Em 2023, as perdas estimadas de seguros com as catástrofes naturais atingiram uma estimativa de US$ 118 bilhões, acima das projeções anteriores. Esta é uma das conclusões da pesquisa sobre Seguro Desastres da Share Action, uma organização sem fins lucrativos do Reino Unido que trabalha com investimento responsável, avaliando as políticas e práticas de 65 das maiores companhias de seguros do mundo em uma série de questões ambientais e sociais.
Aqui a situação não é diferente segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). Nos primeiros seis meses deste ano, o seguro contra riscos ambientais cresceu 15,8% atingindo arrecadação de R$ 87,2 milhões. As indenizações subiram 122,8% no mesmo período, chegando a R$ 64,8 milhões.
Entre as 79 empresas listadas na B3 com selo de sustentáveis, apenas 12% possui seguro contra riscos ambientais. E destas, apenas duas não têm exposição a riscos ambientais, segundo levantamento da comissão de Responsabilidade Civil da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) a partir de dados divulgados pela Bolsa sobre as práticas dessas companhias.
Somadas, essas empresas têm valor de mercado de quase R$ 2 trilhões, e respondem por quase 40% do total negociado em ações na B3.
São pontos cegos preocupantes constatando que as organizações não estão dando a devida atenção ao fato, e, que negligenciar os impactos dos desastres naturais potencializados pelas mudanças climáticas fazem parte de uma cultura generalizada.
Além das organizações clientes das seguradoras, entre as próprias seguradoras menos de 25% delas têm metas intermediárias adequadas para 2030 ou planos de transição robustos que abranjam investimento ou subscrição. E, 43% incluindo todas as seguradoras norte-americanas – receberam nota zero para subscrição de biodiversidade. Essas são algumas das conclusões da pesquisa da ShareAction publicada em abril 2024 avaliando as políticas e práticas de 65 das maiores companhias de seguros do mundo em uma série de questões ambientais e sociais.
As seguradoras foram pontuadas em questões que abrangem mudanças climáticas, biodiversidade, questões sociais, governança e engajamento. No total, 30 métricas foram avaliadas, e a conclusão foi de um desempenho “perturbadoramente fraco”.
Diante de tais constatações, fica a sensação “perturbadora” de que nem mesmo quem “entende e precifica” riscos está fazendo a lição de casa, fortalecendo a dúvida sobre como os desafios dos eventos climáticos extremos serão superados.
Fontes:
https://www.edie.net/worlds-biggest-insurance-firms-slammed-for-esg-blind-spots
https://shareaction.org/reports/insuring-disaster-2024
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