Em um cenário de juros elevados e incertezas econômicas, os FIIs de tijolo estão surpreendendo nas últimas semanas. Mostrando resiliência e se destacando no mercado, mesmo após o desempenho fraco do índice IFIX recentemente.
Após um junho turbulento, quando o IFIX registrou o pior desempenho desde outubro de 2022, julho trouxe um alívio, ainda que modesto, com uma valorização de 0,53%. Apesar de ficar atrás do Ibovespa, que subiu cerca de 3%, o IFIX ainda garante um ganho acumulado de 1,5% no ano.
FIIs de tijolo são os verdadeiros destaques para a alta do IFIX
Os grandes contribuidores para a performance do IFIX de julho foram os fundos imobiliários de galpões logísticos, que registraram um crescimento médio de 2,3%. Fundos de renda urbana e shoppings também mostraram força, com altas de 1,50% e 1,13%, respectivamente. A categoria de fundos de papel, que investem em títulos de renda fixa vinculados ao mercado imobiliário, como os CRIs, ocupou a quarta posição, com valorização de 0,77%.
Apesar das pressões inflacionárias e da manutenção das taxas de juros em níveis elevados, os fundos de tijolo, que investem em imóveis físicos, foram os que mais se destacaram. Entre os líderes do mês, três são fundos de tijolo, sendo dois focados em galpões logísticos (RBRL11 e VILG11) e um em lajes corporativas (XPPR11). Os fundos de recebíveis imobiliários (VSLH11 e HCTR11) completam o grupo dos cinco melhores.
Hora de investir ou esperar?
Conforme a análise de Fernando Siqueira, chefe de pesquisa da Guide Investimentos, alerta para a necessidade de cautela, dado o impacto potencial da política monetária e do risco fiscal. Apesar da recente onda de otimismo da Bolsa o cenário macroeconômico ainda não mudou. Dessa forma, se torna prudente continuar buscando por alternativas mais seguras para contrabalancear as oscilações da renda variável.
Sob o mesmo ponto de vista, o analista da Guide destaca que os fundos de papel (aqueles com renda fixa na carteira) apresentam maior resiliência que os fundos de tijolo. Enquanto o primeiro defende contra fortes movimentações; o segundo, mais arriscado, oferece boa oportunidade de valorização a médio e longo prazo, especialmente se o governo assumir uma postura fiscal responsável.
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