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Magazine Luiza (MGLU3) será a Fênix do mercado? 

Reprodução

Houve um tempo em que os papéis MGLU3 valiam tanto que se valorizava como que por encanto. Nesta época, a Magazine Luiza virou a queridinha do mercado financeiro no setor de varejo. Mas como tudo que sobre um dia desce, a empresa foi enfrentando alguns problemas e chegou a valer menos de 2 reais na B3. Aproveitando outro bordão, quando chegar no fundo do poço, a tendência é subir. A Magalu encerrou o 4T23 com resultados que surpreenderam, praticamente, a Fênix do mercado. Será a volta por cima? Vale lembrar que a empresa é Best in Class, seu ESG vai muito bem, obrigado.

Conforme o relatório da XP Investimentos, o crescimento foi em linha, com melhores margens e forte geração de caixa. A empresa da família Trajano reportou um sólido conjunto de resultados do quarto trimestre, “com um top-line ainda pressionado, mas melhorando a rentabilidade devido à maior penetração de serviços e à forte geração de caixa”, comentam os analistas.

Uma lupa nos números

De acordo com a análise da XP, o GMV total manteve-se praticamente estável ano contra ano, uma vez que o desempenho do 3P (+9%) foi mais do que compensado pela fraqueza do 1P e do varejo físico (-8% e +3,5%, respetivamente), afetados pela difícil base de comparação com a Copa do Mundo. Consequentemente, as vendas líquidas consolidadas registaram um decréscimo anual de -6%, devido às vendas de mercadorias (-8%), enquanto as receitas de serviços se mantiveram fortes (+17%).

O principal destaque foi a rentabilidade: margem bruta + 2,50 p.p A/A, refletindo o impacto do repasse do Difal (Diferencial de Alíquota do ICMS) nas vendas de mercadorias (+1,15 p.p), em conjunto com a maior penetração dos serviços (+1,90 p.p). Entretanto, a margem Ebitda Ajustada aumentou +1,10p.p, refletindo o aumento das despesas de vendas e a maior penetração de 3P (+2,60p.p A/A). 

“Notamos que este valor é ajustado por R$ 208 milhões de eventos não recorrentes, tais como R$ 374 milhões de provisão não-caixa relacionada ao Difal e R$34 milhões de despesas de reestruturação relacionadas ao fechamento de lojas. Finalmente, o lucro líquido veio em R$102 milhões (vs. o nosso em R$23 milhões) em cima de melhores resultados operacionais e imposto menor, enquanto a companhia gerou R$751 milhões de caixa, principalmente em estoques.

Observações importantes, segundo a XP:

  • O repasse do Difal foi concluído no 3T;
  • Fullfilment já corresponde a 15% das vendas do marketplace (vs. 2% no começo de 2023); as taxas de over 90 da Luiza Cred caíram 0,7p.p T/T e 0,4p.p A/A; 
  • a companhia espera acelerar investimentos em tecnologia, logística e Ads em 2024;
  • 23 lojas foram fechadas no 1T24; e
  • a empresa pagou R$ 800 milhões em debêntures em janeiro passado.

O que chamou a atenção dos analistas

Para os analistas da Ágora, o EBT é o destaque:

Pontos Positivos:

  • Evolução da margem bruta proveniente de uma maior participação nas receitas de serviços/3P (alta de 2,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior), embora esse crescimento não tenha sido totalmente traduzido em expansão da margem EBITDA devido a despesas mais altas, e 
  • Luizacred retornando a um resultado positivo após oito trimestres em território negativo. 

Ponto Negativo:

  • Demanda persistentemente fraca por produtos 1P (venda direta ao consumidor) essenciais.

Considerando que esse foi o primeiro trimestre com EBT positivo após nove trimestres consecutivos negativos, de acordo com os analistas da Ágora, houve a melhora gradual do Ebitda, combinada com uma taxa de juros em declínio, e isso, na opinião deles, deve descomprimir gradualmente o EBT. 

“Além disso, a Luizacred também voltou a apresentar resultados positivos, o que pode favorecer o crescimento das originações e, portanto, também as vendas no varejo. No futuro, os principais pontos a serem monitorados são a geração de caixa sazonalmente mais fraca no 1T24, como o impacto de um ciclo de crédito melhorado se traduzirá em crescimento de vendas para o Magalu, e quando o crescimento das vendas no mercado se traduzirá em uma expansão mais pronunciada da margem EBITDA. Por enquanto, estamos mantendo nossa recomendação Neutra para o Magalu (com um preço-alvo de R$ 3,00/ação para 2024) à luz de um ambiente ainda desafiador”, afirmam os analistas.

