Nos últimos dias não faltaram novidades para a renda fixa, a curva de juros futuros apresentou um forte fechamento ao longo de toda sua extensão, com destaque para os vértices intermediários. O diferencial entre os contratos com vencimento em janeiro de 2026 e 2034 saltou de 39,50 para 55,50 pontos-base (bps), indicando um ganho significativo de inclinação.
Dessa forma, quem aproveito para comprar no passado os títulos de renda fixa com vencimentos mais longos e as altas taxas do IPCA hoje presencia a valorização de seus investimentos. As taxas de juro real também recuaram, com os rendimentos dos NTN-Bs (títulos públicos atrelados à inflação) se consolidando em torno de 6,10% ao ano.
A renda fixa mostra sinais de recuperação
No mercado secundário de crédito privado, os spreads das debêntures indexadas ao CDI fecharam a semana em queda, bem como as Debêntures isentas que seguiram na mesma tendência. O volume médio diário de negociações em debêntures não incentivadas foi de R$ 1,031 bilhão, comparado a R$ 1,486 bilhão na semana anterior, enquanto debêntures incentivadas, CRIs e CRAs também registraram volumes menores.
Por outro lado, a captação líquida do Tesouro Direto bate recorde. O Tesouro Nacional divulgou os dados do Tesouro Direto de junho de 2024, destacando uma captação líquida de R$ 2,4 bilhões, o maior volume mensal desde 2005. As aplicações em títulos públicos por pessoas físicas superaram os resgates, reforçando a confiança dos investidores nesse tipo de investimento.
Perspectivas para a semana
Eventos globais e dados econômicos no radar. Os investidores estarão atentos à divulgação dos PMIs de vários países, que oferecerão um panorama das condições econômicas e de negócios. Na China, os dados de comércio exterior previstos para quinta-feira prometem influenciar o mercado. No Brasil, os destaques serão a ata do Copom na terça-feira e o IPCA de julho na sexta-feira.
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Decisões de bancos centrais impactam mercados
O Federal Reserve dos EUA manteve os juros entre 5,25% e 5,50%, com o presidente do Fed sugerindo a possibilidade de cortes futuros, dependendo da continuidade da desaceleração econômica. No Japão, a elevação da taxa de juros para 0,25% e a redução da compra de títulos públicos impactaram o câmbio, depreciando moedas emergentes como o real. No Brasil, o Banco Central manteve a taxa Selic em 10,50%, enfatizando riscos inflacionários.
Boletim Focus (05.08.24): alta do IPCA pela terceira semana seguida
Revisões dos dados e projeções do Boletim Focus. Divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central do Brasil contendo resumo das expectativas de mercado a respeito de alguns indicadores da economia brasileira.
IPCA/24: | ALTA de 4,05% para 4,10% |
IPCA/25: | ALTA de 3,90% para 3,96% |
PIB/24: | ALTA de 2,15% para 2,19% |
PIB/25: | ALTA de 1,93% para 1,94% |
CÂMBIO/24: | continua em R$ 5,30 |
CÂMBIO/25: | ALTA de R$ 5,20 para R$ 5,23 |
SELIC/24: | continua em 10,50% |
SELIC/25: | continua em 9,50% |
Rendimentos dos títulos do Tesouro Direto
Alta volatilidade nos rendimentos dos títulos públicos impacta a rentabilidade anual e o preço unitário – se a taxa sobe, o preço cai e vice-versa – .
Em comparação com a semana anterior as alterações com maior destaque são:
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Título | Taxa de 29/07 a 05/08 | Preço de 29/07 a 05/08 |
Prefixado/31 | QUEDA de 12,26% para 12,00% hoje | QUEDA de R$ 477,65 para R$ 486,09 |
IPCA+2029 | QUEDA de 6,41% para 6,06% hoje | QUEDA de R$ 3.203,02 para 3.261,09 |
IPCA+2045 | ALTA de 6,34% para 6,13% hoje | ALTA de R$ 1.208,10 para 1.261,39 |
Fonte: Tesouro Direto 05/08/2024
O que é a taxa Selic e por que ela é importante?
A Taxa Selic é a principal taxa de juros da economia brasileira, influenciando outras taxas e investimentos. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, costuma ter relação inversa com o movimento dos juros, ou seja, quando um sobe, o outro tende a cair – e vice-versa.
Basicamente, ocorre porque altas taxas tornam o dinheiro mais caro, prejudicando empresas que dependem de investimentos. Quando a taxa Selic cai, o acesso ao dinheiro (via financiamentos, por exemplo) aumenta, impulsionando investimentos de renda variável e, consequentemente, no valor das ações.
Portanto, acompanhar quais serão os próximos movimentos da Selic se torna importante para o investidor. O Comitê de Política Monetária (Copom) a define a cada 45 dias, considerando indicadores como inflação, dólar, emprego e renda, bem como o impacto na economia do país.
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Prepare-se para a volatilidade e aproveite oportunidades
Com as taxas de juros e inflação em movimento, investidores devem se manter atentos às mudanças. A alta dos juros no Japão e a possível redução nos EUA indicam volatilidade no mercado cambial, impactando investimentos em moedas emergentes. Para os investidores brasileiros, manter uma carteira diversificada e aproveitar títulos indexados à inflação pode ser uma estratégia inteligente.
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