Depois de um agosto sem desgosto e expectativas para um setembro florido, o Ibovespa voltou a registrar queda mensal após renovar máximas históricas no mês anterior. O índice terminou setembro com perdas de 3,08%.
Como não poderia ser diferente, o Ibovespa retornou à zona vermelha no acumulado de 2024. Até o último pregão de setembro, a desvalorização chegou a 1,77% no ano.
Um dos fatores de influência, segundo a Quantum, foram os ruídos envolvendo a política fiscal interna que pesaram sobre o mercado brasileiro, minando as chances de o índice atingir novos topos no último mês.
“Isso teve impacto no fluxo de capital estrangeiro. Os gringos, que estavam voltando a aplicar dinheiro na nossa bolsa, retomaram o movimento de resgates”, diz a Quantum.
Em setembro, os estrangeiros sacaram R$ 1,67 bilhão, fazendo o saldo acumulado em 2024 chegar a R$ 28,2 bilhões negativos (ex-IPOs e follow-ons). Vale lembrar que, em agosto, o fluxo estrangeiro chegou a marcar a entrada de R$ 10 bilhões em recursos.
O desempenho dos Fundos de Ações em setembro
Mensalmente o Acionista divulga o desempenho dos fundos de ações em uma parceria exclusiva com a Quantum. As informações consideram setembro e retroativamente seis, 12, 24 e 36 meses. O relatório mensal é formado por cinco categorias de fundos: Ações e dividendos; Ações Livres; Ações Small Caps; Ações Sustentabilidade/Governança e Ações Valor/Crescimento.
A Quantum alerta nque é importante saber que a indústria de fundos é dinâmica. Vale destacar que os dados são das quantidades de fundos em funcionamento normal, com o histórico dos períodos indicados. Também é preciso ressaltar que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, o ideal é analisar no mínimo os últimos 12 meses de cada fundo.
Fundos de Dividendos
O número de fundos disponíveis se manteve em 60 em setembro. O retorno do mês foi negativo, -2,61%, sendo que em agosto o retorno foi 5,65%; nos últimos 36 meses, o retorno foi de 24,85%.
Nesta modalidade, os dividendos pagos pelas empresas da carteira ficam a cargo do gestor. É ele que determina como vai fazer novos investimentos com o valor. Essa prática pode ser avaliada como uma desvantagem para o investidor.
Fundos de Ações Livres
A modalidade teve 2039 ativos em setembro. O retorno no mês foi negativo também em -2,23% ante os 4,75% de agosto. Nos últimos 6 meses o retorno foi de 3,66%. Nos últimos dois anos, o investidor teve 28,82% de retorno.
Conhecidos como FIAs (Fundos de Ações), esses fundos são modelos em que os gestores investem o patrimônio do fundo majoritariamente em ações. O principal fator de risco é a variação dos preços de ações, admitidas à negociação em mercados organizados, que compõem sua carteira de ativos.
Fundos Small Caps
Os fundos das Small Caps tiveram um retorno negativo em setembro: -5,29%. Em 12 meses o investidor teve retorno de -5,35%, mas em 24 meses, esse retorno foi de -0,29%. Nos últimos 3 anos o retorno foi ruim, de -14,14%.
Neste tipo de fundo, o gestor investe nas empresas de baixa capitalização da Bolsa de Valores, com valor de mercado entre R$ 1 bilhão e R$ 5 bilhões. Ele busca desse fundo empresas que possuem valor intrínseco, mas que ainda não foram reconhecidas pelo mercado.
Fundos de Sustentabilidade/Governança
Depois de registrar 3,10% de retorno em agosto, em setembro teve retorno de – 4,09% . Em 12 meses, o investidor teve um retorno de 0,66%. Nos últimos três anos, esse retorno ficou negativo em -11,39%.
Esse grupo de fundos precisa apresentar uma política de investimento 100% sustentável, levando o sufixo “IS”. Conforme a Anbima, “podem ser reconhecidos os fundos que integram aspectos ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês) em seu processo de gestão, mas não têm o investimento sustentável como objetivo principal.
Eles não podem usar o sufixo IS, mas têm uma diferenciação dos demais: podem utilizar a frase com o conteúdo “esse fundo integra questões ASG em sua gestão” nos materiais de venda voltados aos investidores”.
Fundos de Ações Valor/Crescimento
Em agosto foram 117 fundos, em setembro caiu para 115. O retorno do mês ficou em -3,72% ; nos últimos 6 meses, foi de -0,96%. O retorno para o investidor em três anos ficou em 0,43%.
Segundo a Anbima, neste tipo de fundos, os gestores buscam retorno através de uma estratégia de seleção de empresas entre o “preço justo” estimado (estratégia de valor) e/ou aquelas com a chance de crescer no futuro (estratégia de crescimento).
O desgosto veio em setembro
Mês passado o Acionista destacou que os fundos estavam acompanhando a maré boa do Ibovespa pelo terceiro mês consecutivo. Desidrataram em setembro. Sem exceções, todos tiveram retorno negativo no mês. O investidor perdeu em todos os fundos. Sendo os fundos de Ações Dividendos os de maior retorno positivo em 36 meses: 24,85%.
Número de fundos disponíveis
Classificação Anbima (fundos) | Fundos no mês | Fundos nos últimos 6 meses | Fundos nos últimos 12 meses | Fundos nos últimos 24 meses | Fundos nos últimos 36 meses |
Ações Dividendos | 60 | 55 | 54 | 50 | 48 |
Ações Livres | 2.039 | 1.950 | 1.862 | 1.689 | 1.438 |
Ações Small Caps | 55 | 54 | 54 | 44 | 43 |
Ações Sustentabilidade/Governança | 4 | 3 | 3 | 3 | 3 |
Ações Valor/Crescimento | 115 | 113 | 112 | 110 | 101 |
Rentabilidade
Classificação Anbima (fundos) | Retorno no mês | Retorno nos últimos 6 meses | Retorno nos últimos 12 meses | Retorno nos últimos 24 meses | Retorno nos últimos 36 meses |
Ações Small Caps | -5,29% | -7,13% | -5,35% | -0,29% | -14,14% |
Ações Valor/Crescimento | -3,72% | -0,96% | 8,343% | 15,10% | 0,43% |
Ações Livres | -2,23% | 3,66% | 16,16% | 28,82% | 14,10% |
Ações Sustentabilidade/Governança | -4,09% | -4,98% | 0,696% | 8,50% | -11,39% |
Ações Dividendos | -2,61% | 2,30% | 11,55% | 24,21% | 24,85% |