O dia foi dominado por duas preocupações principais: De um lado a situação dos EUA e a China sobre comércio bilateral e, no âmbito interno, as expectativas com relação ao megaleilão de excedentes de petróleo da cessão onerosa. Esses fatores determinaram o comportamento dos mercados ao longo do dia.

No que tange acordo bilateral, a China segue querendo maior comprometimento de americanos na retirada de tarifas alfandegárias adicionais para assinar o acordo. Ao longo do dia, circularam rumores que o encontro de Donald Trump com Xi Jinping poderia ser adiado para dezembro, o que trouxe suspeitas de dificuldades ainda existentes.

No segmento local, o megaleilão acabou frustrando pela fraquíssima presença de estrangeiros (eram doze inscritos e somente os chineses entraram com a Petrobras em 10% de Búzios), pela arrecadação menor que o esperado (R$ 106 bilhões contra bônus de assinatura de R$ 69 bilhões) e sem oferta em dois campos. O lado positivo é que serve para destravar investimentos no setor e mostra a necessidade de reavaliar próximas operações. Já a Petrobras conseguiu o que queria e nos preços mínimos, seu presidente garante que o objetivo de desalavancagem de 2020 permanece em 1,5x.

Mas é fato que os mercados sentiram essa frustração, especialmente, na taxa cambial que passou a subir forte pela ausência de fluxo carreado para o país. O mercado também segue requerendo medidas que possibilitem a recuperação mais rápida da economia.

No mercado internacional, o dirigente do FED John Williams disse que a política monetária está bem posicionada e os dados de produtividade recentemente anunciados não preocupam. Ele falava da produtividade da mão de obra anualizada para o terceiro trimestre que encolheu 0,3%, e esse sempre foi um indicador importante da eficiência americana. Ainda nos EUA, os estoques de petróleo da semana anterior subiram 7,9 milhões de barris, mexendo com os preços em queda no mercado internacional.

No mercado, o petróleo WTI negociado em NY mostrava queda de 1,38%, com o barril cotado a US$ 56,44. O euro era transacionado em leve queda para US$ 1,107 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,81%, em queda. O ouro e a prata em quedas na Comex e commodities agrícolas com viés de queda na Bolsa de Chicago. O minério de ferro na China observou alta de 0,20%, com a tonelada fechando em US$ 83,47.

Aqui, o presidente do Bacen, Roberto Campos Neto, falou bastante sobre economia, reforçou possibilidade de queda na Selic na próxima reunião, inflação abaixo da meta, possível liberação de dezenas de bilhões do compulsório (na última liberação R$ 15 bilhões ficaram empossados no Bacen) e destacou revisões de queda na economia mundial. No plano político, a CCJ aprovou a PEC paralela com placar de 20 x 5 e a ideia é colocar em votação plenária em primeiro turno ainda hoje.

O Bacen divulgou também o fluxo cambial até 01/11. Em outubro, o saldo foi negativo em US$ 8,5 bilhões e no ano até 01/11, está negativo em US$ 21,9 bilhões. A posição vendida em dólares está em US$ 23,6 bilhões e o Bacen mostra ganhos com operações de swap de R$ 7,7 bilhões. Também foi anunciado o IBC-Br das commodities de outubro com alta de 2,2%. A Poupança, registrou saída líquida em outubro de R$ 247,3 milhões.

No mercado, dia de DIs com alta de juros para diferentes vencimentos e dólar encerrando com alta de 2,22% e cotado a R$ 4,083. Na Bovespa, na sessão de 04/11, os investidores estrangeiros alocaram recursos no valor de R$ 207,1 milhões. Em novembro, os ingressos montam a R$ 366,7 milhões, e em 2019 com saídas líquidas de R$ 29,8 bilhões.

No mercado acionário, a Bolsa de Londres teve alta de 0,12%, Paris com +0,34% e Frankfurt com +0,24%. Madri caiu 0,19% e Milão com leve alta de 0,04%. No mercado americano, dia de Dow Jones estável e Nasdaq com -0,29%. Na Bovespa, queda de 0,33% e índice em 108.360 pontos.

Na agenda de amanhã, teremos a divulgação do IGP-Di de outubro e também a inflação oficial pelo IPCA. No Reino Unido, a reunião do banco central (BOE) sobre política monetária e nos EUA os pedidos de auxílio-desemprego, o crédito ao consumidor de setembro e discursos de dirigentes do FED de Atlanta e Dallas.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais

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