O Brasil tem mais de 7.000 Km de costa litorânea que pode – e deve – ser explorada para navegação e transporte de mercadorias. É a chamada cabotagem, navegação entre portos marítimos que se faz sem perder a costa de vista (diferentemente, portanto, da navegação de longo curso). No Brasil, este modal representa apenas 11% de toda a carga movimentada internamente; e deste percentual 70% são petróleo. Há, portanto, um espaço enorme para crescimento.

Foi pensando nisto que o Congresso começou a se mexer. O PL 4199/20, que recebeu mais de 100 emendas na Câmara, naquilo que foi batizada de votação da “BR do Mar”, foi aprovado e encaminhado para o Senado. De olho na ampliação dos serviços, o Ministério da Infraestrutura tem expectativa favorável ao assunto – de acordo com a Agência Brasil 61 – projetando aumento dos atuais 11% para 30% no uso do modal, com o que se aumentaria em 65% o volume de contêineres transportados até 2022.         

Pela proposta em tramitação, por exemplo, ficaria autorizada a instituição de uma empresa de navegação, por investidor, sem necessidade de comprovar a posse de embarcações brasileiras (atual exigência da legislação nacional), ou seja, empresas poderão contratar embarcações estrangeiras, por tempo determinado, com suspensão de bandeira. Resultado: mais eficiência logística e menor custo de transporte.

SUSTENTÁVEL

A Marfrig, uma das gigantes globais em produção de carne bovina, contratou financiamento de US$ 30 milhões junto ao “&Green”, fundo internacional de investimentos, que pediu como contrapartida práticas ESG por parte da companhia. Ou seja, o &Green estabeleceu em contrato que a Marfrig deve assumir os compromissos do desmatamento zero, conservação de florestas, recomposição ou compensação de vegetação nativa e intensificação do uso de áreas de baixa produtividade.

A operação contou com apoio da IDH, empresa com viés social que trabalha junto a financiadores, governos e empresas visando o comércio sustentável em cadeias de valor.

CARNES

Companhias de produtos cárneos estão comemorando resultados. É este o caso da Minerva Foods também, que destacou o fluxo de caixa livre de R$ 1,9 bilhão no ano passado, o que equivale a um free cash flow yield no ano de mais de 32%.  Desde 2018, a geração de caixa livre da empresa totalizou R$ 3,5 bilhões.

Outro indicador positivo foi o EBITDA – enfatiza a Minerva –, alcançando o recorde de R$ 2,1 bilhões no ano passado, o que representa crescimento de 22% em relação a 2019. Em 2020, a receita bruta consolidada atingiu R$ 20,6 bilhões (um aumento de 13% sobre a de 2019) e a líquida, no mesmo período, foi de R$ 19,4 bilhões, também com crescimento de 13% em relação ao ano anterior.

FIBRAS

A Suzano anunciou criação de joint venture com a Spinnova, start up finlandesa, para produção de fibras à base de madeira e resíduos sem uso de produtos químicos nocivos. As sócias (50% para cada parte) investirão 50 MM de euros em toda a infraestrutura da nova empresa, que terá sede na cidade de Jyväskylä, na Finlândia.

“Cada marca têxtil procura maneiras de minimizar suas emissões e pegada ecológica e construir uma base circular de material para seus produtos”, disse o CEO da Spinnova, Janne Poranen, feliz com a parceira da Suzano, empresa líder na produção mundial de celulose de eucalipto.

RESTAURAÇÂO

A propósito da Suzano, a companhia está entre as participantes do Intensive Connection Latam 2021. A iniciativa do hub de inovação AgTech Garage busca encontrar soluções pioneiras para a sustentabilidade e competitividade do agronegócio nacional.

O programa contará com startups de toda a América Latina. Durante seis meses, elas receberão mentorias, troca de experiências com lideranças de grandes empresas e oportunidades de negócios. Parceira do projeto, a Suzano lançou o desafio “Restauração Florestal – Tecnologias para geração de valor para a restauração”.

Interessados em soluções para o reflorestamento poderão se inscrever, até o próximo dia 9, na plataforma https://www.agtechgarage.com/intensive-connection/.

EÓLICO

O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos-INEMA aprovou projeto da AES Brasil para o Complexo Eólico Tucano, operado em parceria com a Unipar, por meio de joint venture. O complexo localiza-se nos municípios de Tucano, Biritinga e Araci, na Bahia, e deverá estar concluído no final de 2022.

Já na segunda fase há um acordo assinado com a Anglo American para a compra e venda de energia que, juntas, totalizam 322,4 MW de capacidade instalada. “Tucano é um passo importante de nossa estratégia em crescer nos ativos eólicos”, resumiu Clarissa Sadock, CEO da AES Brasil.

