Depois de um fim de ano desastroso para a bolsa brasileira e dos Fundos de Ações, janeiro o bom humor deu as caras. O Ibovespa valorizou quase 5% neste início de 2025. Mês marcado pela volta de Donald Trump à Casa Branca e a mais um aumento da Taxa Selic, que agora é de 13,25% ao ano.
O índice avançou 4,86%, atingindo seu melhor desempenho mensal desde agosto de 2024, quando alcançou máximas históricas. No ano passado, as incertezas fiscais e a retomada do ciclo contracionista de juros no Brasil fizeram o Ibovespa perder mais de 10%, o pior resultado desde 2021, segundo a Quantum Finance.
De olho nas tarifas
Com Trump anunciando tarifas para os outros países, aqui no Brasil o clima é de espera. Os maiores temores desse retorno eram as novas tarifas sobre produtos importados. O cenário criaria um desequilíbrio nas relações comerciais globais, o que pressionaria a inflação das principais economias no mundo.
A grande preocupação estava no cumprimento das medidas de taxação mais agressivas sobre as importações, especialmente as de origem chinesa. Mas neste caso, ficou em 10%, pois Trump adotou um tom mais contido.
Já a virada para fevereiro veio junto com a confirmação de tarifas sobre os principais parceiros comerciais dos EUA: Canadá, China e México. O governo mexicano conseguiu um acordo com Trump para pausar as taxações até o próximo mês.
O desempenho das ações em janeiro
O Acionista divulga todos os meses,o desempenho dos fundos de ações em uma parceria exclusiva com a Quantum Finance. As informações consideram janeiro e retroativamente seis, 12, 24 e 36 meses. O relatório é formado por cinco categorias de fundos: Ações e dividendos; Ações Livres; Ações Small Caps; Ações Sustentabilidade/Governança e Ações Valor/Crescimento.
Leva-se em conta que é preciso saber que a indústria de fundos é dinâmica. A Quantum alerta que os dados são das quantidades de fundos em funcionamento normal, com o histórico dos períodos indicados. Além disso, é importante ter ciência que a rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, o ideal é analisar no mínimo os últimos 12 meses de cada fundo.
Fundos de Dividendos
O número de fundos disponíveis diminuiu de 62 para 60 em janeiro. 62 em dezembro. O retorno do mês foi positivo em 4,52%; nos últimos 36 meses, o retorno foi de 20,96%.
Os dividendos pagos pelas empresas da carteira ficam a cargo do gestor nesta modalidade. É ele que determina como vai fazer novos investimentos com o valor. Essa prática pode ser avaliada como uma desvantagem para o investidor.
Fundos de Ações Livres
A modalidade caiu de 1981 para 1941 em janeiro. O retorno no mês também foi positivo, mas melhor que Dividendos, ficando em 5,60%. Nos últimos 12 meses o retorno foi de 2,90%. Nos últimos dois anos, o investidor teve 21,75% de retorno.
Esses fundos são conhecidos como FIAs (Fundos de Ações), são modelos em que os gestores investem o patrimônio do fundo majoritariamente em ações. O principal fator de risco é a variação dos preços de ações, admitidas à negociação em mercados organizados, que compõem sua carteira de ativos.
Fundos Small Caps
Os fundos das Small Caps tiveram um retorno de +6,27%. Em 12 meses o investidor teve retorno negativo de 10,68%, em 24 meses, esse retorno foi de -4,18%. Nos últimos 3 anos o retorno ficou em -6,43%.
Neste tipo de fundo, o gestor investe nas empresas de baixa capitalização da Bolsa de Valores, com valor de mercado entre R$ 1 bilhão e R$ 5 bilhões. Ele busca desse fundo empresas que possuem valor intrínseco, mas que ainda não foram reconhecidas pelo mercado.
Fundos de Sustentabilidade/Governança
Em dezembro, o investidor teve retorno de +6,06%. Em 12 meses, o retorno foi de -14,17%. Nos últimos três anos, esse retorno ficou negativo em 6,05%.
Esse grupo de fundos precisa apresentar uma política de investimento 100% sustentável, levando o sufixo “IS”. Conforme a Anbima, “podem ser reconhecidos os fundos que integram aspectos ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês) em seu processo de gestão, mas não têm o investimento sustentável como objetivo principal.
Eles não podem usar o sufixo IS, mas têm uma diferenciação dos demais: podem utilizar a frase com o conteúdo “esse fundo integra questões ASG em sua gestão” nos materiais de venda voltados aos investidores”.
Fundos de Ações Valor/Crescimento
Em janeiro foram 112 fundos com retorno positivo em 6,04%; nos últimos 6 meses, foi de -5,15%. O retorno para o investidor em três anos ficou positivo em 2,88%.
Segundo a Anbima, neste tipo de fundos, os gestores buscam retorno através de uma estratégia de seleção de empresas entre o “preço justo” estimado (estratégia de valor) e/ou aquelas com a chance de crescer no futuro (estratégia de crescimento).
Janeiro com luz no fim do túnel
Depois da desgraceira no segundo semestre, o Ibovespa respirou em janeiro. Todos os fundos destacados neste relatório tiveram retornos positivos no primeiro mês de 2025. A surpresa foi que os fundos de Ações Dividendos ficaram para trás, sendo que sempre é a modalidade que tem melhores retornos. Ficou em +4,52% enquanto os de Small Caps tiveram um retorno de +6,27%.
Número de fundos disponíveis
Classificação Anbima (fundos) | Fundos no mês | Fundos nos últimos 6 meses | Fundos nos últimos 12 meses | Fundos nos últimos 24 meses | Fundos nos últimos 36 meses |
Ações Dividendos | 60 | 60 | 55 | 51 | 48 |
Ações Livres | 1941 | 1918 | 1811 | 1633 | 1438 |
Ações Small Caps | 54 | 54 | 53 | 44 | 42 |
Ações Sustentabilidade/Governança | 3 | 3 | 2 | 2 | 2 |
Ações Valor/Crescimento | 112 | 112 | 110 | 110 | 103 |
Rentabilidade
Classificação Anbima (fundos) | Retorno no mês | Retorno nos últimos 6 meses | Retorno nos últimos 12 meses | Retorno nos últimos 24 meses | Retorno nos últimos 36 meses |
Ações Small Caps | 6,27% | -7,36% | -10,68% | -4,18% | -6,43% |
Ações Valor/Crescimento | 6,04% | -5,15% | -7,24% | 8,65% | 2,88% |
Ações Livres | 5,60% | -0,24% | 2,90% | 26,11% | 21,75% |
Ações Sustentabilidade/Governança | 6,06% | -9,62% | -14,17% | -2,75% | -6,05% |
Ações Dividendos | 4,52% | -0,93% | -1,71% | 14,19% | 20,96% |