A temporada dos resultados do primeiro trimestre de 2024 (1T24) está batendo à porta. Agendas prontas para as divulgações, as conferências e como cereja do bolo, a expectativa do mercado e dos investidores. Bem, o Acionista que já trouxe semana passada uma entrevista com o analista Nilson Lima da CM Capital, segue reverberando o assunto com especialistas. O propósito é saber o que eles estimam, quais os setores que devem vir mais fortes neste trimestre.

Conforme Daniel Abrahão, sócio na iHUB Investimentos, sabe-se que a temporada de divulgação de balanços corporativos traz consigo uma abundância de dados e uma gama variada de sentimentos. Com mais de 400 empresas listadas na B3, a habilidade do investidor em discernir entre desempenhos promissores e desafiadores é de extrema importância.

“De acordo com as projeções do mercado, a temporada de balanços é esperada para apresentar resultados mistos. A avaliação média do sentimento em relação aos resultados projetados é diversificada, mas inclina-se para uma perspectiva razoavelmente otimista”, avalia.

Desafios do 1T24

Dessa forma, Daniel ressalta que os primeiros três meses de 2024 testemunharam desafios na dinâmica dos lucros das empresas brasileiras, com contrações no setor de commodities e revisões para baixo nos lucros do setor de consumo. “Ao olhar para os meses subsequentes de 2024, os analistas preveem que o crescimento dos lucros será liderado por empresas financeiras e nacionais, enquanto as empresas ligadas a matérias-primas podem enfrentar dificuldades”, comenta.

Sobre os resultados do 1T24, ele afirma que as perspectivas para o lucro líquido das empresas listadas no Ibovespa são positivas. Há uma estimativa de crescimento em torno de 15% em relação ao ano anterior. Entretanto, espera-se que apenas cerca de 80% das empresas integrantes do Ibovespa registrem crescimento nos ganhos este ano. Para Daniel, os setores financeiro e doméstico são esperados para impulsionar esse crescimento, enquanto o desempenho das empresas de commodities pode exercer pressão sobre os resultados.

“Ao excluir as ações da Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) das análises, a estimativa de lucro do Ibovespa tende a ser menor, evidenciando a distorção que ambas as empresas representam na análise. Os analistas destacam o potencial para melhorias nos lucros de forma consolidada, tanto em uma perspectiva descendente, à medida que as taxas de juros atingem níveis de um dígito, quanto em uma perspectiva ascendente, baseada em remunerações mais baixas”, comenta o executivo da iHUB Investimentos.

Há espaço para otimismo

“Os resultados do 1T24 devem refletir uma melhora de forma geral, já passando para as demonstrações uma redução no custo da dívida das empresas. Também, vemos uma melhora no setor bancário, com menor PDD e relativo aumento na carteira de crédito”, afirma Alexandre Pletes, Head de Renda Variável da Faz Capital.  

Segundo ele, o setor financeiro segue forte, principalmente pela melhora geral nas carteiras de crédito. “Ainda, o setor elétrico, especialmente as transmissoras, devem reportar resultados mais sólidos. Temos também as jrs oil vindo com força total, tendo em vista o grande avanço nos preços do petróleo no trimestre”, destaca Pletes.

Quem brilha

Pletes destaca impactos positivos em ITUB4 e BBAS3, “que devem manter o mesmo ritmo do ano passado. Em segundo plano provavelmente BBDC4 e SANB11 apresentarão melhoras no PDD. PRIO3 e RRRP3 devem ser as melhores entre as jrs oil. ALUP11 deve refletir a redução da dívida e do capex”.

No entanto, vê dificuldades no setor varejista, especialmente porque o fim do ano passado e o começo de 2024 foram de fracas vendas.

Indústria, papel e celulose

Para Fabio Murad, da Ipê Investimentos, espera-se que o 1T24 seja um período de recuperação para o mercado de ações brasileiro após um início de ano desafiador. “Acredito que haverá uma melhora significativa nos resultados das empresas, especialmente aquelas nos setores industrial e de papel e celulose. No entanto, o mercado ainda está sujeito a volatilidades devido às incertezas em torno da política monetária dos Estados Unidos e do fluxo de capital para os mercados emergentes.”

O setor industrial deve se destacar,  conforme Murad, devido aos altos retornos esperados para a Embraer (EMBR3) e a Braskem (BRKM5). Também com a alta nas taxas de juros nos EUA e no Brasil pode  beneficiar empresas no setor financeiro, segundo ele.

Empresas em baixa

Murad prevê que a Embraer terá um destaque positivo no 1T24. Já no setor de varejo, as empresas Casas Bahia e Lojas Americanas podem desapontar os investidores com os seus resultados. “Além disso, a Vale (VALE3) pode apresentar resultados mais fracos devido ao desempenho em queda dos preços do minério de ferro”, comenta.

Zebra – Para o especialista, a zebra do trimestre pode ser a Braskem (BRKM5). “Apesar dos problemas gerados em Maceió, acredito que a empresa irá surpreender com seus resultados.”

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