O dólar avançou ante rivais fortes nesta quarta-feira, 6, impulsionado por alta inesperada em dado de serviços dos Estados Unidos, renovando ponderações sobre o nível de restrição dos juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). A moeda norte-americana ganhou fôlego particularmente contra a libra, após o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, sinalizar que o país pode estar próximo de finalizar o ciclo de aperto.

No final da tarde em Nova York, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em alta de 0,05%, a 104,861 pontos. O DXY chegou a tocar nível de 105 pontos na máxima intraday, a 105,024 pontos.

O dólar começou o pregão devolvendo ganhos de ontem, quando atingiu seu maior nível desde março deste ano. A moeda americana ganhou fôlego após leitura do ISM apontar avanço inesperado no índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços dos EUA, de 52,7 para 54,5 em agosto, indicando resiliência da atividade econômica americana, segundo o Jefferies.

Pouco antes, a dirigente do Fed Susan Collins (Boston) defendeu que os juros americanos precisarão ser mantidos em nível restritivo por tempo prolongado – ou até sofrer nova elevação – enquanto a inflação não mostrar sinais de retorno sustentado à meta de 2%. Tudo somado, as expectativas por mais aperto monetário pelo BC americano chegaram a subir pontualmente, conforme monitoramento do CME Group, o que tende a apoiar o dólar.

Analista da Oanda, Edward Moya nota que o rali do dólar está começando a “irritar” autoridades em nível global, destacando novas ações dos governos do Japão e da China para tentar controlar a desvalorização das suas moedas. Fontes informaram à Reuters que os principais bancos estatais da China reduziram liquidez do yuan no mercado de câmbio offshore e venderam ativamente dólares americanos nesta quarta, para controlar o ritmo da depreciação do yuan.

No horário citado, o dólar recuava a 147,72 ienes, após o vice-ministro das Finanças para Assuntos Internacionais do Japão, Masato Kanda, afirmar que o país não descartará qualquer intervenção no câmbio se os movimentos de desvalorização persistirem.

Moya também comenta que o Banco Central Europeu (BCE) encontra cada vez mais dificuldade para convencer os mercados de que elevará novamente suas taxas de juros, diante da deterioração da economia local. Hoje, a queda acentuada nas vendas do varejo da Alemanha renovaram temores sobre a atividade do bloco. A incerteza sobre o diferencial de juros pesou sobre o euro, apagando os ganhos obtidos depois que o dirigente do BCE Peter Kazimir defendeu elevar os juros na reunião de setembro antes de adotar pausa no aperto monetário. No horário citado, o euro subia a US$ 1,0727.

Já a libra recuava a US$ 1,2507, no horário citado. A moeda britânica enfraqueceu ante outras divisas, após Bailey observar que a inflação estaria desacelerando no país e afirmar que o BoE está próximo ao fim do ciclo de aperto monetário.

Ainda entre pares desenvolvidos, o dólar avançava a 1,3643 dólares canadenses, seguindo decisão do BC do Canadá de manter os juros em 5,0%.

Em relatório, a Moody’s avalia que a economia dos EUA terá um pouso suave neste ano, beneficiando moedas de mercados emergentes com menor à zona do euro e à China, como o real brasileiro e o peso colombiano. “Por outro lado, o peso chileno pode perder força devido ao moderado crescimento econômico e da atividade manufatureira nas principais economias avançadas, o que afetará os preços do cobre”, projeta.

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