ESTATAIS

O grupo “RI de Estatais” do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI) realizou a webinar “Temporadas de Assembleias 2021: Desafios para as Empresas Estatais”.

Evento pode ser assistido pelo canal do instituto, no  https://youtu.be/GY9Q5UTczJ0

RECORDE

Ao apresentar lucro líquido de R$ 59,89 BI, no 4T20, a Petrobras apurou o maior lucro da história das empresas de capital aberto brasileiras, em valores nominais, segundo a Economática.

Aliás, no ranking dos 20 maiores lucros trimestrais históricos, a petroleira aparece nada menos que nove vezes. A Vale é a vice-líder, com outras sete aparições.

BB

André Brandão, que anda desgastado com o Palácio do Planalto, deve deixar a direção do Banco do Brasil. Na sexta última as especulações se intensificaram e a instituição teve de mandar comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) negando que ele tivesse pedido demissão do cargo. Ao menos oficialmente ele continua.

Gustavo Montezano (BNDES) – do grupo fiel a Paulo Guedes – é um dos nomes cogitados pelo mercado para substituir Brandão. Mas existe um concorrente, informalmente: Antonio Barreto Jr (secretário do Ministério da Cidadania) que conta com a simpatia da cada vez mais numerosa ala militar no governo.

HERMANO

Bruno Sebastian Lasansky, nascido na Argentina e trabalhando há sete anos na companhia, será o novo CEO da Localiza. A posse será no dia 27 de abril próximo, com o que Eugênio Mattar passará a  chairman da companhia.  

A Localiza obteve lucro líquido de R$ 1 BI, no ano passado, representando crescimento de 25,7% em relação ao período anterior. Em 2020 a companhia melhorou bem a sua agenda de sustentabilidade, lançando Programa de Diversidade e integrando o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, além de se engajar em ações no combate à pandemia.

CONSELHO

A Unidas anunciou Solange Sobral como membro do seu Conselho de Administração. Com graduação e mestrado em ciência da computação, ela é a primeira mulher a integrar o órgão.  

“Acreditamos na diversidade e inclusão como vetores das mudanças para um ambiente corporativo mais humano e equânime”, diz Luis Fernando Porto, CEO da companhia.

AGEs

Aberta a temporada de Assembleias Gerais Ordinárias e Extraordinárias. A Sul América informa que agendou a sua para 29 de março, mesma data do IRB-Brasil Resseguros.

No dia 30 será a vez da CESP.

CONFORMIDADE

Receita Federal e representantes dos bancos (Febraban) e das Companhias Abertas (Abrasca) estiveram reunidos em mais uma rodada de conversas, a fim de produzir um programa de conformidade cooperativa. Ideia é criar uma relação melhor entre o fisco e o contribuinte, reduzindo-se incertezas jurídicas. Fechados os entendimentos, serão designadas Câmaras Técnicas Mistas e reuniões periódicas entre as partes, devidamente registradas.

FUSÃO

As empresas Hapvida e Intermédica já têm as bases da fusão discutidas e acertadas. Juntas terão valor de mercado de aproximadamente R$ 110 BI. Um número extraordinário, impressionando agentes do próprio mercado.  

AUXÍLIO

Conforme a Coluna antecipou, o (novo) auxílio emergencial será de R$ 250,00 e vai durar quatro meses. O anúncio, agora oficial, foi feito pelo presidente da República, cuja medida precisa ser ainda aprovada pelo Congresso.

LIVRO

No próximo dia 3 será lançado o livro “Legado de uma Pandemia”, mostrando o que o país aprendeu e, a partir daí, como agir no futuro. A obra é de autoria do economista (e ex-governador do ES) Paulo Hartung, entre outros autores, e está estruturada em quatro partes: organização social, ordem econômica, organização do Estado e política e comunicação.

O “legado” será disponibilizado, gratuitamente, no formato e-book. Inscrições para o lançamento pelo link https://www.insper.edu.br/agenda-de-eventos/lancamento-do-livro-legado-de-uma-pandemia-a-politica-e-a-comunicacao/

ARTIGO

Conduta ética nos dias de hoje

(*) Luiz Fernando Bueno

Inicio este texto com uma frase tirada do livro “Reflexões para O despertar da Consciência Ética” do prof. Vanderlei de Barros Rosa:

Afinal, o que é Ética? Ética é algo que todos precisam ter. Alguns dizem que têm. Poucos levam a sério. Ninguém cumpre à risca”.

