O Fórum Econômico Mundial (FEM) divulgou, no dia 31 de março deste ano, os dados do novo Relatório Global de Gênero. No ranking, que conta com 156 países, o Brasil está em 93º lugar em igualdade de gênero, caindo uma posição em relação ao levantamento de 2020.
A análise, que compara a evolução da lacuna de gênero na economia, política, educação e saúde, aponta que, apesar do progresso nas duas últimas áreas citadas, as mulheres precisam lidar cada vez mais com obstáculos econômicos, além de ter participação política e no mercado de trabalho reduzida.
O relatório do FEM, assim como outros estudos, revela que a pandemia da Covid-19 tem impactado o gênero feminino mais diretamente, colaborando, inclusive, para a criação do termo “shecession” (recessão feminina). Cinco por cento de todas as mulheres perderam seus empregos até o momento, em comparação com 3,9% de todos os homens.
Com isso, a lacuna de gênero aumentou, em uma geração, de 99,5 anos para 135,6 anos, enquanto a diferença econômica de gênero deve levar mais de 267 anos para ser fechada. O lento progresso é resultado da desproporcionalidade entre a quantidade de profissionais qualificadas e a mínima ocupação feminina em cargos de gerência.
“A pandemia impactou fundamentalmente a igualdade de gênero no local de trabalho e na casa, retrocedendo anos de progresso. Se queremos uma economia futura dinâmica, é vital que as mulheres sejam representadas nos empregos de amanhã. Agora, mais do que nunca, é fundamental focar a atenção da liderança, comprometendo-se com metas firmes e mobilização de recursos. Este é o momento para incorporar a paridade de gênero ao projeto na recuperação”, diz Saadia Zahidi, diretora-geral do Fórum Econômico Mundial, no relatório de 2021.
Por outro lado, na educação, 37 dos 156 países analisados, já alcançaram a paridade de gênero, e mais de 95% deles já eliminaram essa diferença na área da saúde. Com relação a esses índices, o Brasil ocupa as posições 37ª e 3ª, respectivamente.
Para ter uma recuperação econômica que dê mais oportunidades ao público feminino no futuro, o relatório sugere quatro medidas. Confira.
Assegurar a paridade de gênero no mundo do trabalho pós-COVID-19
- Requalificação das mulheres para que estejam prontas para voltar ao mercado de trabalho, principalmente em setores de alto crescimento;
- Planejamento da força de trabalho com perspectiva de gênero e políticas e estratégias de redistribuição dos empregos.
Fechar as lacunas de gênero na remuneração entre e dentro dos setores
- Avaliações de pagamento e políticas de remediação adequadas entre pessoas que exerçam as mesmas funções;
- Melhorar a qualidade do trabalho e os padrões de pagamento em funções essenciais atualmente mal remunerados.
Permitir a participação das mulheres na força de trabalho
- Criação de acordos de trabalho flexíveis ou alternativos que suportam uma força de trabalho diversificada;
- Reforçar as redes de segurança social.
Ter mais mulheres ocupando cargos de gestão e liderança
- Definição de metas para mulheres em liderança em nível governamental e empresarial.
Para ler o Relatório Global de Gênero na íntegra, acesse: https://bit.ly/3t780S9.
Com informações do Fórum Econômico Mundial.