Na última quarta-feira (21) o Copom cortou mais uma vez a Taxa Selic conforme já era esperado pelo mercado. A partir de agora a renda fixa tem como base a taxa básica de juros em 10,75% ao ano (- 0,50 p.p). Contudo, a bolha do otimismo também marca presença, aliás, o ano começou com o sarrafo lá em cima quando o assunto é esperança, bons ventos e todas as denominações possíveis para um horizonte de prosperidade econômica.
Ficou claro no comunicado do Copom que ainda há perspectiva de queda, mesmo que de menor magnitude, de 0,25% na próxima reunião. Entretanto, fica a dúvida: Quantos cortes ainda teremos? Qual o patamar adequado para a Selic terminal? As projeções seguem carregando todo o otimismo sinalizado pelos analistas e gestores no início do ano?
Inter e Warren na bolha?
Como o Acionista já falou anteriormente, a bolha do otimismo está estabelecida no mercado depois de um 2023 bem oposto. Não é por acaso que a maioria dos especialistas em mercado tem acordado e dormido todo dia com sorriso de orelha a orelha com as perspectivas de bons números da economia de uma forma geral e da Taxa Selic chegar a um dígito em dezembro. O perfeito mundo de Alice. Como diz o filósofo influencer Sérgio Cortella: será?
Segundo o Inter, o Copom manteve a indicação de mais um corte de 50 pb na próxima reunião, mas retirou o plural que constava nos últimos comunicados. “Pode-se ler o comunicado com um tom um pouco mais hawkish. Nossa expectativa é de cortes de 50 p.b até a reunião de junho”, comentam os analistas. No entanto, eles esperam que o Copom reduza o ritmo de cortes para 0,25 p.b por reunião, o que seria difícil chegar ao fim do ano com taxa abaixo de 10. Para eles, isto está condicionado à continuidade do processo de desinflação em linha com o cenário base deles, que prevê um IPCA de 3,9% em dezembro.
Já para a Warren julga como improvável uma discussão sobre o encerramento do ciclo com a Selic ainda em dois dígitos. “Seguimos com call de Selic de 9,0% ao término do ciclo de relaxamento monetário em 2024, com o Copom mantendo o ritmo de queda de 0,50 p.p., ao menos nas próximas reuniões. Uma desaceleração para 0,25 p.p. já em junho aumentaria a possibilidade de uma taxa terminal mais elevada.”
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Inflação projetada sustenta viés para a Renda Fixa
As projeções de inflação do BC no cenário de referência ficaram estáveis, mas cabe notar que, que para o ano de 2024, segundo a Warren, a estimativa para a variação dos preços administrados subiu de 4,2% para 4,4%, o que provavelmente foi contrabalançado por alguma revisão baixista para os preços de alimentos, tendo em vista o El Niño.
“A projeção para o ano de 2025 não se alterou, apesar de ter incorporado uma discreta revisão da inflação de preços administrados de 3,8% para 3,9%. O fato de a projeção para 2025 (que incorpora uma trajetória de taxa Selic de 9,0% no fim de 2024) seguir com um pequeno desvio (0,2 p.p.) em relação à meta de inflação denota que há ainda um bom espaço para o processo de redução da Selic.”
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