Já para os analistas do BTG Pactual, a expectativa era que os resultados da MGLU fossem pressionados no curto prazo devido “ao crescimento mais lento do GMV online devido à sua exposição a categorias altamente cíclicas como eletrônicos e eletrodomésticos, principalmente no 1P; fraco desempenho da operação das lojas físicas; impacto das altas taxas de juros no Brasil (levando a maiores níveis de inadimplência) nos resultados da Luizacred; e alto custo de captação para desconto de recebíveis, impactando resultados financeiros e o lucro”.

 No entanto, o BTG também afirma que os resultados do 4T mostraram uma tendência de melhoria da rentabilidade e as despesas financeiras diminuíram significativamente, mesmo que o GMV 1P e as vendas das lojas físicas continuem apresentando dificuldades. 

“Para os próximos trimestres, a MGLU deverá se beneficiar da abordagem mais racional de take rate e de seu modelo de negócios multicanal para alavancar a operação de marketplace, juntamente com cortes nas taxas de juros no Brasil para continuar em sua trajetória de recuperação.”

Desempenho das Ações

Segundo o BB Investimentos, as ações MGLU3 se movimentaram praticamente de lado desde o início deste ano, em linha com a performance de boa parte dos papéis mais cíclicos do Ibovespa. 

“No entanto, olhando para frente, enxergamos perspectivas positivas para a Magazine Luiza. Além de se beneficiar da melhoria das condições macroeconômicas para venda de bens discricionários, a companhia vem investindo na evolução de sua plataforma, sem perder de vista a rentabilidade e a geração de caixa. Nesse sentido, mantemos nosso preço-alvo para o final de 2024 em R$ 3,68 e a recomendação de Compra”, comentam os analistas.

A concorrência da Magalu

No relatório da Ativa,  os analistas também veem uma evolução positiva da companhia ao longo dos últimos trimestres, mesmo diante de ventos contrários ao setor, que ainda passa por um cenário de concorrência com Mercado Livre, Amazon e cross-borders ganhando espaço em volume de vendas. Sem falar ainda, do cenário para 1P continuamente desafiador, “dado o endividamento da família elevado e menor apetite de concessão de crédito pelas financeiras”, afirmam.

Perspectivas

Conforme os analistas da Ativa, aproveitando o crescimento da Magalu no marketplace, a margem bruta deve dar o impulso necessário para que o lucro operacional ultrapasse os 7,0% em 2024, algo que já se tornou rentabilidade no próprio 4T23.  “Junto ao arrefecimento de despesas financeiras, esse boost deve ser suficiente para que Magalu volte a dar lucro na visão anual”, comentam.

“Apesar de entendermos que Magalu é uma empresa de crescimento e que, por isso, ela pode negociar a múltiplos mais elevados, não nos sentimos confortáveis em elevar para compra uma empresa que, em nossas atuais estimativas, negocia a 67,0x P/E 2024 e 25,0x P/E 2025. As nossas projeções já incluem uma forte melhora da rentabilidade, desde margem bruta à margem líquida. Reiteramos a recomendação de manter.”

A propósito, a Mirae Asset  é da turma que recomenda compra. Isso porque seus analistas enxergam que a Magalu está bem preparada para capturar as oportunidades com a potencial retomada do consumo discricionário esperada ao longo dos próximos meses. 

Investe no setor de varejo? Que tal saber mais sobre as projeções dos analistas e quais as principais recomendações? Acesse agora por aqui.

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Cátia Chagas

Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.
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Editora e produtora de Conteúdo do Portal Acionista e Clube. Foco em mercado de capitais; empresas e ESG. Atua também em Jornalismo de Produto (certificada pelo Knight Center for Journalism in the Americas). Jornalista graduada PUCRS; Especialização em Comunicação Política pela UNISC; MBA em Comunicação e Marketing para Mídias Sociais na Universidade Estácio de Sá; Especialização em Gestão e Governança Corporativa aplicada a práticas ESG. Com passagem pelos veículos G1RS; GZH e Grupo Sinos.

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