Estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) em 2021 constatou que em 230 (78%) de 295 companhias brasileiras entrevistadas têm mulheres em cargos de liderança. Pouco mais da metade (57,5%) têm ao menos uma mulher no conselho administrativo. E em um quarto delas (22,4%) não há profissionais mulheres entre os cargos de diretoria ou conselho (C-levels).

O retrato é animador, porém, a extensão do tópico equidade e diversidade de gênero é mais complexo e está a passos distantes do número de mulheres em posições de liderança. Pesquisa divulgada pelo PwC Brasil, em parceria com o Instituto Brasileiro dos Auditores Independentes (Ibracon), aponta que a maioria das empresas não checaram dados sobre o tema. O tópico de ‘Diversidade e Inclusão’ (D&I) só aparece entre as prioridades para 55% das empresas do Ibovespa, mesmo sendo um tema que tem grande demanda no Brasil. O trabalho ‘Divulgações de ESG no Ibovespa’ partiu da análise de relatórios de sustentabilidade divulgados em 2020 por empresas que fazem parte da bolsa brasileira.

A publicação A Global Imperative: Gender Equality in the C-Suite feito pela YPO, em parceria com o Financial Times e a iniciativa HeForShe das Nações Unidas, ouviu mais de 2 mil executivas e executivos de 106 países. E o resultado reitera a importância do retrato e o significado que traz o levantamento do IBGC. As empresas lideradas por elas têm mais diversidade de gênero em seus conselhos, na alta administração e em suas organizações e têm duas vezes a porcentagem de diretoras do que as lideradas por homens. No entanto, esta pesquisa aponta que, na alta administração, a presença de homens é em 43% das empresas versus os 26% no caso das mulheres. E a força de trabalho é de 48% contra 37%.

Estes levantamentos demonstram um quadro de evolução na presença e na importância que é dada às mulheres nas organizações, independente das funções que exercem. Especialmente a última publicação revela que há uma percepção maior de que as organizações possuem mais diversidade de gênero do que cinco anos atrás, porém, se reconhece que há muito o que fazer. Os caminhos apontados pelos entrevistados são mudança de mindset – para 57% deles as questões culturais para o seu gênero são o maior obstáculo para se tornar CEO. Outra barreira é o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, segundo 40% das participantes. O preconceito inconsciente também foi citado por 11% das pessoas.

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