Que todo desafio traz consigo oportunidade todos já sabem. Mas até que ponto as tarifas das guerras comerciais irão comprometer a jornada ESG nas empresas é ainda uma questão em aberto.
Guerra comercial não é novidade, e nem sempre impacta todos o tempo todo. Sabemos que há setores mais duramente impactados, e outros que nem tanto. Mas mesmo assim, não devemos esquecer os desdobramentos que as tarifas causam numa economia interconectada e interdependente. É uma questão complexa.
O jornalista australiano especializado em mercados financeiros, Eddy Sunarto, escreveu um artigo no Ethical Investor apontando os principais impactos das tarifas na implementação ESG das empresas. Vamos a eles:
- Adaptação da Cadeia de Suprimentos
Será a primeira a sentir o impacto das tarifas dado a sua abrangência de interconexões e interdependências. E diante do aumento de preço de seus fornecedores penalizados por tarifas, as empresas se verão obrigadas a se adaptarem, o que exigirá investimentos significativos em infraestrutura, além de aumento de suas emissões no curto prazo. Em outras palavras, elas devem gastar muito além de poluir mais
- Paralização dos Projetos Verdes
Diante das exigências de investimentos em infraestrutura para adaptação da cadeia de suprimentos, as empresas sentirão se pressionadas a redirecionar fundos destinados a outros projetos, como exemplo, projetos de sustentabilidade. Outra saída, será o repasse destes custos aos consumidores, e sendo os consumidores sensíveis ao preço podem substituírem produtos verdes se os custos aumentarem.
- Retardamento da transição para fontes de Energias Renováveis
Se painéis solares ou turbinas eólicas forem alvos das tarifas, terão seus preços aumentados e com isso desestimularão planos de transição para fontes renováveis de muitas empresas. Com os custos aumentados, algumas empresas retardarão seus projetos ou até mesmo voltarão para fontes de energia não renováveis e mais poluentes.
- Impacto Social em segundo plano
Quando tarifas afetam margens de lucro, as empresas podem repensar seu foco para se manterem financeiramente. É a lei da sobrevivência. Diante disso, podem se concentrar mais na eficiência do custo do que em iniciativas de impacto social, engajamento comunitário ou esforços DEI.
- Padrões Globais ameaçados
As dificuldades em atender os padrões ESG para empresas globais que estiverem adaptando sua cadeia de suprimentos serão maiores. Sendo os relatórios ESG obrigatórios, imagine trabalhar com um fornecedor de uma região com leis ambientais e trabalhistas fracas. Certamente não passará pelo escrutínio das partes interessadas internacionais podendo causar sérios danos a sua reputação. Neste caso, estas empresas terão que se equilibrar entre as expectativas globais ESG e a realidade dos custos crescentes causadas pelas tarifas.
- Estímulo a Inovação
As empresas devem investir em inovação para reduzir a dependência de produtos importados começando a produzir localmente. Ou desenvolverem um novo design produtivo para manterem se resilientes e ao mesmo tempo sustentáveis.
E para encerrar vamos lembrar que não existe milagre, mas existe inovação para se equilibrar diante dos custos crescentes provocados pelas tarifas e os compromissos ESG. Não será uma jornada fácil, mas as empresas que recalibrarem suas estratégias financeiras com as práticas ESG se manterão saudáveis ao mesmo tempo em que atendem as expectativas das partes interessadas. E a isso, chamamos de competitividade futura, sinônimo de perenidade.
Fonte:
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