Oficialmente neste fim de semana a Festa dos Foliões volta ao seu calendário normal depois de dois anos em que o Carnaval calou-se por causa das restrições impostas pela pandemia de Covid19. Blocos, escolas de samba, clubes, todos empenhados em fazer o Maior Espetáculo da Terra ser inesquecível. Além de ser um dos eventos que aquecem o turismo e a economia, o Carnaval é uma época que, infelizmente, deixa muitas mulheres vulneráveis e à mercê do assédio e importunação sexual. Nós ficamos mais expostas em desfiles, bloquinhos, a qualquer hora do dia ou noite. Já faz alguns anos que campanhas como “Não é Não”, “Meu Corpo não é sua Fantasia” (de Salvador) tomam as ruas nesses dias de folia.
Os números são impressionantes: segundo pesquisa do IPEC com o Instituto Patrícia Galvão, 45% das mulheres no Brasil já tiveram o corpo tocado sem consentimento em local público (não apenas no Carnaval). Em relação às práticas invasivas (importunação, perseguição e assédio sexual), 41% das brasileiras já foram xingadas ou agredidas por dizerem “não” a uma pessoa que estava interessada nelas, 32% afirmaram ter passado por situação de importunação ou assédio sexual no transporte público e 31% declararam que já sofreram tentativa ou abuso sexual.

Temos o direito à diversão sem importunação

Desde 2018 está em vigor a Lei 13.718, que criminaliza os atos de importunação sexual e divulgação de cenas de estupro, nudez, sexo e pornografia. A pena para as duas condutas é prisão de 1 a 5 anos. A importunação sexual foi definida em termos legais como a prática de ato libidinoso contra alguém sem a sua anuência “com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”.
Para prevenir e conscientizar a população sobre a importunação sexual, o governo Federal passou a divulgar campanhas no carnaval, como “Não é Não!”, “Assédio é Crime ou #Nãotemdesculpa”.

Freepick

Dicas preciosas, mulheres:

Cuidado com os golpes da bebida
Não deixe seu copo sozinho na mesa e jamais aceite bebidas de estranhos. “Essas são oportunidades para aplicarem o ‘Boa Noite Cinderela’ ou qualquer tipo de substância que te deixe desorientada e nas mãos do abusador”, pontua Monica Machado, psicóloga, fundadora da Clínica Ame.C.

Vá devagar na receptividade com estranhos
Boa aparência não diz nada sobre a pessoa, já que ninguém vem com etiqueta na testa sobre suas verdadeiras intenções. Portanto, não seja tão aberta. Sua segurança vale mais do que qualquer paquera casual.

Aposte nos instrumentos de defesa
Leve na bolsa spray de pimenta e arma de incapacitação neuromuscular (armas de eletrochoque). Segundo o Projeto de Lei 161/19, ambos são autorizados no Brasil, exclusivamente para a defesa pessoal de mulheres. Leve também um apito e uma caneta marca texto preta, para riscar um “X” (símbolo de socorro) na palma da mão e deixar visível, caso precise. “Estas técnicas já ajudaram muitas mulheres a se livrar de situações de risco”, ressalta Monica Machado.

Mantenha contato com seu grupo de amigos
Antes de sair, crie um grupo de WhatsApp com os amigos que estarão com você. Caso se perca deles ou precise de ajuda, contate-os pelo grupo. Vale também marcar um ponto de referência, de preferência, que seja movimentado.

Cuidado deve ser redobrado para as adolescentes
Deixe o endereço do evento com seus pais ou responsáveis. “O ideal é que eles te levem e busquem. Caso não seja possível, use um aplicativo de celular para transporte e compartilhe sua viagem com alguém da família”, orienta Danielle H. Admoni, psiquiatra geral, da Infância e Adolescência, supervisora na residência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM) e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).
Ela também adverte que, ao se sentir perseguida ou em situação vulnerável, busque um policial próximo ou entre em um estabelecimento. “Ligue para seus pais ou responsáveis, peça para te buscarem imediatamente e não saia de perto do policial ou de dentro do estabelecimento até eles chegarem”.

Evite beber demais
“O álcool em excesso gera a falsa sensação de poder e segurança, como se nada pudesse acontecer com você. Mas, na realidade, a embriaguez tira seu senso de atenção e perigo, tornando-a vulnerável aos riscos que te cercam”, diz Danielle Admoni.

Jamais volte para casa com estranhos
Nunca pegue carona com estranhos, mesmo sendo o amigo do seu amigo. Já ocorreram milhares de abusos e estupros dessa maneira.

Atenção no transporte público
Na volta para casa, seja de metrô ou ônibus, procure sentar perto do motorista ou de outras pessoas, principalmente se for tarde da noite. Evite ficar isolada e dormir no banco.

Fique esperta no carro
Se você estacionou o carro na rua, certifique-se de que não há ninguém próximo ao ir embora. Se possível, peça ao seu amigo para te acompanhar até o carro. Abusadores ficam mais intimidados quando a mulher está acompanhada. Também evite estacionar em ruas desertas e sair tarde da noite.

Como denunciar
Quem presenciar ou for vítima de importunação sexual pode denunciar pelo Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, chamar a Guarda Municipal da sua cidade ou a Polícia Militar, ligando 190.

Com Informações do Es360/Edição: Cátia Chagas

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