Muitas pessoas se questionam sobre como as mulheres conseguem se destacar em um setor predominantemente masculino. De fato, não é uma tarefa fácil, visto que as oportunidades são escassas e os desafios, enormes. No entanto, as conquistas alcançadas são ainda maiores.

A trajetória das mulheres na radiodifusão não difere muito daquelas das grandes executivas que se sobressaem em outros segmentos organizacionais. Requer de nós momentos de escolhas difíceis, mas imprescindíveis para o avanço. Dentre as características que se destacam nas mulheres, em minha opinião, estão a assertividade, o comprometimento e o planejamento. Essas qualidades nos credenciam a ter uma visão mais ampla e um maior domínio das situações, possibilitando uma abordagem mais assertiva na solução de problemas.

Historicamente, a radiodifusão tem sido dominada por profissionais do sexo masculino: engenheiros, jornalistas, comentaristas, artistas, colunistas, criadores, presidentes e diretores. No entanto, hoje é comum nos depararmos com mulheres presentes em reuniões e seminários, liderando equipes de engenheiros, técnicos, reportagens, profissionais de TI, criação, artistas e jornalistas.

As instituições e empresas têm se empenhado em ampliar a equidade de gênero em suas estruturas organizacionais. De acordo com o relatório “Women in Business 2023” da Grant Thornton Internacional, houve um avanço no processo de equidade, ainda que lento. Comparativamente a 2019, atualmente 28% das empresas de médio porte têm uma diretora executiva. As mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança no Brasil, sendo 35% das presidências executivas (CEO) e 47% em cargos de liderança financeira. Apenas um percentual de 6% das empresas afirmaram não manter mulheres em cargos de liderança.

Pesquisas realizadas por McKinsey & Company têm reforçado a importância da equidade de gênero. Empresas com maior diversidade de gênero em suas equipes executivas são 21% mais lucrativas. O relatório “Diversity Wins” da McKinsey destaca a relação positiva entre a diversidade nas equipes executivas e o crescimento dos resultados ao longo dos anos.

Curiosamente, a pandemia contribuiu para o crescimento e maior presença das mulheres em postos de liderança e gestão executiva na radiodifusão. O formato de trabalho home-office proporcionou novas oportunidades e maior autonomia para a mulher gerir o tempo, conciliando os diversos papéis que assume ao longo do dia.

Assim, jovens e talentosas mulheres seguem firmes em seu propósito de construir empresas cada vez mais diversificadas e representativas. O caminho para a equidade de gênero na radiodifusão pode ser árduo, mas as conquistas alcançadas são inegavelmente significativas. A presença feminina, com suas características únicas, tem enriquecido o setor e proporcionado um futuro mais promissor e igualitário para todos.

Lucenir Nolêto Monteiro, executiva de finanças há mais de 28 anos com larga experiência
no setor da Radiodifusão, Presidindo o Sindicato patronal das empresas de Televisão, Rádios,
Jornais e Revistas do DF – SINTERJDF, por 07 anos , à frente de 04 negociações coletivas
anuais, contribuindo para maior diversificação e equidade nas organizações. Formada pela
Universidade de Ensino Unificado de Brasília – UNICEUB, com duas pós-graduação sendo, uma
pela ESAD/UFRJ e outra pela FGV- DF. Mãe de 03 lindos filhos, Camila 28 anos, Carolina 27
anos e Gabriel 23 anos e Avó de Benício hoje com 01 ano e 04 meses
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