A segunda metade do ano inicia com a polarização das eleições municipais já ganhando espaço entre os políticos e a mídia, mas a campanha começa só em agosto. Na metade deste mês há expectativa de votação da Reforma Tributária que trará um novo capítulo para o Brasil, ainda não entendido totalmente pela sociedade. Enquanto isso, o investidor se pergunta: onde investir?
Para os analistas, o consenso é aguardar os resultados do 2T24 para novas avaliações de oportunidades no mercado de ações.
O BB Investimentos, por exemplo, aproveita a virada de semestre para atualizar seu modelo de análise fundamentalista do Ibovespa e apresenta um novo preço-alvo para o índice ao final de 2024, em 138 mil pontos (de 141 mil pontos), o que representa um potencial de 11,4% frente ao fechamento de junho.
Avaliação macro
“Nossa avaliação deriva de uma análise bottom up – método pelo qual o valor justo é atribuído com base nas projeções de preço de cada companhia que compõe o Ibovespa, ponderadas por sua participação no índice”, explicam os analistas.
No que diz respeito às empresas, o time do BB não vê deterioração nos fundamentos das companhias. Segundo os analistas, o modelo fundamentalista que adotado pressupõe que os movimentos da bolsa são direcionados por um conjunto de variáveis macro e microeconômicas. “Do ponto de vista micro, a bolsa ‘deveria’ refletir positivamente movimentos de expansão nas expectativas de lucro das empresas ou, negativamente, no caso de sua deterioração. Nesse contexto, observamos um incremento de 9,5% nas projeções ponderadas de lucros para os próximos 12 meses desde o início do ano, cenário amparado em 2024 por duas temporadas de resultados positivos, em nossa opinião.”
Já na macroeconomia, as oscilações do Ibovespa incorporam, no curto prazo, as alterações de expectativas em torno da atividade econômica, inflação, juros, câmbio, entre outros fatores, no Brasil e no exterior, de forma que ao longo do tempo esses ajustes sejam incorporados nos modelos individuais de avaliação de empresas, retroalimentando o ciclo, diz o relatório do BB.
“Essas variáveis, em uma visão de longo prazo, exercem influência sobre as taxas de desconto aplicadas em nossas avaliações. Nesse ponto, notamos um processo de deterioração ao longo do primeiro semestre. Como exemplo, os contratos de juros de 10 anos no Brasil viram seus rendimentos se ampliar em cerca de 200 pontos-base – movimento que deteriora o valor presente dos ativos.”
Em síntese, os analistas permanecem convictos de que houve “melhora nas projeções de resultado, não podemos negligenciar o fato que as taxas de desconto aplicadas às avaliações se deterioraram de forma moderada”.
Onde investir? Novidades na cobertura do BB
Seis novas empresas: Nubank, Cury, Vamos, Rumo, Raízen e Eletrobras. “Os relatórios de estreia trazem um panorama setorial, avaliação do modelo de negócios das empresas e os fundamentos que explicam as teses de investimentos, além das recomendações e preço-alvo para cada ativo.”
Recomendadas para julho: Banco BTG Pactual BPAC11; Copasa CSMG3; Caixa Seguridade CXSE3; Direcional DIRR3; Itau Unibanco ITUB4; Petrobras PETR4; Cteep TRPL4; Vale VALE3; Vibra Energia VBBR3; Weg WEGE3.