Hoje em dia, sem menor esforço, podemos observar a quantidade de notícias de escândalos envolvendo as esferas públicas e privadas, em nível mundial. A impressão que temos é a de que existem presentes três situações, a saber:

Há o segmento historicamente manipulável da sociedade que, pela ignorância do que seja ética e de como agir de forma ética, aceita tudo o que lhe é apresentado como bom e devido.

A outra categoria, muito embora não ignore a definição de conduta ética, no seu dia a dia pratica o “levar vantagem em tudo”, também conhecido como “Ganha/perde”.

No meio dessas duas categorias se encontram aqueles que são sensíveis ao tema e procuram, a duras penas, levar a vida pautada pelos princípios éticos.

A sensação que fica é que esta é a que tem menos acólitos, não?

Para entender um pouco do que se passa, vale recordar a teoria sobre ética e em seguida fazer um diagnóstico do que está ocorrendo e propor uma ação.

Vamos juntos nesse exercício?

Segundo o Professor do FGV Severo Hryniewicz, a Ética propõe-se a responder à pergunta: Como o homem deve agir para realizar o bem?

Sob esse ponto de vista, podemos falar em quatro grandes linhas da ética:

  1. Éticas da virtude;
  2. Éticas do interesse ou utilitarismo;
  3. Éticas do dever;
  4. Éticas de situação ou relativismo.

As éticas das virtudes assentam-se na tese de que o intelecto deve afirmar-se sobre as paixões, os desejos e os instintos.

Aristóteles partia da observação de que todos os seres viventes aspiram à plenitude.

O homem ético é o que consegue ou que possui a justa medida. Ele não cometerá erros nem por excesso nem por falta; procurará atingir a constância na prática de ações boas ou virtuosas (vide Ética a Nicômaco).

O princípio da utilidade formula-se como uma ação que é útil, justa e, consequentemente ética quando traz mais felicidade do que sofrimento aqueles que são por ela atingidos.

As éticas do dever defendem a tese de que devemos sempre agir com o objetivo de cumprir o dever moral, mesmo que isso possa custar muito para aquele que o cumpre.

Já as éticas de situação ou relativistas propõem a tese de que a ideia de bem varia de acordo com o tempo e a situação.

Também menciono, para nossa reflexão, a ética socrática que reside no conhecimento e em vislumbrar na felicidade o fim da ação. Essa ética tem por objetivo preparar o homem para conhecer-se, tendo em vista que o conhecimento é a base do agir ético. Ao contrário de fomentar a desordem e o caos, a filosofia de Sócrates prima pela submissão, ou seja, pelo primado da ética do coletivo sobre a ética do individual.

Dito isso fica aqui a indagação: Por que temos hoje esse quadro de falência total das instituições do ponto de vista ético? O que podemos fazer para mudar essa terrível realidade?

Pela minha leitura, por uma causa que também se traduz por uma palavra de poucas letras, a exemplo da ética, é via EDUCAÇÃO, a Educação em valores!

E esse é o único caminho para mudar o status quo !

A academia está hoje disponibilizando ao mercado profissionais que foram capacitados para se dar bem na vida, custe o que custar.

Sabedores que somos de que os empresários não possuem competência para mudar os valores dos seus colaboradores, que formação do caráter ocorre basicamente até os sete anos, com responsabilidade direta pelas Secretarias Municipais de Educação e da constatação que, de dez jovens demitidos do trabalho, nove são demitidos por questões de conduta, ou seja de valores, o  CIESP Campinas fez uma pesquisa junto às Secretarias de Educação de sua macro região e Região Metropolitana de Campinas, visando conhecer os projetos pedagógicos com base nas diretrizes do MEC.

Nas respostas recebidas, não foram encontrados conteúdos com estruturas que permitissem demonstrar que a formação dos valores estava contemplada nestes projetos, e sim menções leves sobre valores, o que gera grande preocupação sobre o futuro da próximas lideranças empresariais e, consequentemente, o futuro da  educação para a sustentabilidade, que nada mais é que se falar de “valores”, segundo apregoa o professor Carlos Sebastião Andriani.

Assim, o CIESP Campinas  lançou o Fórum Permanente para discussão da Educação em Valores, visando divulgar as boas propostas e gerar reconhecimento público. O fórum terá seus encontros na Vila Antiga, por ser um Centro de formação de professores para a geração de valores humanos , mantendo na entidade (CIESP) a sua liderança, apoio e responsabilidade.

(*) Luiz Fernando de Araújo Bueno é administrador de empresas; professor da FGV; diretor titular do Departamento de Sustentabilidade do CIESP – Diretoria Regional de Campinas, Núcleo de Responsabilidade Social do CIESP Estadual; membro do Comitê de Responsabilidade Social da Federação das Indústrias do Estado de SP e palestrante.

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