cidadãos.

Principais achados da Pesquisa

No artigo passado trouxemos uma breve reflexão sobre o tema de mulheres na liderança em grandes Companhias. Agora, é a vez das estatais.

A pesquisa mostrou que, apesar de avanços, ainda há um longo caminho a ser percorrido em termos de representação feminina. Das 389 companhias analisadas, 17,5% não possuem nenhuma mulher atuando no conselho de administração, no conselho fiscal ou na diretora, ou seja, 68 companhias listadas ainda não possuem sequer uma mulher em posições de liderança. Precisamos agir. Ao observar as diretorias, constatou-se que apenas 251 mulheres ocupam tais posições.

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“Apesar de haver 6.160 profissionais atuando nas companhias de capital aberto, o estudo evidenciou, por mais um ano consecutivo, que o número de mulheres em posições de liderança nessas companhias ainda é incipiente: das 6.160 posições existentes, apenas 15,2% são ocupadas por mulheres.
(pg. 09)”

Reflexões sobre as Estatais

O setor público deve ser um exemplo de diversidade e inclusão. A presença de mulheres em posições de liderança e conselho não apenas reflete a demografia da sociedade, mas também traz diferentes perspectivas e abordagens para a tomada de decisão.

Assim, é imperativo que o setor público promova políticas e práticas para aumentar a representação feminina. A pesquisa do IBGC é um lembrete de que, independentemente do setor, a diversidade de gênero é uma questão que requer atenção contínua.

É inegável que as pautas afirmativas sobre a diversidade de gênero e a inclusão de mulheres em posições de liderança e conselho tem ganhado cada vez mais destaque. Por outro lado, o setor público, pela sua natureza e finalidade, deve(ria) ser pioneiro em representar a diversidade da sociedade que administra. Afinal, a tomada de decisão informada por diversas perspectivas pode conduzir a políticas mais inclusivas e eficazes.

Entretanto, quando voltamos nossa atenção para as empresas estatais, a realidade demonstra um cenário ainda mais desafiador.

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Nos quadros abaixo, as pesquisadoras refletiram um recorte sobre a distribuição de profissionais em cargos de liderança, considerando o controle acionário das companhias. Quando feito este recorte, o número de mulheres é ainda mais baixo, frente os cargos ocupados por homens.

Este baixo número de mulheres em posições estratégicas nas estatais não apenas nega a representatividade demográfica, mas também priva estas empresas de abordagens e visões diferenciadas, que poderiam enriquecer a tomada de decisões.

Chamada a mudança

A transformação deste cenário exige uma série de iniciativas, desde a revisão de processos seletivos até programas de mentoria e capacitação direcionados às mulheres neste setor. A conscientização sobre a importância da diversidade de gênero nas estatais é o primeiro passo para uma mudança estrutural.

Além disso, a transparência em relação aos números e à composição de gênero nas estatais é crucial. A sociedade, como acionista indireta dessas empresas, tem o direito de exigir e acompanhar avanços nesta área.

Em suma, as estatais, assim como todas as organizações do setor público, devem refletir a sociedade em sua composição. A inclusão de mulheres em posições de liderança não é apenas uma questão de representatividade, mas também de eficiência e inovação.

Por Glades Chuey – Sócia da TATICCA Allinial Global Brasil e
Coordenadora do IBRI Mulheres

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