A última semana foi marcada por uma dinâmica intensa no mercado de renda fixa. Com a curva de juros futuros sofrendo alterações significativas, muitos investidores ficaram em alerta. O diferencial entre os contratos de janeiro 2026 e 2034 caiu drasticamente, com uma perda expressiva de inclinação na curva. Assim, enquanto as taxas de juro real caíram, consolidando os rendimentos dos NTN-Bs em torno de 6% ao ano.

No mercado secundário, as debêntures indexadas ao CDI mantiveram-se estáveis, mas as debêntures isentas mostraram um aumento nos spreads, refletindo uma leve preocupação no mercado. Os fluxos de negociação em debêntures não incentivadas e outros títulos também apresentaram variações, destacando a incerteza entre os investidores.

O que esperar para os juros futuros

As perspectivas econômicas trazem algum alívio para os juros futuros neste início de semana. Nos EUA, os dados econômicos mais recentes dissiparam parcialmente os temores de uma recessão iminente. O seguro-desemprego registrou um número inferior ao esperado, o que trouxe otimismo ao mercado e impactou positivamente os preços do petróleo. No Brasil, apesar de a ata do Copom manter um tom rígido, a possibilidade de um novo aumento da Selic em setembro adiciona uma camada extra de cautela para os próximos meses.

Dessa forma, com a curva de juros apresentando perda de inclinação, é prudente diversificar seu portfólio entre diferentes vértices de títulos. Bem como diversificar com outras categorias (como ações e FIIs) que podem se beneficiar do cenário. Por outro lado, considere investir em títulos de curto prazo para minimizar o risco em um cenário de incertezas e a possibilidade de alta dos juros.

Conforme diversos analistas costumam citar em seus relatórios no Clube Acionista, a Selic no atual patamar é extremamente atrativa para deixar o dinheiro parado na espera por uma oportunidade. Portanto, monitore as taxas de juro real, através dos rendimentos das NTN-Bs próximos a 6% ao ano, títulos atrelados à inflação continuam atraentes. Afinal, podem oferecer proteção em um ambiente de inflação persistente.

Boletim Focus (12.08.24): alta do IPCA pela terceira semana seguida

Revisões dos dados e projeções do Boletim Focus. Divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central do Brasil contendo resumo das expectativas de mercado a respeito de alguns indicadores da economia brasileira.

IPCA/24:ALTA de 4,10% para 4,20%
IPCA/25:QUEDA de 3,98% para 3,97%
PIB/24:continua em 2,20%
PIB/25:continua em 2,20%
CÂMBIO/24:continua em R$ 5,30
CÂMBIO/25:continua em R$ 5,30
SELIC/24:continua em 10,50%
SELIC/25:continua em 9,50%
Fonte: Banco Central – Boletim Focus

Rendimentos dos títulos do Tesouro Direto

Alta volatilidade nos rendimentos dos títulos públicos impacta a rentabilidade anual e o preço unitário – se a taxa sobe, o preço cai e vice-versa – .

Em comparação com a semana anterior as alterações com maior destaque são:

TítuloTaxa de 05/08 a 12/08Preço de 05/08 a 12/08
Prefixado/31QUEDA de 12,00% para 11,58% hojeALTA de R$ 486,09 para R$ 498,94
IPCA+2029QUEDA de 6,06% para 5,96% hojeALTA de R$ 3.261,09 para 3.283,20
IPCA+2045QUEDA de 6,13% para 5,96% hojeALTA de R$ 1.261,39 para 1.306,83

Fonte: Tesouro Direto 12/08/2024

O que é a taxa Selic e por que ela é importante?

Taxa Selic é a principal taxa de juros da economia brasileira, influenciando outras taxas e investimentos. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, costuma ter relação inversa com o movimento dos juros, ou seja, quando um sobe, o outro tende a cair – e vice-versa.

Basicamente, ocorre porque altas taxas tornam o dinheiro mais caro, prejudicando empresas que dependem de investimentos. Quando a taxa Selic cai, o acesso ao dinheiro (via financiamentos, por exemplo) aumenta, impulsionando investimentos de renda variável e, consequentemente, no valor das ações.

Portanto, acompanhar quais serão os próximos movimentos da Selic se torna importante para o investidor. O Comitê de Política Monetária (Copom) a define a cada 45 dias, considerando indicadores como inflação, dólar, emprego e renda, bem como o impacto na economia do país.

Quer saber quais as recomendações para investir na renda fixa? Veja as análises e sugestões conforme diversos analistas no Clube Acionista, por aqui.

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